O combate à violência contra a mulher é foco das ações realizadas pela Secretaria de Saúde, por meio do Departamento de Atenção Básica (DAB), para celebrar o Dia Internacional da Mulher (8 de março). As ações, que vão passar por todas as unidades de saúde (UBS, PSF e CRAB) da cidade, foram pensadas em parceria com o Centro Especializado em Saúde da Mulher (CESM), Diretoria Regional de Saúde (DRS-X) e instituições de ensino parceiras, como a Escola Grau Técnico com alunos do curso técnico de enfermagem e a Faculdade Anhembi-Morumbi, com os alunos de psicologia, além de contar com apoio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher).
Entre as ações que acontecem ao longo do mês, as principais serão no dia 8 de março. No CRAB Cecap (Centro de Referência da Atenção Básica), pela manhã, acontece caminhada e roda de conversa sobre a cartilha de combate à violência contra a mulher promovida pela Secretaria (link cartilha virtual no site – http://saude.piracicaba.sp.gov.br/campanha/32896/). Esta ação terá participação das equipes das USFs Cecap e Eldorado 1 e 2. No PSF São Francisco tem palestra com o tema Dor e Delícia de ser Mulher, Autoestima, Direitos das Mulheres e Violência, seguida de roda de conversa.
Já no 1º de Maio acontece atividade física no Varejão do bairro com educador físico e equipe de saúde, também, com foco na conscientização sobre a violência contra a mulher. No PSF Chapadão I tem passeata e roda de conversa sobre o tema. Nesta mesma data, com a ideia de ampliar a visibilidade ao tema, a coordenação do CESM oferece café da manhã às mulheres, às 9h, com a parceria da Escola Grau Técnico e Gaya Espaço de Beleza e Bem-Estar, que vão promover ações positivas e cursos rápidos de beleza feminina, como automaquiagem, além da entrega de brindes.
"É importante destacar que essas ações também fazem parte do movimento da rede de proteção às mulheres vítimas de violência em Piracicaba, do qual vários órgãos públicos fazem parte, além de movimentos populares feministas e ONGS de proteção às mulheres. Essa rede é comandada pelo Conselho Municipal das Mulheres e pela Procuradoria Especial das Mulheres da Câmara de Vereadores", afirma Marcela Buoro, coordenadora do CESM.
PROBLEMA DE TODOS – De acordo com dados divulgados pela DRS-X, em 2020 foram notificados 2.626 casos de violência contra a mulher na região de abrangência da Diretoria. Em 2016, quando os casos passaram a ser registrados oficialmente pela DRS, foram 1.372 notificações. Em ambos os períodos, a maior parte dos casos são de violência física e psicológica, além de lesão autoprovocada.
Conforme explica Tatiana Bonini, coordenadora de enfermagem do DAB, no Brasil e no mundo, a violência que vitimiza as mulheres se constitui em sério problema de saúde pública, por ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade feminina. Ela ressalta que todo e qualquer ato de violência contra a mulher configura-se como violação de seus direitos, sendo necessário esforço da sociedade para garantir a prevenção e seu efetivo enfrentamento. "Especificamente no setor da saúde, as instituições envolvidas na atenção às pessoas em situação de violência devem assegurar cada etapa do atendimento que for necessária. Isso inclui medidas de prevenção, emergência, acompanhamento, reabilitação, tratamento de eventuais agravos e impactos resultantes da violência sobre a saúde física e psicológica da mulher", aponta.
A programação completa das ações realizadas pela Secretaria de Saúde está afixada nas unidades. Para denunciar atos de violência contra mulher basta ligar 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou para o Disque Saúde 136.