aulas do piloto realizado na Escola Edilene Borghese

O Programa GCEP (Guarda Civil Educação é Prevenção) completa 10 anos de existência no próximo domingo, 02/10. Iniciado em um piloto na EM Professora Edilene Marli Borghese, no Parque dos Eucaliptos, o programa chega a uma década com atendimento de 6.120 crianças, de 35 escolas municipais e 1.100 pais em palestras direcionadas.

Desenvolvido pelo Pelotão Escolar da Guarda Civil, o programa ministra aulas semanais por quatro meses, abordando temáticas importantes e sensíveis como bullying, ciberbullying, drogas, violência doméstica, gravidez na adolescência, abuso sexual, vandalismo, perigos da internet, dicas de segurança, trânsito e maus-tratos aos animais. O programa também beneficia adolescentes de Escolas Estaduais por meio de palestras direcionadas e rodas de conversa. Este ano, 700 adolescentes prestigiaram o conteúdo levado pela Guarda as suas escolas.

Equipe durante uma das aulas Fabio

Para o prefeito Luciano Almeida, o GCEP é uma iniciativa que deve ser comemorada. "É uma iniciativa maravilhosa do Pelotão Escolar, por meio da qual passa uma mensagem importante para as crianças que estão em formação. É uma integração dos alunos com a nossa corporação, com a nossa Prefeitura e com os pais. E esta integração é fundamental para a formação destas crianças", afirma.

Luciano frisa a importância do programa na integração entre corporação, famílias e prefeitura

Desde sua criação, o programa foi aperfeiçoado, com aprimoramento gradativo do material didático e da formação das guardas educadoras, que se especializaram em abordar temáticas variadas em uma linguagem própria e acessível à faixa etária contemplada. De acordo com Alice Silva, coordenadora do Pelotão Escolar, este aprimoramento do recurso humano permite perceber a evolução das crianças do início ao fim do período. "Desde seu início, o programa GCEP vem evoluindo não somente na questão do material disponibilizado às crianças, mas também na capacitação das guardas educadoras, que realizaram pós-graduação e cursos envolvendo os temas trabalhados. Desse modo, somos capazes de perceber como é a evolução do início, nas primeiras aulas, até o final, depois de quatro meses de convivência. Elas melhoram sua percepção de mundo, o respeito ao próximo, a dizer 'não' ao que não é legal e aprendem como ser um multiplicador mirim. Desse modo podem transmitir o que aprenderam às pessoas de seu convívio, como a família, seus vizinhos, a comunidade", pontua.

IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO – Nestes anos de realização, a informação bem disseminada permitiu que crianças e adolescentes conhecessem os caminhos sobre os assuntos mencionados e pudessem realizar escolhas certas para uma vida adulta feliz e segura, conforme afirma o comandante da Corporação, Sidney Miguel da Silva Nunes "A disseminação de informações corretas sempre é uma ferramenta de prevenção. Abordar assuntos importantes como drogas, abuso sexual, violência contra mulher permite que as crianças conheçam o caminho certo a seguir e o que fazer quando estão diante de algumas destas situações", afirma Nunes.

Comandante Nunes aposta no conhecimento como ferramenta de prevenção

É o que também acredita Andréia Enedina Bettoni Colete, diretora da EM Adolfo Basile, beneficiada no primeiro semestre. "Hoje em dia nós temos a tecnologia de fácil acesso: aperta um botãozinho do celular e você encontra qualquer conteúdo. Mas que tipo de conteúdo? Na escola nós conseguimos abordar os assuntos e mostrar a real situação. Aqui são informações precisas, que a gente pesquisa junto com eles, segundo o interesse deles e eles têm a real informação, porque fake news e distorção de informações a gente sabe que tem de monte. E o momento deles é agora, que estão na escola, para ter esse conteúdo, aprender a ter este discernimento para depois, futuramente, saberem que caminho querem seguir", relata a diretora.

Andrea acredita que o conhecimento permite escolhas com liberdade

MUDANÇA DE PARADIGMA – A presença da Guarda Civil nas escolas desmistifica um pensamento sobre um papel meramente punitivo da corporação. "No início das aulas, eles ficam receosos, porque a visão que têm da força de segurança pública é uma visão mais punitiva. Mas, com o tempo, com o decorrer das aulas, eles percebem que nosso intuito é da prevenção, então há esta aproximação e uma mudança deste pensamento punitivo para o educativo e há esta empatia das crianças conosco", explica Alice.

GRATIDÃO – Kauany Pereira dos Santos, aluna da EM Adolfo Basile, e Irene, sua mãe, são só gratidão pela passagem do GCEP na trajetória delas. "Este projeto é muito importante. Minha filha sempre chegava em casa falando das palestras. Particularmente, para a nossa família, eu tenho muita gratidão. Nós estávamos passando por momentos complicados, a cabeça dela estava uma bagunça. Aí ela assistiu as palestras, assistiu aos vídeos e fez um 'boom' na cabeça dela. Ela ficou mais confiante, conseguiu lidar com os conflitos e, por isso, eu tenho muita gratidão", frisou

Kauany e Irene tem gratidão pelos ensinamentos que o programa proporciona

"O Gcep foi muito importante para mim, me ajudou em várias coisas, a entender. Eu gostei muito do tema sobre maus-tratos aos animais e sobre drogas. Tudo que o GCEP ensinou eu vou passar para os outros, vou levar para minha vida e nunca vou esquecer. Obrigada GCEP", declarou Kauany.

Gratidão também é o sentimento do subinspetor Narzi Alves Novaes, que gestou o programa. "Como um dos idealizadores do GCEP, eu fico feliz em ver ele se tornar uma política pública duradoura e estruturada".

Palestra direcionada para pais em 2015

COMO TER O GCEP NA ESCOLA? – Para que uma escola seja contemplada, a direção escolar deve formalizar o desejo por meio de ofício por e-mail ao comando da corporação, que defere ou não levando em conta a demanda. O e-mail da Guarda Civil é gcm@piracicaba.sp.gov.br

Material Didático foi aprimorado gradativamente