Foi mostrando habilidade em tirar sons de instrumentos construídos com tubo de PVC, cabo de vassoura, mala de couro, balde de alumínio, saco plástico, entre outros materiais, que o Grupo de Percussão Experimental Sombra Sonora foi selecionado para representar Piracicaba na fase regional do Mapa Cultural Paulista, na modalidade música instrumental. Mesmo tendo sido o único candidato dessa modalidade, o grupo precisou passar por avaliação. “Foi a Abaçai Arte e Cultura, organização que realiza o Mapa Cultural Paulista dentro da Secretaria de Estado da Cultura, que nos orientou a pedir ao grupo que encaminhasse material com fotos, DVD, matérias de jornais, enfim, um currículo do trabalho para ser analisado”, afirma Felippe Limonge, coordenador da fase municipal do Mapa Cultural Paulista.

O ‘Sombra Sonora’ foi avaliado por um corpo de jurados composto por três profissionais da área de música instrumental: a pianista Beatriz de Castro Victoria – diretora executiva da Escola de Música de Piracicaba "Maestro Ernst Mahle" (Empem) – a pianista Cecília Bellato – professora da Empem – e a maestrina Cíntia Pinotti – regente titular e diretora artística da Esalq/USP.

A comissão julgadora aprovou o grupo e destacou, em seu relatório final, que “trata-se de um conjunto com elementos de originalidade no instrumental e com boa técnica de percussão”.

Composto pelos percussionistas Jo Totti, Felipe Daister e Phill Prates, pelo guitarrista e cantor Edu Bettoni e pelo baixista Fernando Defavari, o grupo de percussão Sombra Sonora foi criado em 2005 e já se apresentou em diversos lugares, tais como Sesc Piracicaba, MTV Brasil, Teatro Municipal de Piracicaba e Rede Record, entre outros. “Estávamos bastante ansiosos para receber a resposta porque como não havia concorrente, o que está em jogo é a aceitação do grupo”, conta Jô Totti, idealizador do grupo. “Mas agora estamos muito felizes. O Mapa Cultural abre portas importantes para o grupo”, comemora. O grupo de percussão experimental Sombra Sonora vai ser apresentar em Indaiatuba, na fase regional do Mapa Cultural, no segundo semestre. Uma iniciativa diferente Foi depois de muito trabalho e dedicação à pesquisa que o músico piracicabano Jo Totti, idealizador do grupo, teve a idéia de construir os instrumentos que fazem a parte rítmica das músicas. E a iniciativa deu certo. O grupo se mantém forte, há quase cinco anos e já se apresentou em diversos locais. No repertório estão canções de artistas nacionais e estrangeiros, tais como Andar com Fé (Gilberto Gil), Baião de Lacan (Guinga e Aldir Blanc), Rito (Duda Neves), We Will Rock You (Queen), entre outras. As músicas executadas foram escolhidas por terem forte apelo rítmico que privilegiam a cultura brasileira, como repente, congo, baião, ijexá e samba. O repertório conta também com a peça escrita exclusivamente para percussão, chamada "O gigante e o pigmeu", uma fábula onde os instrumentos fazem a sonorização da história. O ponto alto da apresentação do ‘Sombra Sonora’ fica por conta da interatividade do grupo junto ao público. “A platéia participa, sobe ao palco e executa alguns dos instrumentos durante a apresentação. É muito bacana”, afirma Totti. A proposta do show é envolver o público desde a primeira fileira até a última poltrona.