A SemacTur (Secretaria Municipal da Ação Cultural e Turismo) divulga neste mês de junho as ações desenvolvidas em cada um dos oito projetos aprovados no ano passado pelo FAC (Fundo de Apoio à Cultura), instrumento público de financiamento de iniciativas voltadas à produção e difusão de cultura em Piracicaba. O primeiro deles é o projeto “Vaga Viva”, de autoria do músico e produtor cultural Márcio Sartório.

Pertencente ao segmento Artes Integradas, a iniciativa consiste na montagem de “parklets” – estruturas fixas ou móveis montadas em locais utilizados como vagas de estacionamento – em diversas regiões da cidade, que concentram apresentações de grupos de hip hop, blues e MPB, além de intervenções teatrais e exposições de fotos. Numa espécie de “ilha urbana de cultura”, a estrutura é montada em grande parte com materiais de reuso, trazendo conceitos sobre sustentabilidade, criatividade e diversidade.

O projeto teve sua primeira edição lançada no último sábado (03), na região Central, num quarteirão da rua 13 de Maio, entre as ruas do Rosário e Tiradentes.

A iniciativa atraiu um público diversificado. De crianças a idosos, originários de outras partes da cidade ou mesmo a vizinhança que, com cadeira na calçada, pôde acompanhar “de camarote” as apresentações. Uma delas foi a aposentada Virginia Leonora Jannuzzi Altafin, 76, que aprovou a iniciativa. “Eu adorei. Deviam fazer sempre. Foi um evento muito lindo, gostei muito das bandas. Todo mundo que passava, a pé ou de carro, parava e se admirava com o que os meninos fizeram aqui”, contou.

Moradora do mesmo endereço há mais de sete décadas, Virgínia acompanhou as mudanças na configuração urbana do Centro e sentiu o quanto a iniciativa fez diferença na região. “Eventos como esse dão um ar de um interior mais “amigo”, mais gostoso pra se morar, faz um quarteirão melhor. Esse quarteirão virou uma área muito comercial. Á noite, por exemplo, são poucos os que ainda vivem por aqui. Ações como essas devolvem essa coisa da convivência entre as pessoas por aqui, foi ótimo”, disse ela.

Naturais de Campinas e residentes em Piracicaba desde o início do ano, os amigos

A ação também chamou a atenção dos amigos Emerson Miranda e Yorhan Meller, estudantes de Engenharia do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo). Naturais de Campinas, ambos moram em Piracicaba desde o início do ano por conta dos estudos, e conheciam pela primeira vez uma ação do tipo. “É um lugar interessante, diferente, com essas plantas, geladeiras com livros, bancos de madeira, no meio do Centro”, apontou Emerson. “Acho legal essas iniciativas pela cidade. A gente acaba esquecendo de sentar, parar um pouco. É um espaço que você pode relaxar um pouco entre a correria do dia-a-dia”, disse Yorhan.

As próximas paradas do Vaga Viva serão na Praça do Parafuso, na Vila Rezende (10/06), na Pista de Skate do Cecap, ao lado do Supermercado Delta (24/06) e na Paulicéia, próximo à Casa do Hip Hop (01/07).

Próximas paradas do Vaga Viva Cultura serão na Vila Rezende, Cecap e Paulicéia

Dados gerais do projeto:

Vaga Viva

  • Proponente: Márcio Roberto Sartório Cardoso

  • Segmento: Artes Integradas

  • Valor do Projeto: R$ 25.000,00

Sobre o FAC

Fomentar o processo criativo, impulsionar a criação autoral, incentivar as práticas e manifestações das culturas tradicionais e populares piracicabanas e difundir a produção de cultura local promovendo seu reconhecimento e valorização pela sociedade. Esses são alguns dos objetivos estabalecidos pelo FAC (Fundo de Apoio à Cultura), instrumento de financiamento público de projetos de incentivo, difusão e produção cultural.

Criado em 2002 pela Lei Municipal 5.194, o FAC tem seus recursos obtidos pela locação à iniciativa privada de espaços públicos mantidos pela SemacTur. Seu funcionamento conta com diretrizes aprovadas e fiscalizadas pelo ComCult (Conselho Municipal de Política Cultural), formado por integrantes da sociedade civil que representam diferentes segmentos culturais.

Os autores dos projetos, os proponentes, podem ser pessoas físicas ou jurídicas sem fins lucrativos, que atuam profissionalmente dentro da área artística do projeto e residentes em Piracicaba há pelo menos dois anos. As iniciativas devem ser inéditas e não podem receber qualquer outra fonte de recurso, como patrocínios privados ou por mecenato.

Os proponentes que têm seus projetos aprovados prestam contas sobre o cronograma de produção e execução das iniciativas, bem como da utilização dos repasses, que seguem rígida fiscalização da Comissão do FAC, composta por membros do ComCult, além de serem fiscalizados pela SemacTur e pela Secretaria de Finanças.

Principal mecanismo de fomento público à produção cultural em Piracicaba, o FAC 2016 aprovou um total de oito projetos, propostos por profissionais das áreas da música, artes plásticas, literatura, audiovisual e comunicação, e que totalizaram um investimento na ordem de R$ 185.864,12.