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Projeto da EM Ida Francez Lombardi transforma terra em tinta e garante prêmio nacional

Projeto Cores da Nossa Terra uniu sustentabilidade e arte para transformar a escola e conquistar o 1º lugar no Prêmio Liga STEAM 2025

Por CCS / Publicado em 26/11/2025
Tempo de leitura: 6 minutos.
A imagem mostra um grupo de crianças em frente a um muro com uma pintura vibrante. As crianças, com idades variadas, estão vestindo uniformes escolares, a maioria em tons de branco e azul. Algumas estão sentadas na grama, enquanto outras estão em pé, posando para a foto. O muro serve como pano de fundo e apresenta uma arte de parede com a inscrição "CORES da NOSSA TERRA" em letras grandes e estilizadas. Há também uma citação em português que diz: "É PRECISO UMA ALDEIA INTEIRA PARA EDUCAR UMA CRIANÇA." A pintura no muro é em tons terrosos e abstratos, com elementos que lembram formas orgânicas. O ambiente parece ser ao ar livre, com grama verde cobrindo o chão e uma cerca ao fundo. O céu está nublado, o que sugere um dia com pouca luz solar. A atmosfera geral da imagem é alegre e comunitária, com as crianças expressando felicidade e colaboração.
Projeto foi desenvolvido pelos estudantes do 1º ano C da Escola Municipal Ida Francez Lombardi

Uma iniciativa que começou com o desejo de revitalizar a entrada da escola, cresceu, ganhou forma e se transformou em um trabalho de investigação, criação e sustentabilidade que envolveu toda a comunidade escolar. Esse é o projeto Cores da Nossa Terra, desenvolvido pelos estudantes do 1º ano C da Escola Municipal Ida Francez Lombardi, no bairro Santa Fé, e que foi nacionalmente reconhecido ao vencer o Prêmio Liga STEAM 2025.

A imagem mostra um muro com arte em relevo e pintura, com a inscrição "BEM VINDO" em letras grandes e brancas sobre um fundo marrom-avermelhado. O muro é decorado com formas abstratas em tons de laranja, amarelo e marrom, e alguns pontos vermelhos sobre um fundo branco na parte superior. À direita, as escadas que sobem o muro também são decoradas com os mesmos padrões. Há uma inscrição em português que diz "Lugar peixe onde o para", com mais texto abaixo, possivelmente nomes de lugares ou frases. Ao fundo, vê-se um edifício escolar com o nome "EE DOM EDUARDO MILAD KOAHAN" escrito na fachada, e um céu nublado. A grama verde e bem aparada cobre o chão em primeiro plano.
Mural do projeto Cores da Nossa Terra, feito com tintas de solo

O processo nasceu simples, mas rapidamente ganhou profundidade: entre descobertas, experiências e colaboração, o Cores da Nossa Terra se tornou mais do que um projeto escolar, virou uma forma de enxergar o bairro, a natureza e a própria criação artística com outros olhos.

Segundo a professora Letícia Godinho Silva, que coordenou o projeto com os alunos, tudo começou quando a turma pensou em desenvolver um projeto de reforma na frente da escola. Ela contou que os alunos queriam colorir o chão, fazer amarelinhas, quem sabe, até, criar uma horta. “Conversando sobre essa questão da pintura, pensamos: vamos precisar de muitas tintas. E chegamos à conclusão de que não seria sustentável. E como já tínhamos trabalhado, no começo do ano, a questão de identidade dos povos indígenas, produzindo tintas naturais com açafrão, tintas naturais com cúrcuma, os alunos pensaram em utilizar essa técnica. Isso deu a ideia para todo o projeto”, explicou.

A mulher sorri para a câmera em um vestido listrado azul e branco. Ela está em pé em uma sala com exposições em mesas e em um painel de exibição. O painel tem textos e imagens que parecem ser de um projeto escolar ou acadêmico. Há plantas penduradas no fundo, e um rack de madeira com vasos de plantas na parede. As mesas atrás dela exibem maquetes ou displays de projetos, possivelmente relacionados a ciências ou artes.
A professora Letícia Godinho Silva coordenou o projeto com os alunos

A pesquisa avançou para tintas de solo e outras alternativas naturais, com apoio de especialistas que forneceram amostras. “Testamos com repolho roxo, frutas, vegetais. A gente trazia, moía, misturava com cola e água, via o resultado e decidia se ia dar para usar”, lembrou. A tinta de solo se mostrou a mais eficiente – e ainda permitiu trabalhar a diversidade de terras do Brasil e do próprio bairro Santa Fé.

