A partir da próxima segunda-feira, 22/08, a Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vai abrir o primeiro Centro de Atendimento e Testagem para Monkeypox (CAT-MPX) no Crab (Centro de Referência da Atenção Básica) Vila Cristina. O objetivo é o diagnóstico precoce da doença e bloquear a cadeia de transmissão do vírus na cidade por meio do acolhimento, atendimento, notificação, testagem e, principalmente, avaliação médica. O funcionamento será em horário especial e diferenciado da rotina, sendo das 17h às 20h30. "Além da Covid-19, também estamos atentos aos casos da monkeypox. Nossas equipes estão organizadas e alinhadas para melhor atender a população seguindo todas as orientações vindas do Estado e do Ministério da Saúde", disse Filemon Silvano, secretário de Saúde.

Conforme explica Tatiana Bonini, coordenadora de enfermagem do DAB (Departamento de Atenção Básica), esta será a principal porta de entrada para atendimento de pessoas com sintomas suspeitos para Monkeypox (varíola símia). "Além disso, as Unidades de Saúde realizarão o monitoramento telefônico diário das pessoas com sintomas suspeitos e de seus familiares".

Karina Corrêa Contiero, enfermeira do Centro de Vigilância em Saúde (Cevisa), reforça que a ideia do CAT-MPX é que os casos que apresentem lesões de pele ou mucosas e/ou outros sintomas característicos da doença "procurem o atendimento neste local, que contará com equipe multidisciplinar com médico, enfermeiros, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde, para atendimento exclusivo de Monkeypox".

Nesta semana, a SMS concluiu a capacitação de 240 profissionais de saúde sobre atendimento de casos suspeitos de Monkeypox. O treinamento foi realizado com profissionais da rede de Atenção Básica – médico clínico geral, enfermeiros, ginecologistas, pediatras e dentistas – e teve entre os assuntos abordados: fluxo de atendimento, avaliação clínica, sintomas da doença com diagnósticos diferenciais, coleta dos exames, notificação, agilidade de diagnóstico, acondicionamento das amostras e sinais de alerta e monitoramento dos casos suspeitos e contactantes familiares. A ação foi desenvolvida pelos departamentos de Atenção Básica (DAB) e de Vigilância Epidemiológica e do Cedic (Centro de Doenças Infectocontagiosas).

Karina enfatiza que a proposta da capacitação atende o cenário atual. "Estamos preparados para lançar mão de outras estratégias caso haja o aumento expressivo de novos casos. Sendo assim, a capacitação prepara a rede de assistência para o atendimento e monitoramento dos casos suspeitos e confirmados, a fim de realizar o diagnóstico o mais precocemente possível, reduzindo assim a cadeia de transmissão", destaca.

Cerca de 240 profissionais de saúde foram capacitados para atendimento de casos de monkeypox

CASOS – Até às 12h desta sexta-feira, 19/08, Piracicaba tem oito casos confirmados e 20 casos suspeitos (aguardando confirmação laboratorial). Entre os casos confirmados estão uma criança de 01 ano (sexo feminino) e 07 homens com idade de 23, 24, 26, 27, 29, 35 e 38 anos, seguindo a mesma tendência apresentada no cenário mundial quanto ao perfil desses pacientes, ou seja, a maioria adultos do sexo masculino com idade inferior a 40 anos. Três evoluíram para cura e os demais seguem sob monitoramento da Vigilância Epidemiológica.

CUIDADOS – Para se prevenir da Monkeypox é necessário tomar alguns cuidados muito importantes, como evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele; reduzir o número de parcerias sexuais nesse momento; evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença; fazer a higienização das mãos com água e sabão e uso de álcool em gel; não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, objetos pessoais ou brinquedos sexuais; fazer o uso de máscaras, protegendo contra gotículas e saliva, entre casos confirmados e contactantes.

O principal sintoma é o surgimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas que podem aparecer em qualquer parte do corpo – rosto, dentro da boca, região genital, ânus, mãos, pés, pernas braços, pernas, tronco. Além disso, as pessoas podem apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, "ínguas" (linfonodos aumentados), calafrios, cansaço e dores musculares.

O período de incubação do Monkeypox é tipicamente de 6 a 16 dias, mas varia de 5 a 21 dias. O período de transmissibilidade ocorre a partir do início dos sintomas até o desaparecimento das lesões (feridas). "A pessoa com suspeita ou confirmação de Monkeypox só deverá sair do isolamento domiciliar após total cicatrização das lesões. Essas pessoas são monitoradas e antes do retorno às atividades, passam por novo atendimento médico", conclui a enfermeira Karina.

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