Portal do Município de Piracicaba

Reeducandas do CR serão preparadas para enfrentar o mercado de trabalho

Por Comunicação Social / Publicado em 16/05/2016
Tempo de leitura: 10 minutos.

A Prefeitura através da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (Semtre) levará o Time de Emprego de Piracicaba, programa da Secretaria Estadual de Trabalho e Emprego (SERT), gerenciado em Piracicaba pela Semtre, para o Centro de Ressocialização Feminino Carlos Cantarelli de Piracicaba (CR), no período de 16 a 20/05.

A abertura do curso aconteceu na tarde desta segunda-feira (16/05) e contou com as presenças do secretário municipal de Trabalho e Renda (Semtre), Carlos Beltrame, a diretora da unidade, Celeste Maria Varella Abamonte, reeducandas e Fernando Duarte e Paula Lino Mendes da Cruz facilitadores, nome que recebem as responsáveis por passar as informações aos alunos.

Desde 2013 o Time do Emprego de Piracicaba já registrou 767 participantes e, destes, 336 foram inseridos/recolocados no mercado de trabalho, representando 44% dos alunos que participaram do programa. Até o final de 2016, ha previsão de ultrapassar 1.000 participantes. O Time local está entre os melhores do Estado de São Paulo.

Das cerca de 120 internas da unidades foram selecionadas 15 para realizarem o curso. A escolhidas passaram por uma triagem que apontou o interesse, data de cumprimento da pena e comportamento. A prioridade foi para aquelas que estão em cumprimento final de pena e prestes a enfrentar o mercado de trabalho.

O objetivo do curso é orientar as reeducandas, na busca por uma oportunidade no mercado de trabalho, assim que cumprirem suas penas. Redigir um currículo, vestir-se para uma entrevista e destacar as próprias qualidades em um processo seletivo serão alguns dos temas abordados. Serão incentivadas a conhecerem a si mesmos e suas habilidades e competências e estabelecerem metas de trabalho e de vida – para que tenham sucesso na busca por uma colocação no mercado de trabalho.

Beltrame avalia que esta parceria com o CR é oportuna e de grande relevância social, pois "ao aprenderem as orientações apresentadas durante o curso, as reeducandas poderão vislumbrar um futuro mais promissor por estarem preparadas para concorrer a uma vaga de emprego. E uma forma de ajudá-las a serem inseridas na sociedade é participando do Time. Ao fim do curso os resultados serão visíveis, como autoestima elevada, pessoas mais preparadas para enfrentar o mercado de trabalho".

A diretora da unidade Celeste Maria Varella Abamonte diz que a expectativa é que através do curso as internas tenham mais facilidades de conseguir um posto de trabalho quando saírem da unidade. "Os ensinamentos possibilitarão oportunidades para que elas não voltem ao crime, pois sabemos que sem o preparo mínimo é muito difícil uma colocação no mercado. Sem contar que estar participando desse curso diminui a ansiedade delas, a ociosidade, e isso melhora muito o comportamento no CR", observou.

Celeste Varella ressalta a importância da parceria com a Semtre que tem a oportunidade de trazer para a unidade, uma visão diferente ou até mesmo o que é o mercado de trabalho. "As reeducandas aprenderão a se comportar em uma entrevista, a ter postura, tipo de vestimenta e a melhor conduta para alcançar a vaga almejada. A parceria com a Semtre é oportuna".

Segundo a diretora da unidade, nos dias dos cursos, a receptividade por parte das reeducandas será a melhor possível, pois elas já tem contato, com pessoas que voluntariamente fazem trabalhos nesta unidade. "A reação é sempre muito positiva e de muito enriquecimento para ambas as partes".

Determinação- Determinação é a definição mais correta ao se referir as reeducandas que farão o curso do Time do Emprego. Muitas das internas não guardam boas recordações do passado e evitam comentar e aquelas que estão terminando o cumprimento da pena, tem algo em comum: ao sair da unidade querem começar um nova vida e serem reintegradas à sociedade.