A imagem exibe uma mesa coberta com papel pardo, onde estão dispostos diversos recipientes com substâncias coloridas, possivelmente tintas ou pigmentos naturais. Cada recipiente está posicionado acima de uma pequena placa feita com palitos de picolé, onde o nome da substância está escrito. Na parte superior da mesa, há uma fileira de recipientes com tons terrosos, variando do marrom escuro ao laranja avermelhado. Abaixo deles, há placas com desenhos abstratos em tons de amarelo e marrom. Na parte inferior da mesa, há outra fileira de recipientes com cores mais variadas: um roxo, um azul escuro com um objeto redondo por cima, um verde claro e um laranja vibrante. Abaixo desses, estão as placas com os nomes escritos, como "REPOLHO ROXO", "AÇAFrÃO", "JENIPAPO", "AMORA", "RÚCULA" e "CURCUMA". Algumas placas apresentam desenhos simples, como pontos ou linhas, feitos com os próprios pigmentos.
Durante o desenvolvimento do projeto, os alunos fizeram diversos tipos de tinta

“Coletamos no bairro e na região, misturamos duas partes de solo, duas de água e uma de cola, e fomos criando.” Com isso, o projeto ganhou duas frentes: as maquetes baseadas em bioconstrução, feitas com materiais orgânicos, e o grande mural, feito em um muro nos fundos da escola, pintado com tintas de terra. “Ficou muito legal o produto final. A escola inteira se envolveu, a comunidade veio ajudar”, salientou Letícia.

APRENDIZADO – Para as crianças, o projeto possibilitou experimentar novas formas de criar, entender na prática a relação entre sustentabilidade e arte e descobrir que é possível produzir com materiais do próprio ambiente.

Para a pequena Livia Leme, todo o processo foi empolgante. Ela contou que aprendeu a “pintar o muro, pintar e fazer as casinhas” na maquete, usando as terras coloridas.

A imagem mostra uma menina sorrindo para a câmera, em primeiro plano. Ela veste uma camiseta branca com detalhes azuis nas mangas e um pequeno emblema no peito. O cabelo dela está preso em um rabo de cavalo. Ao fundo, há uma maquete elaborada, possivelmente um projeto escolar, com elementos que lembram uma paisagem, incluindo plantas em vasos, estruturas que parecem casas e um caminho com cercas de madeira. A iluminação sugere que a foto foi tirada em um ambiente interno, como uma sala de aula.
Para a pequena Livia Leme, todo o processo foi empolgante

“O que eu mais gostei de fazer foram as casinhas de argila”, acrescentou Enzo Gabriel da Silva Cunha.

A imagem mostra um menino sorridente em pé em uma sala, possivelmente uma sala de aula ou um espaço de atividades. Ele está vestindo um uniforme de futebol preto com detalhes em laranja, que inclui uma camisa com o número 10 e um brasão, e shorts com o mesmo brasão. O cabelo do menino é encaracolado e descolorido nas pontas. Ao fundo, há mesas com objetos dispostos sobre elas, como bandejas com plantas ou materiais, e prateleiras com decorações e fotos. A iluminação é clara, sugerindo um ambiente interno bem iluminado. O piso é de concreto polido. O foco principal da imagem é o menino, que olha diretamente para a câmera com uma expressão amigável.
Enzo Gabriel da Silva Cunha contou que o que mais gostou de fazer foram as casinhas de argila da maquete

Heloisa Vieira também destacou a importância da atenção com o meio ambiente, consciência aprendida durante o desenvolvimento do projeto. “A gente tem que cuidar da natureza”.

“A tinta de terra não faz mal para o meio ambiente, é muito bom tinta de terra. A gente fez de amora, de jenipapo, de vários tipos. Foi a coisa mais legal que eu aprendi na minha vida”, completou Heitor Amaral.

LIGA STEAM – O Prêmio Nacional Liga STEAM é realizado pela Fundação ArcelorMittal, com apoio técnico da Tríade Educacional, e tem o objetivo de fomentar a adoção da abordagem nas escolas brasileiras. Por meio de projetos que buscam solucionar problemas do cotidiano dos alunos, desenvolvidos em sala de aula, a abordagem promove a integração das áreas de ensino de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.

Como vencedora do 1º lugar, a EM Ida Francez Lombardi receberá R$ 10 mil destinados à professora responsável pelo projeto, R$ 10 mil para compra de equipamentos ou benfeitorias para a escola e R$ 5 mil revertidos para premiação dos estudantes.


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