Foi assinado na tarde desta terça-feira (30), o acordo entre Agência das Bacias PCJ e Office Internacional de l’Eau para desenvolvimento de projeto piloto nas Bacias. O ato aconteceu nas dependências da Agência e contou com as presenças do presidente do CBH PCJ e PCJ FEDERAL, Gabriel Ferrato, prefeito de Piracicaba; Luiz Razera, presidente da Agência PCJ, Alain Bernard, Chefe do Polo de Gestão Integrada de Recursos Hídricos do Office Internacional de I´Eau e Luiz Antonio CS Brasi, vice-presidente do Conselho Deliberativo da Agência das Bacias PCJ.

A Agência PCJ é apoiadora da ação, aprovada em 2014 pelo Programa da Comissão Europeia sobre Gestão de Bacias e Mudanças Climáticas (WaterClima).

Na prática, os trabalhos contarão com a liderança do Office Internacional de l’Eau (França) e a parceria das instituições Ecologic Institute (Alemanha); Asconit (França); SENAGUA (Equador); IRAGER (Peru); Corporación Cuenca Verde (Colômbia); Autoridad Nacional del Agua (Peru); Rede Brasil de Organismos de Bacia (Brasil) e Agência das Bacias PCJ (Brasil). Com duração de três anos, o EcoCuencas contará com a subvenção da Comissão Europeia e terá atividades voltadas à cobrança pelo uso dos recursos hídricos e mudanças climáticas.

“Em primeiro lugar, temos que lembrar que as oportunidades para conseguir financiamentos europeus para trabalhar na temática de gestão de recursos hídricos na América Latina não são numerosas, então, ao conhecer o WaterClima vimos que seria uma excelente ocasião, pois o projeto toca em dois temas importantes: os mecanismos financeiros para obtenção de recursos para a gestão dos recursos hídricos e as mudanças climáticas. É importante lembrar que pelo histórico da cooperação que temos com entidades como a Agência das Bacias PCJ, em geral, é muito interessante poder estabelecer esta parceria. Além disso, neste momento de crise hídrica é essencial poder trocar conhecimento, questionar outras entidades de países diversos para conhecer as diferentes realidades”, comenta Alain Bernard, chefe do Polo de Gestão Integrada de Recursos Hídricos do Office Internacional de l’Eau.

Sobre a experiência do Office Internacional de l’Eau, Alain resume o trabalho de décadas, afirmando que “o escritório tem 23 anos, atuando em várias frentes de trabalho, como a cooperação internacional, que é a gestão integrada de recursos hídricos”. E completa: “Outras frentes estão direcionadas para a governança dos serviços de saneamento, capacitações, sistemas de informação. Ao trabalhar a gestão dos recursos hídricos nos apoiamos nas experiências da França e em suas agências de água. Por isso, acreditamos que este trabalho será muito produtivo no sentido de aproveitar as experiências de várias partes do mundo para tentar melhorar a realidade de cada um”.

“Esperamos que os produtos dessa ação venham a contribuir na busca de novas soluções e de ferramentas inovadoras para a maior efetividade na gestão dos recursos hídricos, abrindo caminho para aprimoramento das iniciativas de planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos também na região das Bacias PCJ”, diz Sergio Razera, presidente da Agência das Bacias PCJ.

Gabriel Ferrato ressalta que o acordo é uma contribuição dos países europeus, em especial a França, que já tem uma larga experiência em gestão hídrica e poderão compartilhar os conhecimentos com as Agências das Bacias, levando em conta a anáise da situação local.

Segundo presidente do CBH PCJ e PCJ FEDERAL, o trabalho com a agência francesa não é uma coisa inédita e já vem acontecendo há 21 anos. “Mas agora é um contrato novo, de avaliação em função das mudanças climáticas. É uma nova etapa em que será necessário realizar planejamentos considerando as incertezas climáticas. Os europeus estão mais avançados na avaliação desses fenômenos e poderão ajudar, para que possamos trabalhar para que não haja falta de água no futuro para a sociedade. E isso se faz com estudos e pesquisas, juntamente com a experiência internacional, beneficiando mais de 60 municípios que integram os comitês PCJ, que poderão monitorar e trabalhar conjuntamente com o escritório internacional da água”.