A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria da Ação Cultural (Semac), realiza amanhã, 29/07, a partir das 11h, programação especial para celebrar os cem anos da Estação da Paulista. O evento terá uma solenidade com o prefeito Luciano Almeida e secretários, representantes da sociedade civil e do município, e com os patronos da Estação, que receberão homenagem.
A comitiva oficial, porém, sairá da Estação de Tupi, que também completa cem anos nesta sexta, às 9h, em direção à Paulista.
“A Estação da Paulista é um dos principais símbolos históricos do município e muito mais que um cartão-postal. Esse espaço transborda em história no que diz respeito ao desenvolvimento da cidade e do estado, pois é referência para o comércio e cultura de nossa Piracicaba, e também teve destaque como ponto de partida para combatentes na Revolução Constitucionalista de 1932”, comenta Hermes Balbino, ordenador de despesas da Semac. Centenário da Estação da Paulista terá solenidade especial (Foto: Isabela Borghese)
Além da solenidade, haverá apresentação musical da banda União Operária e lançamento do livro Centenário da Paulista, do ilustrador Antonio Godoy – o livro aborda história que mescla ficção e datas comemorativas da Estação da Paulista.
PATRONOS – Na sequência, os patronos da Estação receberão homenagens pelos serviços prestados à companhia ferroviária e ao município.
Um dos homenageados será Reinaldo Butinhão, que atuou como supervisor de linha na Estação da Paulista entre os anos de 1964 e 1991. Segundo Butinhão, o trabalho era pesado, mas era muito satisfatório. “A gente trabalhava bastante, mas gostava do serviço. Era uma época muito boa. Fico feliz com essa homenagem porque é uma celebração do passado, de um lugar que foi bom para todos, para a cidade”, diz. Reinaldo Butinhão trabalhou como supervisor de linha na Estação da Paulista de 1964 até 1991 (Foto: Isabela Borghese)
Também serão homenageados Antônio Luiz Faelis, supervisor de linha da Ferrovia Paulista de 1969 a 1996, e Antonio Polizel, manobrador da estação de 1964 a 1993.
A pianista Maria Dirce de Almeida Camargo, que dá nome ao Armazém Cultural da Estação da Paulista, também será homenageada. Falecida em 1998, Maria Dirce teve papel importante na cultura piracicabana. Participou ativamente da fundação da Sociedade de Cultura Artística e, em 1953, com o casal Mahle, fundou a Escola Livre de Música Pró Arte de Piracicaba, a qual dirigiu por muitos anos. Ajudou a formar a primeira Orquestra Infantil de Piracicaba, em 1955.
Foi casada com Joaquim Cypriano de Camargo e teve quatro filhos, entre eles, Antonia de Almeida Camargo. “Minha mãe, em sua juventude, muitas vezes saía sozinha de Piracicaba para estudar música na capital e os trens que partiam da Estação da Paulista eram os únicos meios de transporte. Então, a história de minha mãe foi desenhada em conjunto com a história da Estação porque a vida dela passou muitos anos por ali”, conta Antonia. Maria Dirce de Almeida Camargo, pianista piracicabana, será também homenageada no centenário da Estação da Paulista (Foto: Acervo pessoal Antonia de Almeida Camargo) O Armazém da Cultura da Estação da Paulista recebeu o nome de Maria Dirce de Almeida Camargo (Foto: Isabela Borghese)
Outra personalidade homenageada será José Nassif (já falecido), pelos relevantes serviços prestados ao povo piracicabano. Filho de imigrantes libaneses, Nassif foi um homem presente no comércio piracicabano, atuando especialmente no bairro Paulista. “A família Nassif adquiriu em Piracicaba, em 1938, um sobrado na rua do Rosário, esquina com a avenida Dr. Edgar Conceição. Esse sobrado tinha sido o primeiro a ser construído na Paulista, em 1934”, explica João Umberto Nassif, filho de José Nassif. Estação do Idoso da Estação da Paulista recebeu o nome de José Nassif, um dos patronos homenageados no centenário (Foto: Isabela Borghese)
Após a aquisição da residência, José Nassif passa a atuar ativamente no bairro, como comerciante e também como orientador para muitos moradores das redondezas. Uma curiosidade narrada por João Umberto é que a primeira agência bancária do bairro Paulista (Nossa Caixa, Nosso Banco), foi uma conquista alcançada graças aos esforços de seu pai. “A Estação da Paulista, dentro de todo esse enredo, foi uma revolução para Piracicaba, porque foi o primeiro grande passo para o progresso não apenas da Paulista mas da cidade toda. Essa homenagem, que recebo em nome de nossa família, é muito gratificante. É também uma homenagem, um reconhecimento a Piracicaba”, ressalta.
A ESTAÇÃO DA PAULISTA – Inaugurada em 1922, a Estação da Paulista recebeu esse nome para diferenciar da Sorocabana, que ficava há apenas dois quilômetros de distância. Sua construção teve início em 1916, pela Cia. Paulista de Estradas de Ferro, em terreno doado por João Baptista da Rocha Conceição, médico e ex-vereador de Piracicaba. Construção da Estação da paulista; na imagem consta a data de 16-05-1922 (Foto: Acervo IHGP)
Transportou passageiros até o ano de 1977, ficando apenas com o transporte de cargas. Funcionou até a década de 1990, quando houve o encerramento dos cargueiros e, consequentemente, da Estação e da linha férrea. Atualmente é mantida pela Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal da Ação Cultural (Semac), como espaço para o desenvolvimento de atividades culturais. Estação da Paulista funcionou para passageiros até 1977 e para cargas até a década de 1990 (Foto: Acervo IHGP) Instalação dos trilhos da Paulista; construção ocorreu entre os anos de 1916 a 1922, quando foi inaugurada (Foto: Acervo IHGP) Os trens da Estação da Paulista transportaram passageiros até o ano de 1977 (Foto: Isabela Borghese)