De 2013 a 2017, foram registrados pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) 45.147 casos de acidentes de trabalho (AT) em Piracicaba, de acordo com o Relatório de Atendimento ao Acidentado do Trabalho (RAAT), armazenado no banco de dados do Sistema de Vigilância de Acidentes de Trabalho (Sivat). Do total, 12.023 são casos de AT envolvendo mulheres. O que representa 27% dos acidentes de trabalho no município.

Neste mesmo período, houve 54 óbitos decorrentes de acidentes de trabalho, sendo 5 mulheres (9%). As causas dos acidentes fatais foram com motorcicleta (60%), carro (20%) e choque elétrico (20%).

Do total de acidentes de trabalho no município, 1.301 deles são classificados como graves. Desse montante, 302 envolveram mulheres, o que corresponde a 23%. As causa mais comuns de acidentes graves são:

1. Queda do mesmo nível (24% – 64 casos) como exemplo: em atividade de limpeza de chão, descendo escada fixa, andar em local liso e molhado; 2. Com motocicleta (18% – 48 casos) acidentes de trajeto, locomoção da casa para o trabalho ou vice e versa, ou onde a atividade de trabalho necessita se locomover com as motos, ex. promotora de vendas de produtos, vendedoras, etc. 3. Equipamentos perfurocortante (17% – 47 casos), com como por exemplo: acidentes com agulha, bisturi, faca, tesoura, etc.

Em relação aos acidentes com queda do mesmo nível, a lesão diagnóstica foi em 90% fraturas; aos acidentes decorrentes da queda ou colisão de moto, o diagnóstico foi de 77% fraturas, aos acidentes com perfuro cortante, foram 87% com lesão por ferimento corte-contuso.

Em relação aos casos dos adoecimentos, atendidos no Cerest Piracicaba, no período de 2015 a 2016, as mulheres representaram 47%, ou seja, 621 casos, sendo que 43% desses representam mulheres que não concluíram o segundo grau escolar, o que dificulta ou restringe as oportunidades de acesso das mesmas a outros mercados de trabalho.

A procura do serviço ocorre decorrente a reclamações de dores osteomusculares (74%), principalmente membros superiores, dores na coluna (13%) e desgaste das capacidades mentais relacionadas ao trabalho (5%). As funções que mais atendidas são: auxiliar de produção (38 casos), auxiliar de limpeza/faxineira (36 casos), Costureira (15 casos) e cozinheira/auxiliar (16 casos).

A apresentação desses dados, em reunião na Comissão Intersetorial de Saúde (CIST), dia 12/03, no Cerest, tem por objetivo analisar o cenário para que representantes de empresas, instituições, organizações, sindicatos e as próprias trabalhadoras possam promover ações de prevenção e de proteção à saúde das trabalhadoras no município.