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Parceria da CCZ com Gafab elevará status de cães recolhidos

Por Comunicação Social / Publicado em 25/01/2017
Tempo de leitura: 6 minutos.

O canil do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), ligado à Secretaria de Saúde (Semes), oferece um serviço de qualidade a cães e gatos abandonados na cidade e em situação de risco, seja porque estão doentes, sofreram maus-tratos ou foram atropelados. A equipe técnica da unidade recolhe e cuida da saúde desses animais, medica, alimenta, castra e, depois disso, vem a parte mais difícil, a doação. Encontrar um novo dono para cada um deles não é tarefa fácil, porque, normalmente, são animais mais velhos, pouco atrativos aos olhos da população.

Para tentar reverter esse quadro, a equipe do CCZ resolveu adotar duas medidas criativas, que prometem forte apelo social. A primeira, fruto de parceria com o XV de Piracicaba, já vem dando resultado, como pode ser confirmado no site da agremiação (xvpiracicaba.com.br). Os cães estão sendo fotografados com o uniforme do alvinegro e se tornam “Cãozistas”. O sortudo que inaugurou o flash, coincidentemente, havia fugido de casa há dois anos e seu dono não sabia que ele estava no canil. Ao reconhecê-lo, dono e animal tiveram um reencontro emocionado, como registra a matéria deste link: http://www.saude.piracicaba.sp.gov.br/goto/store/noticias.aspx?SID=Imagenet&id=1439

A segunda estratégia, que tende a dar status ainda mais valoroso aos animais, porque entra no campo da formação técnica, é a parceria do CCZ com o Grupo de Apoio à Força Aérea Brasileira (Gafab), ONG sem fins lucrativos, especializada em treinamento de cães. De acordo com Marcelo Kraide Soffner, presidente da entidade, são três os pontos principais desse trabalho: reduzir o sofrimento dos cães recolhidos pelo canil, devido ao fato de terem passado por momentos difíceis e que lhes causaram distúrbios emocionais; socializar cada um deles, para que possam viver em harmonia com os demais, bem como com seu novo dono, e o terceiro é exatamente dar-lhes um novo perfil, para que possam ser doado com qualidade e segurança.

Outro aspecto desse processo é a capacitação da equipe da CCZ, para que a relação com os cães recolhidos também ganhe novo capítulo. “Todos os médicos veterinários e técnicos participarão de palestras teóricas e práticas e aprenderão reverter o estresse dos animais e criar um ambiente favorável e estimulante, o que significa um salto positivo na qualidade de vida. Vamos desenvolver atividades que tirem os cães da condição de 'agressivos e arredios' para a condição de animais 'dóceis e amigáveis'. Evolução que será apresentada à sociedade”, completou Ariovaldo Sanches, treinador e adestrador de cães do Gafab.

De acordo com Eliane de Carvalho, médica veterinária que coordena o CCZ, a equipe do canil não conta com adestradores. “Nossa formação é para cuidados com a saúde dos animais. Agora, com o serviço de treinamento, teremos de aprender a lidar com cada um deles de forma diferente, respeitando suas especificidades, o que demanda um novo olhar para além do trabalho do dia-a-dia”, disse.

Esta é a mesma linha de pensamento seguida pelo médico veterinário do canil, Paulo Lara, que acompanha atentamente o andamento da parceria. “Não existe na rede pública a possibilidade de contratação de adestradores. Por isso a importância do Gafab, ONG especializada, com a qual poderemos desenvolver um trabalho com esse requinte”, observou.

Posteriormente, com a evolução do processo, espera-se que alguns desses animais possam ser usados inclusive em atividades de cinoterapia (terapia com cães), desenvolvidas pela ONG em hospitais e entidades assistenciais. “Claro que essa meta é para um futuro próximo, porque demanda mais tempo e a descoberta do potencial de cada cão recolhido. Hoje, diagnóstico feito pelos voluntários do Gafab indica que alguns deles têm potencial para ir longe em termos de adestramento e qualificação”, explicou Eliane.

Kraide Soffner é ainda mais ambicioso. “Temos um trabalho de ponta, em que preparamos cães para buscas e salvamento de pessoas desaparecidas. Esta atividade também está no horizonte do que estamos propondo nesta parceria com o CCZ”, enfatizou.

Para Eliane, é evidente a mudança de paradigma quando avançamos nesse trabalho de capacitação. “Se tudo funcionar como esperamos, o cenário tende a se reverter, porque os cães terão valor agregado tão relevante que as doações aumentarão e eles ainda poderão se tornar 'agentes de saúde' e trabalhar ao nosso lado. O momento é de qualificá-los para que encontrem novos donos”, concluiu.

O trabalho de reconhecimento do espaço e o diagnóstico dos animais para o planejamento das ações do Gafab já começaram. O planejamento das atividades começa em fevereiro.


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