Hoje, 25 anos depois do início de sua desapropriação, foi paga a última parcela, de R$ 4,899 milhões, da dívida do Engenho Central: R$ 23,8 milhões. Esse valor garante ao município a propriedade em definitivo do imóvel. Além disso, desde 2005, a Prefeitura já investiu R$ 21,2 na restauração de prédios e melhoria da infraestrutura.

A informação da liquidação da dívida é dos secretários José Admir Moraes Leite (Finanças) e Milton Sérgio Bissoli (Procurador-geral). O acordo, com o Grupo Silva Gordo, foi finalizado em 2008 para quitação em cinco anos. Para o prefeito Barjas Negri, o pagamento da última parcela marca definitivamente a conquista de um dos principais patrimônios arquitetônicos da cidade. “Agora, podemos afirmar que o Engenho Central é do povo de Piracicaba” afirmou Barjas.

Como lembra o procurador Bissoli, no início deste governo, em 2005, a Prefeitura sofreu dois seqüestros de rendas, um deles devido ao não pagamento da dívida do Engenho Central, que acabou revertido junto ao Tribunal de Justiça do Estado. A partir dali, o prefeito começou a negociar o pagamento da desapropriação junto ao Grupo Silva Gordo.

O prefeito Barjas Negri lembra que, na época, a proposta da Administração foi mostrar interesse em negociar o pagamento do precatório de desapropriação, mas dentro da realidade financeira da Prefeitura e do imóvel. “A Administração mostrou que honra os seus compromissos e pretendia resolver definitivamente a situação do Engenho”, disse ele.

Para o secretário de Finanças, José Admir Moraes Leite, foi o aumento da receita, aliado à contenção de gastos que provocou o equilíbrio financeiro, permitindo à Prefeitura o pagamento regular dos débitos com seus credores nos últimos anos, como aconteceu com o precatório do Engenho Central, situação que se arrastou por anos.

INVESTIMENTOS

Além do pagamento total do precatório, a Prefeitura também investiu nos últimos anos cerca de R$ 21,2 milhões na restauração de prédios e na infraestrutura completa do Engenho Central, desde a instalação de piso intertravado até a implantação de redes subterrâneas de água, esgoto, energia e internet.

Uma das primeiras obras foi a restauração do prédio do Salão Internacional do Humor (barracão 14), seguido dos serviços de infraestrutura, como o piso (22 mil m2). Depois, numa parceria com as entidades que promovem o Simtec (Simpósio Internacional de Tecnologia) foram reformados, restaurados e adaptados todos os sanitários.

Com recursos da Prefeitura, foram restaurados parcialmente os barracões 9, 10 e o 14-A passou por restauro integral. Hoje, nesse armazém, que fica em frente à passarela pênsil, funciona o Centro Administrativo do Engenho.

O maior desafio até o momento tem sido a construção do 2.º Teatro Municipal “Erotides de Campos”, que está na fase final. O barracão 6 foi o escolhido para abrigá-lo, com a condição de que sua arquitetura não fosse descaracterizada. Mas, a grande novidade desta obra que acomodará, internamente, 422 pessoas em platéia de formato elisabethano, é que o palco se intercomunica com uma praça de eventos, o que permitirá abrigar grandes espetáculos, utilizando o mesmo espaço.

Além disso, o Engenho terá também a segunda passarela pênsil, que está em execução, na altura da rua Moraes Barros. Mais recentemente teve início a construção do Museu do Açúcar (barracões 7A, 7B e 5), por meio de parceria da Prefeitura com o Instituto Brasil Leitor, que com incentivo da Lei Rouanet fará investimentos estimados em R$5 milhões. O IBL será o responsável pela coordenação e execução geral do projeto.

PÚBLICO

Com investimentos na melhoria da infraestrutura, principalmente o novo piso, foi possível acomodar melhor o público, sobretudo as mulheres, os idosos e os portadores de deficiência. Na Festa das Nações, por exemplo, o público ultrapassa 80 mil pessoas; na Paixão de Cristo é superior a 15 mil; nos grandes eventos culturais, como na Virada Cultural, varia entre 8 e 12 mil pessoas. O Engenho, nos finais de semana, é visitado por 4 a 5 mil turistas ou moradores de Piracicaba.

BEIRA RIO E MIRANTE

Investimentos como a 3.ª etapa do projeto Beira Rio e o Parque do Mirante completam o Engenho Central. A nova etapa do Beira Rio promoverá a revitalização entre a Casa do Povoador, Museu da Água até rua Luiz de Queiroz. O Parque do Mirante também vem sendo recuperado, além de ganhar sistema de monitoramento eletrônico.

Numa primeira etapa, um dos salões do Parque do Mirante foi transformado na sede do Núcleo de Educação Ambiental e outro, após reforma, abrigará o Aquário Municipal, com mais de dois mil peixes de todas as espécies que viviam no rio Piracicaba nos anos de 40, 50 e 60.