O prefeito Barjas Negri, o secretário de Saúde, dr. Pedro Mello, e coordenadores do Programa de Residência Médica fizeram, nesta tarde (23), no gabinete do prefeito, a entrega simbólica de certificados de conclusão de curso para a primeira turma de formandos na rede municipal de saúde.

Cinco médicos se especializaram nas seguintes áreas: Julia Villa Rios Borin (Clínica Médica), Sarah Mazutti Hortense (Clínica Médica), Monna Lisa Araujo Gomes Chavez (Pediatria), Carolina Antonialli Molina (Pediatria) e Guilherme Mandu Ferraz de Arruda (Medicina do Trabalho).

Participaram também da cerimônia médicos coordenadores, preceptores e alunos das novas turmas. Houve relatos sobre experiências durantes os dois anos de estudos e foi enfatizado o potencial de fortalecimento da cidade como polo de formação médica.

O Secretário de Saúde, dr. Pedro Mello, recordou o longo processo para se formatar a Residencia Médica em Piracicaba, dentro das exigências do Ministério da Educação (MEC), e do trabalho integrado da equipe de coordenação.

O médico Rogério Tuon e a dra. Anay Ferrer, coordenadores do Programa de Residência Médica, contaram um pouco da história de criação do programa, idealizado em 2006, mas com abertura dos cursos apenas em 2015.

A Residência Médica tem por objetivos formar médicos especialistas em diversas áreas, qualificar a rede de atenção em saúde e aumentar a resolução e satisfação dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

O ensino-aprendizado é caracterizado por treinamento dos médicos residente em serviço, com orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional.

Monna Lisa de Araújo Gomes Chavez, natural de João Pessoa, PB, escolheu a pediatria. Segundo ela, o curso foi extremamente positivo e vem melhorando a cada dia. “Conseguimos o respeito por onde passamos na rede de saúde. Muitos profissionais contribuíram para este sonho se tornar realidade”, disse.

Ela aproveitou a ocasião para tecer elogios ao médico Rogério Tuon, pediatra da rede, e coordenador do Pacto Pela Redução da Mortalidade Infantil em Piracicaba. “Ele lutou muito pela Residência Médica. Tem todo o nosso carinho, respeito e reconhecimento. Nunca desistiu, nunca desanimou. Sempre, com um sorriso no rosto, acreditou que tudo seria possível”.

Monna Lisa elogiou também a horizontalidade da rede e a relação entre os diversos setores de atendimento. “A horizontalidade da rede foi fundamental para o desenvolvimento dos nossos estudos. Senão ficaríamos restritos apenas aos hospitais. Conseguimos entender tudo que ocorre em seu entorno, como funciona cada setor. Passando por estágios em hospitais, PSF, CRABS, UPAS, Centro de Reabilitação, ambulatórios, além de trabalharmos com a ajuda de vários profissionais de outras áreas-trabalho, com equipes multidisciplinares”, explicou.

Para a médica, no último ano de curso houve muitas conquistas. “Conseguimos ter vínculos sólidos com preceptores da rede dispostos a entrega total e compromisso com a nossa residência médica. Tivemos encontros teóricos semanais, uma demonstração de responsabilidade com os serviços. Realizamos plantões semanais, que fazem parte da carga horária, seguindo criteriosamente o que é exigido pelo MEC, sem sobrecarga de horas ou exploração do profissional”.

Se valeu a pena? “Sim, valeu a pena. E tenho a certeza de que cada ano será muito melhor que o anterior para a Residência Médica”. Monna Lisa faz também uma crítica: “Acredito apenas que deveria existir um preceptor para acompanhar diariamente no hospital, para se tornar algo mais acadêmico e construtivo. O que enriqueceria muito a Residência Médica de Piracicaba”, concluiu. Terminada essa etapa, Monna Lisa segue agora para uma subespecialidade com duração de mais dois anos. Trata-se de pneumonologia infantil, na Unicamp, muito concorrida, por sinal. E ela já foi aprovada.

