O Centro de Vigilância em Saúde (Cevisa), da Secretaria Municipal de Saúde, realizou na semana passada palestra de capacitação dos médicos da rede básica de saúde para o diagnóstico da Hanseníase. Participaram do evento, entre clínicos, pediatras e generalistas, cerca de 70 profissionais.

Com o Tema “Fazer um olhar diferenciado para Hanseníase”, a dra. Luciana Prates Nogueira de Lima, especializada no assunto, abordou, entre outros aspectos importantes, o diagnóstico precoce, sinais e sintomas, forma de transmissão, tratamento e reações hansênicas, lembrando sempre que a hanseníase é uma doença silenciosa e que o diagnóstico se baseia em avaliação clinica e dermatológica.

Uma das enfermidades mais antigas conhecidas pela humanidade, a hanseníase é classificada como doença negligenciada e permanece como um importante problema de Saúde Pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados cerca de 212 mil novos casos em 2015. O Brasil é o segundo país com o maior registro de casos, com cerca de 30 mil a cada ano, ficando atrás apenas da Índia.

De acordo com Ermelinda Esteves, interlocutora das ações de prevenção da Vigilância Epidemiológica (VE). embora o número de casos da doença registrado em Piracicaba pareça pequeno (13 em 2014, 21 em 2015, 06 em 2016 e 04 em 2017 até agora). “Vale destacar que mais de 95% dos casos são diagnosticados tardiamente, apresentando formas mais graves da doença e, em 60% deles, com algum grau de incapacidade instalada”.

A doença é causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo-de-hansen, que acomete nervos e pele, cujo diagnóstico se baseia na presença de lesões ou áreas da pele com alteração de sensibilidade ou nervos inflamados, com alteração de sensibilidade, causando formigamento e sensação de choque. O contágio ocorre por transmissão respiratória, quando há convivência por longo período (anos) com o paciente não tratado: Bacilífero portador. Esta é a razão de se encontrar numa mesma família mais de um paciente com hanseníase. A doença é de difícil contágio e a maioria das pessoas resiste ao bacilo e não adoece.

A prevenção, no caso de pessoa que convive com portador da doença, é fazer exames periódicos quando convocado pela unidade de saúde. No caso de Piracicaba, o atendimento e acompanhamento dos casos diagnosticados pela rede pública são realizados pelo Centro de Doenças Infectocontagiosas (Cedic).

A suspeita da doença é a melhor forma de conter o surgimento de novos casos e estar atento para os sinais que aparecem, tais como: área da pele que não pega pó ou com alteração da coloração natural, perda de sensibilidade em determinada região do corpo (dor ou quente e frio), queimaduras que não se percebe, perdas de pelos na sobrancelha, nos pés, dormência, ressecamentos ou feridas que não cicatrizam.

FIQUE ATENTO AOS SINAIS E PROCURAR SEMPRE UM SERVIÇO DE SAÚDE NO CASO DE SUSPEITA DA DOENÇA