Dados da Secretaria Municipal de Obras (Semob), da Prefeitura de Piracicaba, apontam que há 4.368 unidades habitacionais em construção no município. O número de apartamentos corresponde a nove empreendimentos, em várias regiões da cidade, como Pompeia, Balbo, Campestre, Dois Córregos e Novo Horizonte. Essas moradias, em condomínios verticais, integram o programa Minha Casa Minha Vida e atendem famílias a partir da faixa 1,5, que possuem renda mensal familiar até R$ 2.600, com financiamento com taxas de juros menores e com possibilidade de subsídios na faixa de R$ 40 mil.

O residencial Piazza Belini, da MRV, é um dos empreendimentos em construção no município

A Prefeitura, por meio da Semob, é a responsável pela aprovação desses condomínios e pelo acompanhamento das obras, desde a autorização até o visto de conclusão. Somente em 2017, foram sete vistos de conclusão emitidos (obras já concluídas) entre janeiro e outubro, que correspondem a 1.291 novos apartamentos entregues na cidade.

O residencial Parque Ville, na região do Novo Horizonte, conta com 528 unidades

Segundo o prefeito Barjas Negri, a instalação desses empreendimentos é importante para o desenvolvimento econômico. "Além de contribuir para a aquisição do primeiro imóvel, a instalação desses condomínios aquece o mercado de trabalho. Essas empresas oferecem residenciais com toda a infraestrutura necessária para receber essas famílias, para que elas realizem o sonho de ter sua própria casa. A Administração, por sua vez, faz sua parte ao aprovar e acompanhar esses projetos", ressalta Barjas.

"Em julho do ano passado, em parceria com a Prefeitura de Piracicaba, por meio da Emdhap, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades entregaram 720 apartamentos do Residencial Parque dos Ipês. Também em 2017, o prefeito Barjas fez a entrega de mais moradias no Santa Fé. E o Residencial Vida Nova, empreendimento com 1.200 apartamentos, também no modelo MCMV, está em construção. Com mais essas 4.368 unidades em andamento, que atendem as famílias da faixa 1,5, a Prefeitura e a Emdhap ganham uma grande ajuda nessa missão de garantir a oportunidade para que mais famílias realizem o sonho da casa própria por um valor acessível. Isso é garantia de cidadania", ressalta João Manoel dos Santos, diretor-presidente da Emdhap (Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba). Segundo João Manoel, por meio da Emdhap e de programas sociais, o município atende as famílias que estão dentro da faixa 1 do MCMV, com renda familiar mensal de até R$ 1.800.

CONTAGEM REGRESSIVA – A podóloga Adriele Daiane da Silva Correa, 29, conta os dias para receber as chaves do seu apartamento, na avenida Rio das Pedras. Segundo ela, a previsão de entrega é para abril deste ano. Ela e o marido Gilmar Agripino, 34, vivem de aluguel há nove anos e será o primeiro imóvel da família, que conta também com o filho Enzo Gabriel, de 5 anos. "A ansiedade é grande. Não vemos a hora de sair do aluguel e morar no nosso apartamento. É uma grande conquista. Conversamos sempre com o Enzo que ele terá piscina, parquinho e campo de futebol para brincar", disse.

Adriele Correa e o marido Gilmar Agripino em visita ao apartamento para onde devem se mudar em abril: realização

RETOMADA – O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba (Sinticompi), Edson Batista dos Santos, explicou que essa modalidade de construção é a que mais emprega na cidade. O modelo cria uma cadeia de mão-de-obra, que inclui pedreiros, serventes, armadores, carpinteiros, profissionais de elétrica, hidraúlica e outros profissionais.

Santos avalia que, após um 2016 e um início do 2017 difíceis, as perspectivas são positivas. "No segundo semestre do ano passado, houve uma procura maior de empresas para iniciar a construção na cidade e as expectativas são melhores para 2018”, disse. A retomada pode ser notada pelo número de homologações de rescisão (com contratos de trabalho acima de um ano) na região de Piracicaba, que engloba as cidades de Piracicaba, Saltinho, Rio das Pedras, Charqueada, São Pedro, Águas de São Pedro, Santa Maria e Anhembi, que sofreu queda de 19%. Foram 2.153 dispensas, entre os meses de janeiro e dezembro de 2016, contra 1.726 no mesmo período de 2017.

Bom para José Robson Gomes da Silva, 23 (foto). Ele faz parte do time de funcionários da obra do residencial Piazza Belini, na avenida Rio das Pedras, em construção pela MRV Engenharia, que emprega 130 funcionários diretos e mais 50 indiretos. Começou como auxiliar e agora é pedreiro. Na área da construção civil há quatro anos, mesmo com a crise Silva conseguiu se manter empregado. “É uma alegria poder ajudar na construção de um imóvel para outras pessoas e uma satisfação poder ter um trabalho”, ressaltou ele que possui um imóvel da faixa 1,5, que também ajudou a construir.

Quanto maior a obra, maior o tempo empregado. Essa é a máxima do azulejista Edsel Luiz da Silva, 39, está há nove meses no empreendimento da MRW. Construções do tipo podem levar três anos para serem concluídas. Mas Edsel não tem do que reclamar na área da construção civil. “Mesmo na época de crise mais pesada sempre apareceu um pouco de trabalho. Nunca faltou”, comemora.