Dois recentes casos de febre amarela, com um óbito, ambos em moradores na macrorregião de Campinas, acendeu o alerta das autoridades em saúde em todo o Estado de São Paulo. Desta forma, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Departamento de Imunização da Vigilância Epidemiológica de Piracicaba, reforça a importância e conscientiza sobre a imunização de rotina, não apenas em momento epidêmico ou pandêmico, para evitar casos mais graves.
A SMS vai intensificar as ações de vigilância em saúde e vacinação na cidade nas unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família, uma vez que a vacina contra febre amarela faz parte do calendário de imunização e está disponível em todos os postos de saúde. Até 30/04/24, a cobertura vacinal contra febre amarela no município é de 61,9% para crianças menores de um ano.
O esquema vacinal consiste em 2 doses para as crianças menores de 5 anos, sendo 1 dose aos 9 meses de vida e 1 reforço aos 4 anos de idade. Para crianças e adultos maiores de 5 anos, o esquema vacinal é de apenas uma dose.
Segundo o Ministério da Saúde, desde abril de 2017 o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que viajarão para essas áreas deve imunizar-se pelo menos 10 dias antes do deslocamento.
VACINAÇÃO – Em 2018, devido aos inúmeros casos da doença, o Ministério da Saúde adotou o fracionamento de doses da vacina contra a febre amarela em três estados: Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. A medida foi recomendada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como uma das estratégias de imunização, por ser um caso de emergência. Dessa forma, é importante relembrar que quem se vacinou, na época, com a dose fracionada, precisa realizar uma nova vacinação após um intervalo de oito anos.
No site da Prefeitura é possível encontrar as unidades de saúde, com datas e horários em que a vacina está disponível a população. CLIQUE AQUI
NOVOS CASOS – O Estado de São Paulo alerta a população para o risco de contaminação por febre amarela após o Estado registrar, no último dia 29/03, o primeiro óbito confirmado pela doença em 2024. O caso foi de um homem de 50 anos, morador de Águas de Lindóia e que se deslocava também pela região de Monte Sião, em Minas Gerais. Além disso, um caso foi identificado na zona rural de Serra Negra, envolvendo um homem de 28 anos, que estava vacinado e se recuperou completamente.
A DOENÇA – A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves. A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois ciclos de transmissão (urbano e silvestre). No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Ae. aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes.
No ciclo silvestre, os primatas não humanos (PNHs) – macacos, por exemplo – são considerados os principais hospedeiros, amplificadores do vírus, e são vítimas da doença assim como o ser humano, que, nesse ciclo, apresenta-se como hospedeiro acidental.
É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito (tanto morte de primatas não-humanos, quanto casos humanos com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado/notificado, em até 24 horas após a suspeita inicial, às autoridades locais competentes.
A orientação é que, caso a pessoa encontre um macaco morto, não toque no animal nem o enterre; evite que crianças, outros animais e curiosos se aproximem; comunique o CCZ pelo telefone 3427-2400 e aguarde um técnico do Serviço de Saúde.