Cerca de 100 autoridades e profissionais da saúde dos 26 municípios da RMP participaram do encontro desta manhã
Cerca de 100 autoridades e profissionais da saúde dos 26 municípios da RMP participaram do encontro desta manhã

Após a liberação de R$ 1,84 milhão a ser utilizado no combate à dengue em Piracicaba, ontem, 15/02, o Governo do Estado de São Paulo escolheu a cidade para ser a sede do Primeiro Encontro Regional para o Enfrentamento da Dengue na manhã desta sexta-feira, 16/02, no auditório da Associação Paulista de Medicina (APM-Piracicaba). A organização do encontro foi do Departamento Regional de Saúde (DRS-X) com apoio dos Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE-XX) e Sanitária (GVS-XX) – ambos vinculados à Secretaria de Estado de Saúde – recebendo cerca de 100 autoridades e profissionais de saúde dos 26 municípios da Região Metropolitana de Piracicaba. Na oportunidade, especialistas de rede municipal e estadual debateram a evolução de casos, manejo de pacientes e investimentos no combate à doença.

Moises Taglietta, diretor da DRS-X, enalteceu a importância do encontro regional e da necessidade de investimento no combate à dengue. “Ontem o Estado liberou mais de R$ 1,8 milhão para o combate à dengue somente para Piracicaba, que é um valor expressivo que auxiliará na compra de insumos, testes, materiais informativos e demais ações. Cabe destacar que o Estado trabalha em parceria com os municípios no combate ao Aedes com capacitação constante e a novidade deste ano está a criação do Centro de Operações de Emergências, o COE, além de parcerias com a Fundação Oswaldo Cruz e com o Instituto Adolpho Lutz”, enfatizou.

Moises Taglietta, diretor da DRS-X, enalteceu a importância do encontro regional
Moises Taglietta, diretor da DRS-X, enalteceu a importância do encontro regional

ORIENTAÇÕES – Em palestra hoje, Eduardo de Oliveira Costa Pini, assistente técnico de Planejamento em Saúde do GVE-XX, explicou a sazonalidade da doença em São Paulo. “A ocorrência do mosquito Aedes, bem como das doenças que ele transmite, vem sofrendo alterações ao longo dos anos, principalmente em sua sazonalidade. A última grande epidemia que tivemos no Estado foi em 2015, porém, o crescimento dos dados, naquela época, ocorreu mais para o final do ano. De 2023 para 2024, os números estavam ‘sob controle’, porém, especialistas já alertavam para uma possível crise devido a esta doença. Os dados que eram apresentados no segundo semestre de 2015 já foram atingidos nos primeiros meses deste ano, o que nos faz pensar e traçar novas estratégias de combate ao mosquito”, apontou.

Eduardo Pini, assistente técnico de Planejamento em Saúde do GVE-XX, explicou a sazonalidade da dengue em São Paulo
Eduardo Pini, assistente técnico de Planejamento em Saúde do GVE-XX, explicou a sazonalidade da dengue em São Paulo

INDICADORES – Pini reforçou que os municípios devem atuar em parceria. “A troca de experiências entre as cidades é importante para o sucesso do combate a dengue. A região de Piracicaba ainda é privilegiada, pois enquanto o Estado trabalha com indicadores de até 45% de contaminação da população, a região vem reduzindo estes indicadores. Em 2015, por exemplo, foi registrado 35% e, atualmente, temos um indicador de 22%”, disse.
Mesmo nesta condição, o especialista alerta que é preciso eliminar o mosquito Aedes. “Viemos em uma área de grande densidade demográfica o que favorece o crescimento da doença. Para se ter uma ideia, a vida média de um mosquito é de até 45 dias e, neste período, ele pode picar mais de 200 pessoas, ou seja, se não cuidarmos, o Aedes pode ser muito perigoso”, completou Pini.

As médicas residentes em Saúde da Família e Comunidade da USF 1º de Maio, Beatriz Cid de Matos e Gabriela Corrêa Mano, representaram Piracicaba com palestra a respeito do manejo clínico de pacientes acometidos pela dengue na rede pública de saúde. “É um momento importante de se debater o acolhimento aos pacientes uma vez que a Atenção Básica atende cerca de 90% dos doentes acometidos com sintomas mais leves da dengue. Darmos o acolhimento apropriado para estes pacientes e fazer o devido acompanhamento destes casos é fundamental para que a doença não evolua para uma condição mais grave, por isso é importante aos sinais de alerta da dengue”, apontou Gabriela.

As médicas residentes da USF 1o de Maio, Gabriela Corrêa e Beatriz Matos, ministraram palestra sobre o manejo clínico de pacientes acometidos pela dengue no SUS
As médicas residentes da USF 1º de Maio, Gabriela Corrêa e Beatriz Matos, ministraram palestra sobre o manejo clínico de pacientes acometidos pela dengue no SUS

Nos casos suspeitos para dengue, os sintomas são febre, usualmente entre 2 e 7 dias, seguida de duas ou mais das seguintes manifestações: náuseas, vômitos, manchas vermelhas pelo corpo, mialgia, artralgia, cefaleia, dor retroorbital (atrás dos olhos). Criança com quadro febril de início súbito, usualmente entre 2 e 7 dias, e sem motivo aparente.
Os casos de dengue com sinais de alarme ou de maior risco a saúde do paciente começam pelos sintomas de dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, queda abrupta na temperatura do corpo, sangramentos, agitação ou sonolência, choro persistente em crianças, tontura ou desmaio, pele fria e pálida, diminuição da quantidade de urina. Esses sintomas podem aparecer a partir do 3º dia da doença e indicar Dengue Grave. Se o usuário apresentar um deles, deve procurar o serviço de saúde imediatamente.

AÇÕES – Amanhã, sábado, 17/02, das 8h às 13h, o Mutirão da Dengue estará na região norte, passando pelos bairros Bosques do Lenheiro, Jardim Gilda e Areão, com ponto de encontro na Escola Estadual Dom Aniger, à rua Pau Brasil. O Arrastão será das 8h às 14h, na região Leste, passando pelos bairros Cecap, Eldorado e Terra Rica, tendo como ponto de encontro o Varejão do Cecap à rua Afonso Fioravante, s/n°. Ainda nesta data, mas das 8h às 12h, acontecem ações educativas e orientativas com esquetes teatrais, panfletagem e esclarecimento de dúvidas nos terminais de ônibus da Pauliceia (TPA), do Cecap (TCE), e São Jorge.