Presidente do Inep abre 10ª Jornada Pedagógica
Baseada em três importantes pontos que norteiam os rumos da educação brasileira atualmente – a reforma do Ensino médio, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o ajuste da avaliação no trabalho pedagógico – a presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Maria Inês Fini, abriu nesta segunda-feira, 16/10, a 10ª Jornada Pedagógica, no auditório da Secretaria Municipal de Educação (SME). O evento, que segue até sexta-feira (20), é realizado pela Prefeitura, por meio da SME, e voltado aos professores, diretores, coordenadores e supervisores da rede municipal de ensino, com palestras, discussões e apresentações de trabalhos/projetos.
A presidente do Inep, Maria Inês Fini
Antes da palestra de Maria Inês Fini, com o auditório da SME cheio, o prefeito Barjas Negri deu as boas-vindas aos participantes, ao lado da secretária de Educação, Angela Jorge Corrêa, do vereador Marcos Abdala, e de Salvia Barella Medina e Sandra Perina, coordenadoras do ensino fundamental e da educação infantil da Rede Municipal, respectivamente.
Barjas parabenizou todos os envolvidos na realização de mais uma Jornada e falou sobre os avanços da educação no município. O prefeito lembrou que a educação cresce de forma planejada e com qualidade, prova disso foi o primeiro lugar, entre os 100 municípios brasileiros com mais de 200 mil habitantes, incluindo as capitais, em pesquisa realizada pela Macroplan e divulgada em março deste ano. "A metodologia foi muito boa para nós, porque analisou os avanços na última década. É um prêmio que tem de ser partilhado com cada membro da educação. O primeiro lugar na educaçao é muito mais importante do que o segundo em gestão (a cidade ficou nessa posição na mesma pesquisa). Não é fácil juntar 3.000 pessoas em um evento, como aconteceu nesta Jornada, que foi sucesso em todas as edições", comemorou.
Salvia Barella Medin, Barjas Negri, Angela Corrêa, Marcos Abdala e Sandra Perina
O prefeito também saudou Maria Inês, com quem compôs a equipe do então ministro da Educação, Paulo Renato, há 20 anos. "Trabalhamos para colocar a educação brasileira nos eixos, em questões como avaliação, reestrutura de livros didáticos e do currículo e financiamento", disse Barjas, que, na época, foi o responsável pela criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e Valorização do Magistério (Fundef), que em 2006 foi substituído pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
O prefeito Barjas Negri discursa durante a abertura do evento
A secretária Angela avaliou a Jornada como um momento importante, já que se trata do 10º ano de um projeto de formação continuada dos docentes da Rede, que a cada ano ganha corpo. "Trazer a Maria Inês para fazer uma palestra para os nossos docentes é motivo de grande satisfação e de crescimento científico", disse a secretária. Segundo Angela, Piracicaba possui uma ótima infraestrutura educacional e está preparada para as mudanças no ensino. "Estamos bem nessa área de educação básica. É claro, vamos precisar nos adaptar ao que está por vir, mas nada será impossível", acredita.
Público participante lotou o auditório da SME
ATUALIZAÇÃO E COMPARTILHAMENTO – Em sua palestra, intitulada A Influência da BCNN e da Avaliação em Larga Escala no Trabalho Pedagógico, Maria Inês Fini passou aos docentes presentes informações importantes sobre a reforma do Ensino médio, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o ajuste da avaliação.
Ela defendeu a reforma do Ensino Médio proposta pelo Governo Federal, que flexibiliza a grade curricular e dá outra arquitetura para aos currículos. "Ela permite que as escolas e as redes tracem seus currículos de maneira que os jovens poderão escolher com liberdade a área de conhecimento que ele mais gostaria de concentrar seus estudos, a partir da metade do ensino médio", observou.
A BNCC também irá colocar a educação brasileira em uma posição privilegiada, segundo Maria Inês. A Base, que já está no Conselho Nacional de Educação, depois de passar por audiências nas cinco regiões brasileiras, é um documento de caráter normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais para todos os alunos e que deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino nos Estados, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. "Pela primeira vez o Brasil vai ter, com clareza, a compreensão do que é direito das nossas crianças e jovens aprenderem. Brasileiros de todas as partes do país vão ter a mesma oportunidade de aprender aquilo que está previsto para eles nessa BNCC. Há todo um desenho desses direitos de aprendizagem ano a ano, com uma garantia de progressão. Ela não é um currículo, mas é uma referência para que todos os currículos brasileiros seja construídos e adaptados a partir dessa BNCC", explicou.
E, a partir do momento que a BNCC for aprovada, o que deve ocorrer em dezembro deste ano, de acordo com Maria Inês, haverá ótima referência para fazer os ajustes no sistema de avaliação. "Quem deve mandar na avaliação é o currículo. A partir do momento em que essa Base for aprovada, as secretarias estaduais farão essas adaptações e as escolas brasileiras reformularão seus currículos. E o Sistema de Avaliação da Educação Básica(Saeb), a ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização), o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que o Inep faz, todos os nossos exames, se adaptarão a essa base, porque nós avaliamos efetivamente o que ensinado em nossas escolas", disse.
"Por isso digo que é um momento privilegiado da educação brasileira, com uma nova arquitetura de currículo e uma oportunidade para tornarmos bastante claro aquilo que se ensina e aquilo que se avalia", concluiu Maria Inês.