Equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) registrou o quarto caso de raiva em morcego em Piracicaba, em 2023. O animal foi encontrado morto, nesta semana, em uma calçada dentro do condomínio Terras de Piracicaba, sem informação de contato humano ou com animais. O resultado positivo foi confirmado no final da tarde desta sexta-feira, 26/05, pelo laboratório do CCZ-SP. O morcego é de hábito insetívoro (se alimenta de insetos) da família vespertilionidae e espécie Lasiurus ega, tendo um papel ecológico extremamente importante, fazendo o controle de insetos no ambiente. Um único animal dessa família pode coletar até 500 mosquitos por hora, capturando seu alimento em pleno voo.

Conforme explica a bióloga do CCZ, Regina Lex Engel, uma curiosidade sobre esta espécie é que os indivíduos podem gerar até quatro filhotes por gestação, enquanto que, em outras espécies, normalmente é gerado apenas um filhote. "Eles se abrigam nos centros urbanos em folhas secas de palmeiras e vivem em grupos de até 20 animais", disse.

Morcego Lasiurus ega

Regina reforça que os morcegos urbanos não são agressivos, mas os indivíduos podem morder para se defender quando se sentem ameaçados. "Assim, quando estão caídos no chão, podem estar doentes, já que não têm o hábito de ficar no solo, e assim, nessas condições, podem contaminar, acidentalmente, tanto animais domésticos (cães e gatos) como o homem, pois estão expostos a qualquer tipo de contato", alertou.

A Secretaria de Saúde reforça que mantém a vacinação antirrábica para cães e gatos – contactantes com morcegos – em posto permanente na sede do CCZ (rua dos Mandis, s/n°, bairro Jupiá) de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h, e aos sábados das 9h às 11h, durante o ano todo. Além disso, o CCZ está devidamente preparado para realizar ações de bloqueio necessárias em caso de surgimento de algum caso confirmado para a doença em animais, conforme preconiza orientações do Ministério da Saúde e Governo do Estado de São Paulo, o que não ocorre neste momento.

Além disso, é importante lembrar aos tutores de cães e gatos que se atentem à vacinação antirrábica anual de seus animais, pois é a única maneira de preveni-los e de se prevenir contra essa doença que é letal e não tem cura.

OUTROS CASOS – Outros três casos de raiva em morcego foram registrados na cidade, sendo dois em março e um em abril. Os animais foram recolhidos na área central da cidade também de hábito insetívoro da família Molossidae.

A SMS alerta às pessoas, caso encontrem morcegos caídos – vivos ou mortos – que entrem em contato com o CCZ para orientações e procedimentos. O Centro funciona de segunda à sexta- feira, das 7h às 16h, e aos sábados, das 7h às 13h. O telefone é 3427-2400.