A Vigilância Epidemiológica Municipal, vinculada à Secretaria de Saúde, confirmou na última sexta-feira, dia 22/12, mais um caso de febre maculosa em Piracicaba em 2023. O registro é de um paciente do sexo masculino, na faixa etária entre 30 e 39 anos, que teve sintomas em setembro e já evoluiu para cura. A investigação do Local de Provável Infecção (LPI) já está com a equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), porém há evidências do caso ser importado.

placa de atenção sobre a doença instalada em ponto perto do rio em Piracicaba
Placas de atenção estão instaladas em diferentes locais da cidade

Este é o 5º caso positivo de febre maculosa em Piracicaba neste ano de 2023. Há vinte dias, a SMS confirmou um caso positivo da doença em um homem, de faixa etária entre 50 a 59 anos, evoluindo para cura. No mês de outubro a Pasta também registrou um caso positivo de febre maculosa em uma paciente do sexo feminino, na faixa etária entre 30 e 39 anos, que apresentou sintomas em junho desse ano, com evolução para cura. Dois óbitos foram confirmados em novembro, em pacientes do sexo masculino, nas faixas etárias entre 20 e 39 anos. No ano passado, foram confirmados dois casos e um óbito pela doença, e, em 2021, foram cinco confirmações e quatro mortes.

O trabalho de orientação e prevenção à febre maculosa é realizado pelas Secretarias de Saúde (SMS), por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), e de Infraestrutura e Meio Ambiente (Simap). A Prefeitura trabalha alertas e conscientização para os riscos da doença, que é transmitida pelo carrapato-estrela infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii e pode levar à morte.

A SMS reforça que o período de maior incidência da febre maculosa é entre junho e novembro, mas em Piracicaba, por ter um rio que corta a cidade, é necessário mais cuidado, tendo em vista que o local é um dos principais habitats das capivaras, que são umas das principais hospedeiras do carrapato-estrela.  Além das margens do Piracicaba, desde o bairro Monte Alegre até Ártemis, outras áreas identificadas como de maior risco de contaminação da doença são as margens do ribeirão Piracicamirim, a lagoa do Santa Rita, Parque da Rua do Porto e a margem do rio Corumbataí – a prefeitura mantém placas de alerta para a incidência do carrapato.

DIAGNÓSTICO –Diagnosticar precocemente a febre maculosa é muito difícil, principalmente nos primeiros dias da infecção, já que os primeiros sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, entre outras. O importante para o caso é o paciente informar que esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato.

Pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão devem estar atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal. Caso esteja com algum desses sintomas devem procurar por um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença. Em Piracicaba, toda a rede de saúde está capacitada e orientada sobre o atendimento à doença e de casos suspeitos.

TRATAMENTO – A febre maculosa tem cura desde que o tratamento com antibióticos específicos seja administrado nos primeiros dois ou três dias da infecção. O medicamento deve ser administrado assim que surgirem os primeiros sintomas, mesmo sem o diagnóstico confirmado, já que ele pode demorar.

Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.

ORIENTAÇÕES – Cabe salientar que o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) conta com equipe de profissionais que dão apoio no trabalho de controle da doença por meio de trabalhos educativos nas escolas públicas e particulares da cidade, além de empresas. A solicitação da visita orientativa deve ser feita por meio do SIP 156 ou pelo telefone (19) 3427-2400.

Dicas de prevenção

Devem ser adotadas algumas medidas para evitar a doença, principalmente em locais onde haverá exposição a carrapatos:

– Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro;

– Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;

– Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;

– Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos;

– Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça;

– Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água;

– Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos carrapatos.