Seas aplicando questionário à pessoas em situação de rua
A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), em parceria com o Centro Regional de Registro e Atenção aos Maus Tratos na Infância (Crami) e Indicadores de Satisfação dos Serviços Públicos (Indsat), iniciou o Censo Municipal da População em Situação de Rua 2023. A realização do Censo Pop Rua a cada dois anos segue o planejamento da Smads e tem como objetivo obter dados atualizados que possam contribuir para a qualificação e mudanças necessárias nos serviços voltados a essa população.
Os questionários são aplicados por educadores sociais do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas), nos serviços da Assistência Social –, Centro Pop, Núcleo de Acolhimento, casa de passagem para pessoas adultas em situação de rua, Núcleo de Apoio Social Novos Caminhos –, e em pontos estratégicos de maior concentração de pessoas em situação de rua. Após a aplicação, os dados serão compilados pela equipe da Indsat.
A base de dados sistematizada e atualizada, com a contagem e caracterização do público, subsidiará o diagnóstico, planejamento e avaliação de políticas públicas voltadas às populações vulneráveis, a partir de análises comparativas.
“Além da atualização de dados sobre a população em situação de rua, o município conta com o Comitê Pop Rua para o monitoramento e ações que garantam o acesso aos serviços públicos e já estamos, com os municípios de Limeira e Rio Claro, estudando a criação de um Comitê Intermunicipal composto por representantes dos municípios da Região Metropolitana de Piracicaba para pensar, debater e elaborar metodologias e fluxos de trabalho dos serviços voltados à população em situação de rua”, explica Euclidia Fioravante, secretária da Smads.
Rosimeire Bueno Jorge, superintendente da Proteção Social Especial da Smads, salienta a importância dos dados atualizados para o reconhecimento amplo da realidade social pelas equipes que atuam diretamente com as pessoas em situação de rua, bem como, para a constante avaliação e revisão dos serviços e fluxos de atendimento voltados a esse público.
A realização do Censo Pop Rua 2023 visa traçar o perfil socioeconômico das pessoas em situação de rua e a forma de utilização e acesso aos serviços da Assistência Social e de outras políticas públicas, identificando as vivências do cotidiano desta população. “Essa ação proporcionará à gestão pública, compreender o cenário atual das pessoas em situação de rua pós-pandemia e buscar, a partir da análise do resultado do censo, auxiliar a Assistência Social e outras políticas públicas na formulação e avaliação de seus serviços e programas de atenção a essa população”, reforça Euclidia.
Até o momento, foram aplicados cerca de 70 questionários às pessoas em situação de rua localizadas nos serviços da Assistência Social, praça José Bonifácio e outros locais que serão acessados outras vezes, para a coleta de dados.
Após conclusão do Censo Pop Rua 2023, assim como o Censo Pop Rua 2021, os dados ficarão disponíveis no site da Smads, podendo ser base para outras pesquisas e análises.
COMITÊ INTERMUNICIPAL – A criação de um Comitê Intermunicipal está em discussão entre as cidades de Piracicaba, Limeira e Rio Claro, com abrangência para todos os municípios da Região Metropolitana de Piracicaba (RMP). O objetivo é pensar a política pública, com elaboração de metodologia e fluxos de atendimento nos serviços públicos, para pessoas em situação de rua que transitam de uma cidade a outra.
DADOS 2021 – Em setembro de 2021, a Prefeitura apresentou o Censo Municipal da População em Situação de Rua de Piracicaba, primeiro estudo do segmento, estruturado desta maneira no município. A pesquisa realizada diante do cenário de pandemia, localizou 234 pessoas em situação de rua, das quais 198 responderam ao questionário completo.
De 198 pessoas que responderam a integralidade do questionário, foi identificado que 84,8% querem sair das ruas; 54,5% não são de Piracicaba, mas 74,7% moram no município há mais de cinco anos. O grupo é formado na sua maioria por homens (84,7%), pretos e pardos (57,6%), com ensino fundamental (63,1%). O motivo que os levou às ruas, em 35,3% dos casos, é conflito familiar, seguido pela dependência ao álcool (21%) e outras drogas (19,1%), entre outras informações.
De acordo com Euclidia Fioravante, secretária da Smads, o cenário em 2021 era outro, por isso, o censo 2023 dará um norte na ampliação dos serviços para a população de rua. “Em 2021, quando ainda estávamos no período de pandemia, realizamos o censo para compreender o cenário e ter subsídios para promover ações, além de avaliar e realizar reordenamentos dos serviços para essa população. Hoje, percebemos uma mudança no perfil das pessoas que estão fazendo uso das ruas e buscando nossos serviços e acreditamos que a pesquisa auxiliará na identificação dessas características”, conclui.