Com mais de 410 mil habitantes (IBGE), Piracicaba tem 71 unidades de Saúde com uma cobertura de 59,72% em termos de saúde da família, com uma média mensal de 21 mil consultas e mais de 122 mil exames laboratoriais diversos. Diante destes números, desde o começo do ano, a Secretaria de Saúde busca novos meios de modernizar sua gestão e garantir que 100% da população seja atendida pelos programas da rede municipal. Por esse motivo, uma comitiva da Prefeitura de Piracicaba liderada pelo secretário Filemon Silvano, visitou a cidade de Praia Grande para conhecer o aperfeiçoamento de gestão realizado naquele município.
Entre as ações realizadas em Praia Grande está a conversão da jornada de trabalho de 20 horas do profissional médico lotado na rede ambulatorial especializada do Município pelo parâmetro de cobertura assistencial SUS. De acordo com Filemon Silvano, esse aperfeiçoamento da gestão do SUS (Sistema Único de Saúde) com foco na oferta de subsídios para profissionais da saúde dará a chance de Piracicaba também criar caminhos para ampliação dos atendimentos por meio de gratificação.
Cleber Suckow Nogueira e Filemon de Lima Silvano
"Logo que assumimos esta administração percebemos algumas dificuldades para manter os profissionais de saúde cumprindo sua jornada e, a principal delas era o salário, que está defasado há anos e isso tem dificultado a permanência deles, principalmente médicos, em nossa rede. Após tomar conhecimento do sistema de gestão em Praia Grande, onde há pouca falta de médicos e a remuneração é convidativa, decidimos conhecer todo o processo para avaliar a disponibilidade da adaptação para a nossa realidade e implementá-lo", destacou o secretário de Saúde.
Os salários dos servidores públicos de Piracicaba estão congelados até 2024, por meio dos projetos de resolução (11/2019) e de lei (245/2019) de autoria da mesa diretora do Legislativo, o que impede a oferta de melhor remuneração/gratificação aos profissionais de saúde, que hoje ficam presos ao teto salarial municipal que hoje é de R$ 15.550,00.
Conforme explica o secretário de Saúde de Praia Grande, Cleber Suckow Nogueira, a implantação da conversão junto aos servidores médicos na cidade foi coordenada e submetida a permanente supervisão da Secretaria. "Comunicamos formalmente aos profissionais médicos no interesse da adesão de forma voluntária para que fossem lotados nas unidades ambulatoriais de especialidades médicas. A adesão foi condicionada ao atendimento, em realizar, no mínimo, 240 consultas médicas mensais, obrigando o profissional a cumprir sua produtividade na rede. Caso ele supere o número de consultas, ele recebe gratificação adicional por elas. Isso foi implantado em 2015 e, desde então, não tivemos mais problemas com a falta de profissionais", resumiu.
Comitiva de Secretaria de Saúde esteve na cidade de Praia Grande em outubro
De acordo com dados da Secretaria de Saúde de Praia Grande, a cidade – cuja população é pouco maior que 336 mil habitantes (IBGE) – é a única da região da baixada santista onde o atendimento em Atenção Básica tem 100% de cobertura da população em termos de saúde da família. São 30 unidades e mais de 100 equipes de saúde da família na cidade que realizam cerca de 40 mil atendimentos. "No começo tivemos muitos problemas e perdemos muitos profissionais médicos por causa da aplicação da jornada de trabalho, mas com o tempo isso foi superado e conseguimos manter um atendimento de alta qualidade", completou Nogueira.
De Piracicaba, também participaram da visita técnica o subsecretário Augusto Muzilli Jr., o diretor do Departamento de Administração Geral Gustavo Laposta Aguiar, a coordenadora da Atenção Secundária à Saúde Rafaela Mossarelli Penedo, e o assessor de gabinete, Antônio Carlos Armelim.
Além do secretário Cleber Nogueira, de Praia Grande, participaram do encontro Fabiana Dourado, diretora do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), Alessandra da Mota Rodrigues, diretora do Departamento de Atenção Especializada da Sesap e Eduardo Yabuta, médico e coordenador do Comitê Técnico-Científico.
Representantes das Secretarias de Saúde de Piracicaba e Praia Grande