Em dez dias de programação pedagógica e artística, o 3º Feimepi (Festival Internacional de Música Erudita de Piracicaba) registrou público de 10.416 pessoas. Os organizadores comemoram os números e acreditam que eles refletem a consolidação do evento, realizado de 20 a 29 de julho.
A Secretária Municipal da Ação Cultural Rosângela Camolese ressaltou a importância do Feimepi e destacou o nível dos concertos e da programação pedagógica. “O Festival se consolida a cada ano pela altíssima qualidade e pelo seu caráter verdadeiramente democrático, com poder público e sociedade civil envolvidos e determinados”, afirmou.
Para André Micheletti, diretor artístico e pedagógico do Feimepi, está cumprida a intenção do Festival. “Tivemos uma nítida evolução, que refletiu diretamente no aumento do público e na maior participação dos estudantes. Cumprimos um dos papéis principais do Feimepi, que é a democratização da música clássica”, disse.
Em 2011, na segunda edição, perto de 9.000 pessoas acompanharam as atividades. O número de alunos participantes da programação pedagógica também cresceu: antes eram 250 bolsistas e desta vez foram 340 de 23 cidades brasileiras e duas do exterior (Argentina e Peru). Eles participaram de masterclasses, ensaios e palestras com 16 professores de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, e 12 de países como Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Suíça, Canadá e Japão. Foram oferecidas aulas de 14 instrumentos.
Totalmente gratuita, a programação artística reuniu 22 apresentações no Teatro Municipal Dr. Losso Netto, Teatro Erotídes de Campos, Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle (Empem), Catedral de Santo Antônio e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
Participaram as orquestras Sinfônica Heliópolis, Sinfônica de Americana, Filarmônica de Rio Claro, Metais Lyra Tatuí, Sinfônica Infanto-Juvenil do Guri e Jovem Sttutgart. Apresentam-se também o tenor Jean William, Banda Sinfônica da Empem, Camerata Mahle, Quarteto Eleazar de Carvalho, Cantilena Ensemble, Trio Atlântica, Vokalzeit Quartet (Berlim) e Capella Bydgostiensis (Polônia).
A média de público em cada concerto foi de 500 espectadores para o Teatro Municipal Dr. Losso Netto, que registrou capacidade máxima (674 poltronas) em dois concertos, os das orquestras Sinfônica de Piracicaba e Experimental de Repertório.
O Feimepi teve como realizadores a Associação de Cultura Artística de Piracicaba (Acap), Jornal de Piracicaba, ArtInvest e Secretaria Municipal da Ação Cultural (Semac), por meio da Prefeitura do Município de Piracicaba. A Elring Klinger foi a patrocinadora master do Festival, além da Notip Ferramentaria, Grupo Baska, Conserv Engenharia, Banco do Brasil, Interini Móveis, Omega, Sindicato dos Metalúrgicos, Mefsa, Brasfer Sucatas Ltda., Oji Papéis Especiais e Weidmann. Os apoiadores foram Governo Federal, Caixa Econômica Federal, Empem, Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi), Programa Opinião Geral, rádio Jovem Pan e TV USP.
Avaliação
A professora de viola Anna Puig disse ter sido “fantástico” o interesse dos alunos nas masterclasses. “Todos se mostraram com muita energia, com vontade de trabalhar e aprender. Estavam sempre presentes nas aulas, pensando no crescimento musical, em ganhar bagagem de repertório”, avaliou Ana, que veio da Espanha para integrar o corpo docente.
Presente nas aulas e também na programação artística, o professor Adalto Soares elogiou o repertório do Feimepi. “Além do contato com nomes fortes da música erudita mundial, ao assistir os concertos, a garotada pode se aprofundar no formato de apresentações de câmara, entender a dinâmica de estilos como o romântico, o clássico e o contemporâneo. Essa variedade desperta o crescimento performático e o conhecimento musical.”
Soares, que é maestro da Orquestra de Metais Lyra Tatuí, fez uma brincadeira pós-Feimepi. “É um Festival Facebook. Espero que os alunos não excluam, mas que curtam, comentem e compartilhem.”
Em meio aos alunos, o trompista Ronald Enrique Pena, 20, chamava a atenção com seu sotaque atípico, porém de fácil compreensão dos colegas. O estudante cubano foi um dos 340 que buscaram o Festival para se aprimorar. “O formato escolhido pela coordenação pedagógica me agrada bastante, porque existiu aqui a formação de orquestra, é essencial para uma carreira de músico entender essa dinâmica”, avaliou.
Vindo de Natal, o estudante Frank da Silva Lemos, 19, disse que a programação superou suas expectativas. “Este é o terceiro evento do gênero que participo e em comparação com os demais – o de Campos do Jordão e o de Fortaleza – é um grande Festival. Precisamos no Brasil de democracia musical e isso o Feimepi fez muito bem”, definiu Lemos, que teve contato com aulas de piano e percussão.
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