Na tarde desta quarta-feira (19/07), diversos pesquisadores brasileiros ligados ao setor de cana-de-açúcar ministraram palestras no Simbio (Simpósio sobre Biotecnologia na Cana-de-açúcar) realizado durante o Simtec 2006 (Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira), que acontece até a próxima sexta-feira em Piracicaba (SP).
Um dos principais temas abordados foi a possibilidade de aumentar significativamente a produção de álcool no país através do uso da palha de cana (pontas e folhas), que atualmente é queimada.
Segundo o gestor de pesquisa e desenvolvimento do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), Jaime Finguerut, a produção de álcool no país poderia aumentar cerca de 30% a curto prazo (dentro de 3 a 5 anos) com o aproveitamento da palha da cana para a geração do combustível.
Entretanto, para que isto ocorra, o país precisará primeiro investir em pesquisas e tecnologia que permitam produzir enzimas capazes de diluir com rapidez a palha da cana.
Em entrevista coletiva no evento, Finguerut afirmou que o país tem um enorme potencial para aumentar sua produção de álcool, já que também desenvolveu tecnologia para desenvolver o combustível através do bagaço da cana.
Engenheiro químico formado em 1974, com Mestrado e Doutorado em Engenharia Bioquímica na escola Politécnica da USP, Jaime Finguerut enfatiza que a produção de álcool no Brasil precisa crescer aceleradamente para atender à demanda dos carros ‘flex-fuel’, da frota já existente de carros com motores a álcool e também para gerar excedentes para exportação, tendo em vista a competitividade deste combustível renovável frente ao petróleo
Para a viabilização da nova tecnologia, os desafios principais são: minimizar o uso de energia nas usinas para fazer sobrar mais bagaço; encontrar formas econômicas de trazer e usar a palha; e desenvolver um processo viável de pré-tratamento desta parte da cana, de forma a minimizar a necessidade de uso da enzima que irá hidrolisá-la.