Criada há quatro anos em Piracicaba, a Red Feet Roller Derby (uma referência ao ‘pé vermeio’ caipira) é a primeira liga do interior paulista a praticar o esporte. Com apoio da Prefeitrua do Municipio de Piracicaba, por meio da Selam (Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Atividades Motoras), os treinos da equipe acontecem às segundas-feiras das 17h30 às 19h e às quartas-feiras das 17h30 às 19h30 no Centro Esportivo Felicio Maluf – Ginásio da Vila Rezende (Rua Maria Estênico s/n).
Com origem nos Estados Unidos, o roller derby é uma disputa entre duas equipes numa espécie de corrida sobre patins de rodas paralelas (quad) em uma pista oval. Cada time conta com cinco jogadoras (4 blockers e uma jammer) e vence aquele cuja jammer (atacante) der o maior número de voltas ultrapassando as patinadoras adversárias. É um esporte praticado por mulheres com mais de 18 anos pois envolve alto contato, agilidade, força e velocidade. Portanto, equipamentos de segurança como capacete, joelheira, cotoveleira, munhequeira e protetor bucal são essenciais.
No último dia 27. representantes da equipe estiveram em reunião com o secretário municipal de Esportes, João Francisco Rodrigues de Godoy, o Johnny, para acertar apoio para que a equipe piracicabana posso representar o município no IV Campeonato Brasileiro de Roller Day que será realizado nos dias 13, 14 e 15 de novembro no Guarujá/SP. “Esta é mais um modalidade que não são conhecidas e tradicionais em nossa cultura que recebe o apoio e parceria da Selam”, destacou o secretário.
O roller derby traz benefícios para a saúde como o fortalecimento dos ossos, músculos e ligamentos. Também melhora a postura, aumenta a resistência beneficiando o condicionamento respiratório e auxilia no desenvolvimento da coordenação motora. É uma modalidade bastante democrática pois não requer biótipos específicos: mulheres altas e baixas, magras e com sobrepeso podem praticá-lo. “A jogadora mais magra pode ser mais ágil do que a com sobrepeso, que se destaca pela força. Mas uma depende da atuação da outra para equipe pontuar”, explica Flávia Dias Aguiar, jogadora da Red Feet Roller Derby.
O trabalho em equipe é outra característica do esporte pois requer a junção de características individuais em prol de estratégias que beneficiem grupo. Para isso são trabalhados o reconhecimento e o desenvolvimento de diferentes capacidades, respeito pelas diferenças e fortalecimento da comunicação. Durante a partida é preciso que as jogadoras estejam em sintonia para conter as adversárias.
Segundo Priscila Schiavinato Claudino, jogadora da Red Feet, é através do trabalho em equipe que o derby promove conquistas emocionais e psicológicas. A coordenação motora somada à superação dos próprios limites aumenta a autoestima, fortalece e empodera a mulher. Além disso, as ligas de roller derby, tanto no Brasil como em outros países, costumam desenvolver noções de sororidade (um tipo de pacto em que as mulheres se reconhecem como irmãs em uma dimensão ética, política e prática, abrindo um espaço de discussão construtiva entre elas). “As Ligas acabam virando uma espécie de irmandade contra a desigualdade de gênero, violência física e psicológica porque juntas somos mais fortes”, explica.
No Brasil há 16 ligas, a maioria sediada em capitais, e uma seleção brasileira formada pelas melhores jogadoras de diferentes equipes. Em outubro acontecerá o Campeonato Latinoamericano, reunindo seleções de países como Argentina e Chile. Em novembro será realizado o 4º Brasileirão de Roller Derby em Guarujá-SP.
Mais detalhes e informações podem ser obtidas através do facebook RedFeetPiracicaba instagram @redfeetrollerderbypiracicaba
Origem do Roller Derby
É um esporte relativamente novo, criado na década de 30, durante a Grande Depressão nos Estados Unidos. Naquela época destacavam-se as competições de resistência e velocidade sobre patins. O ponto alto dessas corridas eram as quedas e choque entre os patinadores, que acabou se tornando o principal interesse dos espectadores. Em 1937 o foco da competição deixou de ser a resistência mas o ataque e a defesa. Houve um tempo em que as partidas eram bastante violentas, mas surgiram regras rigorosas e uma Associação (Women’s Flat Track Derby Association – WFTDA) regulamentando o esporte e a competição. Hoje há equipes e ligas que o praticam em todo mundo e sua popularidade tem crescido bastante nos últimos anos.