Cientes que pelo fato de estarem saindo de uma unidade prisional, precisarão enfrentar o preconceito da sociedade, elas prometem não desperdiçar a chance que o Time possibilita e precisarão estar muito preparadas, ao se depararem com uma entrevista de emprego. Prencher currículo, a melhor maneira de se se portar em uma entrevista e a vestimenta adequada, são fatores que podem ser decisivos na hora de arrumar um emprego.

Condenada a cumprir 4 anos e meio por tráfico de drogas, Juliana Maria Ribeiro, 31 anos, casada e natural de Ribeirão Preto, enxerga no curso uma nova oportunidade de vida para quando sair em definitivo do CR. "O fato de nunca ter trabalhado dificulta arrumar emprego, por isso vou me esforçar ao máximo para aprender muitas coisa neste curso que com certeza me trarão frutos positivos". Daqui a 3 meses ela deixará a unidade, permitindo que volte a sua casa para cumprir o restante da pena. "O curso me trará informações úteis para me posicionar, ter postura e saber como me comportar em uma entrevista. Estou confiante e assim que deixar a unidade quero começar uma vida nova", reiterou.

Ynaaya Roger, 32 anos, de Campinas, cumpre pena de dois anos por tráfico de drogas. Lembra que antes de ser presa trabalhava como call center, profissão que pretende retomar quando deixar a unidade daqui há 9 meses. "Durante o tempo que estou na unidade fiquei desatualizada e muita coisa mudou, como as entrevistas de emprego. O curso me ajudará bastante". Solteira, relata que arrumar emprego ao sair da unidade é um sonho mais urgente, determinante para poder sustentar e criar seus 3 filhos e também ter recurso para fazer Faculdade de Logística.

Determinada, Fernanda Aparecida Lopes, 35 anos, natural de Pirangi (SP), cumpre pena de 3 anos e 8 meses, por extorsão e em três meses poderá cumprir o restante da pena em sua casa. "A minha liberdade está chegando e estou perto da vitória. Esse curso representa uma nova fase em minha vida, sendo uma oportunidade de me preparar para enfrentar o mercado de trabalho lá fora. Vou assistir as aulas com determinação, pois sei que fará a diferença quando estiver em liberdade". Reconhece ser grande a discriminação da sociedade em relação às pessoas que sairam de unidades prisonais ao cumprirem pena e por isso terá de se dedicar muito para voltar ao mercado de trabalho. "O curso me dará subsídio para estar melhor preparada".

CR-O CR de Piracicaba é uma unidade de regime semiaberto, em que as presas podem estudar, realizar diversos cursos, desde o ensino fundamental ao médio, trabalhar tanto internamente como externamente contratadas por empresas.

Geralmente as reeducandas foram condenadas no regime fechado e já cumpriram 1/6 de suas penas ou mais, dependendo de cada situação processual. Todos os presos em semiaberto tem o direito as cinco saídas temporárias durante o ano. A unidade tem uma grande rotatividade de sentenciadas devido ao próprio regime que se encontra.

Os principais motivos que as levaram a cumprir a pena geralmente vem seguidos de histórias de companheiros, esposos ou filhos, que em situações adversas acabam se envolvendo também na criminalidade. O tráfico é o crime mais comum. A idade varia de 20 a 45 anos.

A unidade realiza diversas atividades de ressocialização com as sentenciadas. Desde a Frente de Trabalho que foi realizada em 2013 com a parceria da Semtre e Prefeitura de Piracicaba, até projetos como o "Sorriso Cidadão" Trailer Odontológico, com apoio do Sindicacato Metalúrgicos de Piracicaba. Além de cursos ofertados pelo Via Rápida onde as presas restauraram e pintaram Escola Estadual "Dr. Alfredo Cardoso".


Secretarias e Outros órgãos

Este site utiliza cookies para melhorar a sua experiência de navegação. Ao continuar navegando, você concorda com nossa política de privacidade.