Vila África ganhará Centro Cultural e Social
Representantes do Conepir (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba), do Movimento Quilombola e do Ponto de Cultura da Vila África foram visitar, na manhã desta quinta-feira (01), a sede do centro cultural e social que está sendo construído na Vila África e que irá receber o nome de Rafael Baptista Antônio (Faé). A obra foi requisitada durante duas conferências da igualdade racial. O terreno tem cerca de 320 m² e a sede terá 120 m².
A comunidade deverá inaugurar o espaço no dia 20 de novembro. “Este espaço irá valorizar e resgatar a cultura afro-brasileira, fortalecendo a importância da sua contribuição na identidade cultural brasileira e toda a riqueza cultural: a dança, culinária, música, artesanato, religião, entre outros aspectos”, afirmou Márcia Maria Antônio, representante do Movimento Quilombola e do Ponto de Cultura da Vila África.
Segundo o representante do Conepir (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba), Adney Abreu, essa é uma reivindicação de anos. “Foi solicitada a construção desse espaço na 1ª e 2ª Conferência de Igualdade Racial do Município e, ainda este ano, seremos contemplados com a entrega do espaço. Para nós, essa é uma prova de que o movimento organizado, a sociedade negra organizada, pode conquistar muito mais”, disse Abreu.
“Nós vivenciamos a luta dos negros, porque existe o Centro de Cultura de Política Negra que nós ajudamos a administrar, em conjunto com a comunidade negra e o Conepir. Essa solicitação é de anos, e agora será possível desenvolver, nesse espaço, atividades ligadas ao movimento negro. Uma homenagem mais que merecida ao Faé, que infelizmente nos deixou, e que foi uma grande liderança na Vila África e em toda comunidade negra”, afirmou a secretária de Ação Cultural e Turismo, Rosângela Camolesi.

Márcia Maria Antônio plantou uma árvore no terreno da sede
HOMENAGEM – O piracicabano Rafael Baptista Antônio (Faé) foi uma grande liderança do bairro Vila Independência (Vila África) e deixou um legado em prol da história e cultura negra. Ele teve dois filhos, Jéssica e Reginaldo. Faé lutou muito para que a Vila África contasse com a Pastoral Afro para atender as crianças da região que sempre foram carentes de acolhimento. Também foi conselheiro do Conepir. Uma das grandes lutas de Faé como defensor da comunidade negra foi a construção de um espaço cultural e social, ou centro comunitário, para atender a toda região. Ele faleceu em 13 de julho de 2017.
