Pesquisa realizada pela Prefeitura de Piracicaba, por meio do Ipplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), e coordenada pela especialista em marketing digital Renata Mansur, revela o perfil da mulher vítima de violência em Piracicaba. Intitulado A Violência Contra a Mulher em Piracicaba, o estudo é uma espécie de censo, com dados coletados no período entre 2015 a 2019. Inédito no Brasil, de acordo com Renata, o estudo irá auxiliar o município a direcionar políticas públicas em defesa da mulher vítima de violência e seus familiares.
Renata Mansur, coordenadora da pesquisa sobre violência contra a mulher, e Daniel Rosenthal, diretor-presidente do Ipplap
Os índices analisados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), Secretaria Municipal de Saúde, Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Poder Judiciário, Guarda Civil e Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads).
O objetivo da pesquisa foi traçar o perfil da mulher vítima da violência, o perfil do autor e também quantificar os dados acerca da violência por meio das variáveis fornecidas para esta pesquisa. De acordo com Renata, o volume de material analisado foi grande. A Secretaria de Segurança Pública, por exemplo, enviou 47.724 observações e 27 variáveis. Alguns dados, como nome, não foram liberados em função da lei geral de proteção de dados (Lei nº 13.709/2018), então, Renata trabalhou com tipificação dos crimes, idade, localização da moradia do réu e da vítima, entre outros dados.
O PERFIL – De acordo com a pesquisa, a mulher vítima de agressão em Piracicaba é branca (70%), tem entre 30 a 40 anos, até o 1º grau de escolaridade. A maioria trabalha em casa, cuida dos filhos e exerce atividades informais, como vendas de cosméticos, salgados, doces e bolos.
Para o diretor-presidente do Ipplap, Daniel Rosenthal, pesquisas como essa são de suma importância para monitorar as ações que estão sendo realizadas para minimizar e sanar as questões da violência contra a mulher. “Analisando os dados e identificando o perfil das vítimas, as medidas reativas podem ser mais assertivas, obtendo assim resultados mais ágeis e eficientes nesse combate”, ponderou.
Rosenthal avaliou ainda que, segundo dados da pesquisa, as ferramentas disponíveis em Piracicaba têm se mostrado eficazes para que as mulheres possam fazer as suas denúncias. Para ele, quando a denúncia ocorre logo na primeira situação de ameaça, pode evitar o agravamento de outros crimes, como lesão corporal, maus-tratos e até mesmo estupros. A pesquisa A Violência Contra a Mulher em Piracicaba está disponível no site do IPPLAP (www.ipplap.com.br), em Publicações. Para acessar, basta baixar o arquivo da pesquisa disponível em pdf.