Telemedicina: SUS já oferece consultas médicas por telefone na Atenção Básica

Desde julho deste ano, médicos da Secretaria de Saúde de Piracicaba estão se cadastrando no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), oferecido pelo Ministério da Saúde (MS), para a realização de teleatendimento aos pacientes da Atenção Básica, seja por telefone ou plataforma virtual. Todos os médicos da rede já se cadastraram no programa.
A estratégia de atendimento visa garantir, numa primeira fase, o isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus, sem que o paciente fique desassitido pela unidade de saúde de seu bairro. A plataforma já é utilizada pela iniciativa privada e agora está sendo incorporada gradativamente à rede pública.
A expectativa é que, com a tecnologia, seja ampliada a capacidade de atendimento na atenção primária. “Com a telemedicina, neste momento, vamos beneficiar, primeiramente, a população que precisou adiar a ida ao médico por causa da pandemia. Mas é também uma tendência o uso desse sistema na rede municipal para ampliar a cobertura médica nas comunidades, beneficiando toda a população atendida pelo SUS”, afirmou o secretário de Saúde dr. Pedro Mello.
Pelo programa, os médicos inscritos recebem uma assinatura digital (ICP-Brasil), fornecida pelo Hospital Israelita Albert Einstein, parceiro no projeto, coordenado pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), do MS, que permite a emissão de receitas e atestados médicos por e-mail ou whatsApp aos pacientes teleatendidos.

De acordo com a coordendora médica da Atenção Básica, dra. Anay Ferrer, “o programa foi um caminho proposto incicialmente para que os doentes crônicos – que também são considerados grupo de risco para o agravamento da Covid-19, como os idosos –, ficassem e tivessem garantido o acompanhamento médico durante este periodo delicado”, disse ela. “Agora é preciso que toda a rede de saúde comece a se acostumar com as assinaturas digitais, que é reconhecida oficialmente em exames e atestados”, observou.
A médica Mariangela Catandi, da USF Santa Rosa II, é uma das profissionais da rede municipal que já oferece o teleatendimento. Segundo a otorrinolaringologisa, que atua na rede como médica de família, o paciente, além do telefone e do e-mail, precisa ter acesso a uma impressora, para imprimir a receita ou atestado médico enviado, e assim, concluir o protocolo. “Os usuários da nossa unidade têm recebido muito bem a inicativa”, observou.
Segundo o Ministério da Saúde, 20 mil médicos e enfermeiros que atuam nas unidades de Saúde da Família do país estão tendo acesso ao suporte técnico para utilizar a ferramenta, com direito a certificação para a prática de telemedicina e telessaúde.
O paciente pode solicitar o atendimento por demanda espontânea ou programada, fazendo uma solicitação de agendamento de consulta à distância para a equipe de saúde que era responsável pelo seu atendimento, antes do início da pandemia.
