A discussão de idéias de como tornar o mercado de bioeletricidade viável economicamente, contribuindo para que o país afaste, em médio prazo, o risco de escassez de energia. Na opinião do coordenador geral do Simpósio Internacional e Mostra de Tecnológica da Agroindústria Canavieira (Simtec), José de Jesus Vaz, este foi o grande avanço que a quinta edição trouxe como contribuição não só para o setor, mas para a economia do país.
Para Luciano Almeida, secretário Municipal da Indústria e Comércio, o evento registrou a maior participação de delegações estrangeiras de suas edições, graças ao apoio da Apex (Agência de Promoção à Exportações) e ao Apla (Arranjo produtivo Local do Álcool),
Pesquisas apontam que com a capacidade já instalada de produção de bioeletricidade do setor sucroalcooleiro pode fornecer ao país o que produziria a usina a ser construída no rio Madeira, algo em torno de três mil megawatts. “O setor pode chegar a produção correspondente a três Itaipus, ou seja, 20% da necessidade brasileira”, explicou Vaz.
A quinta edição do (Simtec) superou em três vezes a expectativa de negócios, que era de R$ 350 milhões. Cerca de R$ 1 bilhão circulou pelo Simtec e são estimados mais R$ bilhões em negócios nos próximos quatro anos. Durante os quatro dias de evento (17 a 20), o Simtec 2007 recebeu cerca de 20 mil pessoas. Segundo Vaz, a larga superação das previsões de negócios reflete o desenvolvimento dos empresários do setor sucroalcooleiro que, neste ano, visitaram a feira realmente com propósitos de investimentos. “Nos anos anteriores, houve muita pesquisa, especulação de negócios, mas ainda existia receio de instabilidade do setor. Este ano, os visitantes vieram realmente para fechar negócios e adquirir novas tecnologias”, explicou.
Outro aspecto positivo apontado por Vaz foi a definição da vocação do Simtec como difusor de tecnologia, tornando-se definitivamente uma referência para negócios e aprimoramento tanto no Brasil como no Exterior. Durante o Simtec, foram realizados paralelamente três simpósios: Simbio (Simpósio de Biotecnologia em Etanol e Biodiesel), Simcoger (Simpósio sobre Co-geração de Energia) e Simantec (Simpósio sobre Manutenção e Tecnologias Industriais), promovendo palestras nos períodos da manhã e tarde, totalizando cerca de 35 palestras, que somam mais de sete mil expectadores.
O evento foi aberto pelo governador José Serra, autoridades federais, estaduais e municipais. Passaram pelo evento especialistas como Marcos Junk (pesquisador e atual presidente da Unica); Humberto Brandi (diretor de Metrologia Científica e Industrial do Inmetro), Carlos Henrique de Brito Cruz (diretor científico da Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Elba Bom (Projeto Bioetanol), Masanobu Aizawa, Fabiana Rodrigues (Banco Sumitomo) entre outros.
O sucesso do Simtec atingiu também positivamente a economia local, segundo Euclides Baraldi Libardi, terceiro vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi), que desenvolveu durante o vento uma pesquisa para mensurar esta movimentação. Sem adiantar números, que serão estratificados após o encerramento do Simtec, Baraldi afirmou que a rede hoteleria, gastronômica e de serviços foram beneficiadas com o grande volume de pessoas que vieram ou permaneceram em Piracicaba durante os quatro dias do evento.
Para Luciano Almeida, secretário Municipal da Indústria e Comércio, o Simtec 2007 registrou a maior participação de delegações estrangeiras de suas edições, graças ao apoio da Apex (Agência de Promoção à Exportações) e ao Apla (Arranjo produtivo Local do Álcool), que fomentaram o intercâmbio com empresários dos Estados Unidos, México, República Dominicana, Honduras, Peru, Paraguai, Argentina, Bolívia, Mauritânia/África do Sul e Austrália, África do Sul, Mauritânia.
José Coral, presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana, afirma que os efeitos positivos do Simtec, como propagador de tecnologia, já são sentidos no campo, na medida em que o foco é a produtividade e a eficiência. “O desenvolvimento do setor como um todo beneficia o plantador”, disse. Ele lembrou também a importância do posicionamento do governador José Serra em afirmar que o governo do estado vai apoiar os pequenos produtores na adequação com vistas ao fim da queimada de cana para a colheita.
Tarcisio Ângelo Mascarim, presidente do Simespi, e Hans Eckert (diretor adjunto do Ciesp-Regional Piracicaba) concordam com o sucesso do evento. “Foi a melhor edição, com certeza”.