Julia Lilla Rios Borin veio de Araras para fazer clínica médica. “ O curso foi muito bom. Organização e preceptores excelentes. Infraestrutura do hospital, muito boa. Com certeza, valeu a pena”. Porém, a residente também fez algumas observações. “Por se tratar de um programa novo, há alguns pontos a serem melhorados, como encontrar mais especialistas dispostos a fazer ambulatórios, um local para discutir casos e ter aulas in loco”, observou.

A residente disse ainda que no início foi um pouco difícil “devido à dificuldade em perceberem que éramos médicos residentes. Por não saberem exatamente o que estávamos fazendo no hospital onde ocorreu o estágio, houve certa resistência de início, inclusive pelos colegas de trabalho. Mas aos poucos, tudo foi se resolvendo”

Ela escolheu Piracicaba por ser perto de sua cidade de origem, por ser “ótima para morar, de fácil acesso e locomoção, e tranquila”. Quanto ao hospital em que fez a residência “sempre teve ótimas referências. Tem tudo o que é preciso para nos especializarmos”, disse. Júlia cobra, inclusive, que sejam abertas novas especialidades em Piracicaba. Tanto é que ela parte agora para uma nova residência, na subespecialidade cancerologia clínica, na PUC de Sorocaba.

Guilherme Mandu Ferraz de Arruda, que fez medicina do trabalho, engrossa o coro dos satisfeitos com a Residência Médica. “Em minha avaliação, o curso foi muito bom. No início surgiram dificuldades, mas depois tudo foi se acertando e tivemos um ótimo desempenho”. Segundo ele, um dos pontos fortes do curso foi, principalmente, a parte prática. “Como, por exemplo, no atendimento dos trabalhadores, o conhecimento do ambiente de trabalho e o trabalho real dos mesmos”.

Mandu escolheu Piracicaba porque, na ocasião em que as inscrições para a Residência Médica foi aberta, ele estava na cidade. “Eu estava morando e trabalhando aqui”, afirmou. Sem destacar pontos específicos, teceu elogio a tudo o que vivenciou e fez questão de destacar: “Esse estudo mudou a minha visão sobre o mundo do trabalho e a saúde dos trabalhadores”. O especialista tem planos de continuar trabalhando na cidade ou região.

Dra. Julia Villa Rios Borin com o secretário de Saúde, dr. Pedro Mello

Dra. Carolina Antonialli Molina, com o prefeito Barjas Negri

Dr. Guilherme Mandu Ferraz de Arruda, com a Dra. Anay Ferrer

Como funciona a Residência Médica – A Residência Médica, da Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba, tem por objetivos formar médicos especialistas em diversas áreas, qualificar a rede de atenção em saúde e aumentar a resolução e satisfação dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O ensino-aprendizado é caracterizado por treinamento em serviço, com orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional.

Os médicos residentes trabalham em diversos locais que compõem a rede, sempre com supervisão e orientação de um médico preceptor. Os estágios acontecem nas unidades de PSF, UBS, Centro de Especialidades, Unidades de Pronto Atendimento, CPAN, CEREST, COT e outros, além do Hospital dos Fornecedores de Cana e da Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba.

Também podem passar em estágios opcionais fora de Piracicaba, se for área de interesse e em local de reconhecida qualidade. Além do treinamento em serviço, os jovens médicos têm atividades teóricas de ensino, conforme preconizado pela Comissão Nacional de Residência Médica.

Ao final, cada médico residente recebe o diploma e passa a ser reconhecido como médico especialista na área escolhida. Até o momento, os programas de Residência Médica oferecidos em nosso município são: cirurgia geral, ortopedia e traumatologia, urologia, médico de família e comunidade, pediatria, clínica médica, ginecologia e obstetrícia, medicina do trabalho e cardiologia. Para ter acesso às vagas é preciso passar por um concurso público.