A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), apresentou hoje, 13/09, no Anfiteatro do Centro Cívico, os resultados do Censo Municipal da População em Situação de Rua de Piracicaba 2021, primeiro estudo estruturado desta maneira do segmento realizado no município. A realização do Censo é uma parceria da Smads com o Centro Regional de Registro e Atenção aos Maus Tratos na Infância (Crami) e com a empresa Indsat (Indicadores de Satisfação dos Serviços Públicos); e teve como objetivo identificar o perfil socioeconômico das pessoas em situação de rua e a utilização dos serviços públicos, reunindo informações a respeito do cotidiano desta população diante do cenário atual de pandemia. Realizado em campo entre os dias 20/07 e 17/08/2021, o estudo localizou 234 pessoas em situação de rua, das quais 198 responderam ao questionário completo aplicado pela equipe de educadores sociais do Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social) do município e que são a base para os dados apresentados. Os dados coletados possibilitaram a compreensão da realidade dessa parcela da população e irão subsidiar a elaboração no Plano Municipal da População em Situação de Rua, pelo Comitê PopRua, composto pelo poder público e sociedade civil, e também a avaliação dos serviços e programas oferecidos atualmente a essa população. Piracicaba já havia participado de uma pesquisa nacional sobre a população em situação de rua, em 2009, além de outras pesquisas realizadas pelas equipes da Assistência Social. Mas é a primeira vez que o município realiza um Censo nesses moldes.

Paulo Ricardo Gomes, da Indsat, apresentando os dados do Censo

Presente na apresentação, o prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida, frisou o grande desafio em relação ao tema e espera que os dados auxiliem no planejamento de curto, médio e longo prazo para enfrentamento da situação.

Para a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Euclidia Fioravante, o censo é muito importante para qualificação das políticas públicas e servirá como base para a elaboração do Plano Municipal da Política da Pessoa em Situação de Rua e para o reordenamento dos serviços de atendimento à população em situação de rua.

Paulo Ricardo Gomes, sócio-proprietário da Indsat, lembrou que existem poucos estudos da população em situação de rua no Brasil. “Se você procurar na internet, verá poucas cidades têm informação sobre esta população marginalizada”, disse Gomes. O desenvolvimento do censo se deu por uma metodologia construída pela equipe de pesquisa formada pela Smads, Crami, Seas e Indsat, unindo a experiência no atendimento às pessoas em situação de rua e especialização em pesquisa e gestão de informações.

Prefeito Luciano Almeida fala sobre importância de planejamento de curto, médio e longo prazo

RESULTADOS – Do universo de 198 pessoas que responderam a integralidade do questionário, 84,8% querem sair das ruas; 54,5% não são de Piracicaba, mas 74,7% moram no município há mais de cinco anos. O grupo é formado na sua maioria por homens (84,7%), pretos e pardos (57,6%), com ensino fundamental (63,1%). O motivo que os levou às ruas, em 35,3% dos casos, é conflito familiar, seguido pela dependência ao álcool (21%) e outras drogas (19,1%). Das pessoas que estão nas ruas atualmente em Piracicaba, 32,3% estão nas ruas há menos de dois anos e 25,8% não possuem mais nenhum contato com familiares; 47,8% vivem com menos de R$ 7 por dia e 23,7% possuem algum tipo de deficiência e 61,6% tem entre 31 e 50 anos. Dos entrevistados, 97,6% tem acesso a algum serviço ou política pública.

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