Piracicaba e 8 municípios aderem a programa que une Saúde e Justiça na defesa da mulher
Assinatura aconteceu em capacitação para fortalecer as práticas de prevenção, notificação e acolhimento em casos de violência

Secretarias de Saúde de Piracicaba, Rio das Pedras, Charqueada, São Pedro, Águas de São Pedro, Rio Claro, Leme, Cordeirópolis e Itirapina assinaram na manhã desta segunda-feira a adesão ao projeto da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo de Prevenção da Violência Doméstica e Familiar contra as Mulheres. A ação é feita em parceria com o Ministério Público e o Tribunal de Justiça e tem por objetivo enfrentar a violência de gênero, doméstica e familiar contra a mulher e seus filhos em todos os ciclos de vida.

A assinatura aconteceu na abertura de uma capacitação organizada pela Secretaria de Saúde em parceria com a Defensoria Pública, para os profissionais da rede de atenção à saúde com o objetivo de ampliar o conhecimento e fortalecer as práticas de prevenção, notificação e acolhimento em casos de violência.
Moisés Taglieta, diretor da DRS X (Diretoria Regional de Saúde de Piracicaba), destacou a importância da intersetorialidade. “As políticas sociais andam separadas, de forma muito fracionada, vamos superar este fracionamento promovendo ações de capacitação para o agente comunitário de saúde, que é o braço da saúde nas residências”.
O vice-prefeito e secretário de Saúde, dr. Sergio Pacheco, disse na abertura que o projeto “nasce para transformar dor em força, silêncio em voz e medo em esperança. Aqui, cada vida será acolhida e terá de volta o que é seu por direito: respeito e dignidade.”, afirmou.
O secretário também pontuou que com base nas ações previstas no programa, “nenhuma vítima será apenas um número. É a união de mãos e corações para dizer basta à violência e garantir a cada pessoa o direito de viver sem medo.”
O projeto quer mudar estatísticas como a que indica que pelo menos 1 em cada 3 mulheres já foi espancada, coagida ao sexo ou sofreu alguma outra forma de abuso durante a vida
Os assassinatos de mulheres acontecem na última etapa do ciclo da violência que geralmente se inicia por forte teor de violência psicológica, infrações de pequeno a médio potencial ofensivo, evoluem para crimes mais graves até a morte.
Geralmente as mulheres passam muitas vezes pelo sistema de saúde até chegar ao sistema de justiça.
HUMANIZAÇÃO – A programação da capacitação, que contou com aproximadamente 220 participantes, foi construída para estimular a reflexão crítica e a construção de práticas mais humanizadas, reformando a importância da notificação, da escuta qualificada e do acolhimento intersetorial.
De acordo com a Secretaria de Saúde, a capacitação integra a política municipal de enfrentamento à violência, que reconhece o papel fundamental da rede de atenção primária na promoção da saúde, prevenção de agravos e cuidado integral das vítimas.
