A variante PI do novo coronavírus, identificada inicialmente em Manaus, corresponde a 90% dos casos de covid em Piracicaba. Esse é o resultado do sequenciamento promovido pelo Centro de Genômica Funcional da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

Coordenado pelo professor Luiz Lehamann Coutinho, do departamento de Zootecnia da Esalq, o Centro de Genômica integra a rede de sequenciamento de SARS-CoV-2 do Instituto Butantã e tem sequenciado semanalmente 384 amostras de todo o Estado.

"Nas últimas duas semanas, 20 amostras eram de Piracicaba e verificamos que a P1 é dominante (90%) na cidade. Considerando que ela é mais contagiosa e pode infectar quem já foi contaminado, fica mais fácil de entender o aumento de casos em Piracicaba nos primeiros meses do ano", comentou Coutinho.

O predomínio da P1 em Piracicaba enfatiza as medidas de segurança sanitárias. "Temos que manter o cuidado, usar máscaras de melhor qualidade como a N 95, manter o distanciamento social e vacinar seguindo o calendário nacional de imunização. Fazemos parte dessa rede de sequenciamento do Butantã, o monitoramento continuará para que possamos acompanhar a evolução da pandemia, identificar variantes e usar as informações para orientar protocolos médicos, de segurança e a população", complementa Coutinho.

Para o secretário de Saúde de Piracicaba, Filemon Silvano, o município de Piracicaba está saindo de uma fase do Plano SP com uma série de restrições que exigem muitos cuidados. "Estamos saindo de uma fase do Plano São Paulo com uma série de restrições mais severas. Mas precisamos ficar atentos e não baixar a guarda em relação à Covid-19. Infelizmente, neste ano, tivemos alguns dos meses mais tristes da pandemia até agora em decorrência, inclusive, da variante P.1. Por isso pedimos que a população continue tomando todos os cuidados, como usar máscara, evitar aglomeração e higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel sempre que possível".

TESTAGEM – O Centro de Genômica Funcional da Esalq integra ainda uma rede de laboratórios que se uniram na campanha Fealq pela Vida. A iniciativa é encabeçada pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), em parceria com laboratórios de unidades da USP no interior de São Paulo e com a Embrapa, com a proposta de captação de recursos destinados à realização de testes para diagnóstico de Covid-19. Além do laboratório coordenado por pesquisadores da Esalq/USP e do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), em Piracicaba, também participa do projeto a unidade da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). A Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA/USP), em Pirassununga (SP), já realiza exames a preço de custo para prefeituras paulistas, também em parceria com a Fealq. (Acesse)

"Como Fundação, temos um papel social a cumprir e não poderíamos ficar de braços cruzados em meio à crise que o novo coronavírus tem provocado e que atinge tanto a vida das pessoas, quanto a economia e o nosso frágil sistema de saúde. Acredito que junto à Esalq, Cena, FZEA e Embrapa, e com apoio do agronegócio, podemos superar mais rapidamente os desafios da pandemia", afirmou Nelson Sidnei Massola Júnior, diretor-presidente da Fealq e professor associado do Departamento de Fitopatologia e Nematologia (LFN) da Esalq/USP.

PIRACICABA – Desde o início da pandemia, Piracicaba já registrou 45.096 casos confirmados e 848 óbitos. A taxa de ocupação dos leitos de UIT em 30 de abril é de 77% e de enfermaria é 68%. Os pacientes recuperados da doença somam 42.953 pessoas. Já foram aplicadas mais de 103 mil doses de vacinas contra covid em Piracicaba.