O 44º Salão Internacional de Humor de Piracicaba recebeu mais trabalhos que na edição de 2016. Na última semana, a equipe do CEDHU (Centro Nacional de Documentação, Pesquisa e Divulgação do Humor Gráfico de Piracicaba) catalogou as obras enviadas. Foram inscritos 2.985 trabalhos de 560 artistas, originários de 57 países. No ano passado, foram 2.773 obras de 494 artistas, também de 57 países.

Charge com Donald Trump por Vladimir Kazanevsky, artista da Ucrania

O Salão de Humor é realizado pela Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal da Ação Cultural e Turismo (SemacTur) e CEDHU (Centro Nacional de Documentação, Pesquisa e Divulgação do Humor Gráfico de Piracicaba) e faz parte das comemorações pelos 250 anos de Piracicaba. A mostra será aberta no dia 26 de agosto e poderá ser visitada até 12 de outubro, no Armazém 14A do Engenho Central, com entrada gratuita.

A secretária da Ação Cultural e Turismo, Rosângela Camolese, comemora o aumento da participação. “Temos nos empenhado para divulgar cada vez mais o Salão Internacional de Humor, ampliando as ações e buscando parceiros, e isso tem dado resultado”, afirma.

Charge de Rafael Corrêa, do Brasil

De acordo com o diretor do CEDHU, o cartunista Erasmo Spadotto, durante a contagem dos trabalhos foi possível perceber alguns temas que serão destaque nesta edição. “Há caricaturas do presidente dos EUA, Donald Trump, charges sobre o drama dos refugiados no exterior. Sobre o Brasil, a inspiração foi obtida dos escândalos políticos, em trabalhos que demonstram a insatisfação com o atual presidente. A JBS, de Joesley Batista, também surgiu em diversos trabalhos. Já na categoria Prêmio Temático, que este ano é Criança, os refugiados também tiveram destaque, assim como a influência da tecnologia, por meio de celulares e tablets, na vida dos pequenos”, adianta Spadotto.

Trabalho enviado por Alfredo Lorenzo Martirena Hernandez, de Cuba, para categoria Tiras

SELEÇÃO – No próximo sábado, 29 de julho, o júri de seleção se reúne em Piracicaba, a partir das 9h, para analisar e selecionar as obras que serão expostas na mostra principal. O júri é composto pelos cartunistas William Hussar, Junião e Orlando Pedroso, pelo professor do curso de publicidade, propaganda e criação da Universidade Presbiteriana Mackenzie Ricardo Morelato, pelo caricaturista Baptistão, pela ilustradora Maria Eugênia e pela produtora cultural Ana Helena Curti.

Os premiados desta edição serão escolhidos no dia 19/08, pelo caricaturista Jean Mulatier (França), pelos cartunistas Arturo Kemchs (México), Raul Fernando Zuleta (Colômbia) e Fernando Gonsales (Brasil), pela pesquisadora em história em quadrinhos e doutora em ciências da comunicação Sônia Luyten, pelo diretor geral da Pinacoteca de São Paulo, Tadeu Chiarelli, e pela jornalista e comediante do Festival Risadaria, Arianna Nutt.

De acordo com artista gráfico e presidente do Salão de Humor deste ano, José Alberto Lovetro, o Jal, os júris de Seleção e de Premiação são formados pelos melhores profissionais da área do humor. “Neste ano há um bom balanço entre cartunistas e produtores/jornalistas de humor. É claro que cada júri tem certa preferência, mas nesses anos todos ficou provado que a maioria concorda com os resultados da premiação. Um trabalho difícil para contar mais um ano da história do humor gráfico mundial”, observa Jal.

Os vencedores das categorias cartum, caricatura, charge, quadrinhos e do prêmio temático Criança vão receber premiação no valor total de R$ 55 mil.

Com cartaz criado pelo cartunista Luiz Gê, o 44º Salão de Humor terá uma programação intensa, que inclui mais de 15 exposições paralelas no Engenho Central e em outros espaços, entre elas o 15º Salãozinho de Humor, com cartaz de Mauricio de Sousa.

HISTÓRIA – O Salão Internacional de Humor de Piracicaba surgiu em 1974, durante a ditadura militar, como iniciativa de um grupo de jornalistas, artistas e intelectuais atuantes no cenário político. A partir do sucesso das primeiras edições e do apoio da turma do jornal carioca O Pasquim, importantes cartunistas brasileiros contribuíram para a transformação do Salão em um dos mais conhecidos encontros do humor gráfico no Brasil e no exterior; é, ainda, um dos concursos mais antigos do gênero.