Foi comemorado na tarde de ontem (22/03) o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Durante o evento, organizado pela Secretaria de Saúde e pela Câmara de Vereadores, no anfiteatro do prédio principal do Legislativo, direcionado especialmente aos profissionais da rede pública de saúde, o dr. Eduardo Rebeis, coordenador do Programa de Controle de Tuberculose de Piracicaba, falou sobre o tema Tuberculose: tratamento, prevenção e perspectiva.

Com a finalidade de alertar a população sobre a doença, seus sinais e sintomas, a palestra ofereceu subsídios aos profissionais para ampliar a capacidade de diagnóstico a partir de ações preventivas das unidades básicas de saúde junto à população, para a melhoria do desempenho do município no combate à tuberculose.

Moisés Taglieta, coordenador do Centro de Vigilância em Saúde (Cevisa), e Ermelinda Esteves, interlocutora das ações de prevenção da Vigilância Epidemiológica (VE), destacaram o trabalho que vem sendo desenvolvido em Piracicaba e apresentaram o prêmio recebido pelo município, na última terça-feira, 20/03/18, em São Paulo, do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, pela superação das metas de investigação de sintomáticos respiratórios e da testagem dos casos novos de tuberculose para a detecção de infecção pelo HIV. Na Campanha de Sintomáticos Respiratórios de 2017 a meta do município era colher 200 amostras e foram colhidas 326.

ESTATÍSTICA – O Brasil é um dos países com maior número de casos de tuberculose no mundo e, desde 2003, a doença é considerada como prioritária na agenda política do Ministério da Saúde (MS).

Embora seja uma doença com diagnóstico e tratamento realizados de forma universal e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ainda existem barreiras no acesso à rede de atendimento e, por isso, acontecem aproximadamente 69 mil novos casos por ano, além de 4.500 óbitos.

Em 2016, em Piracicaba, foi registrada uma proporção de 13,6 % dos casos de tuberculose com encerramento por óbitos. Ou seja, ocorreram 16 óbitos no ano. N média, são 150 casos novos no ano, equivalente a 12 por mês.

Em 2017 foram realizados pela rede 4.235 Exames de Baciloscopia para Escarro, incluindo primeira amostra e controle; mais 1.781 anual Sintomático Respiratório, para exame de diagnóstico, uma média de 148 exames por mês.

Todo paciente com diagnóstico de tuberculose passa por consulta médica, realiza exames complementares e recebe a medicação para o tratamento gratuitamente. Ao passa por consulta com médicos especialistas, conforme orientação do MS e da Organização Mundial de Saúde (OMS), o paciente deve seguir a estratégia de Tratamento Diretamente Observado (TDO), que consiste na tomada da medicação sob supervisão de um profissional de saúde, seja na unidade mais próxima de sua residência ou no CEDIC.

O tratamento é feito com quatro drogas, que estão em um mesmo comprimido, durate os primeiros dois meses, fase intensiva do tratamento. Na fase de manutenção, que dura mais quatro meses, a pessoa usa apenas duas drogas. Quando esse tratamento de seis meses é completado, a maioria das pessoas fica curada da infecção.

Como parte do esforço global para redução do coeficiente de incidência e mortalidade, o MS, por meio da Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT), decidiu elaborar o plano nacional com o objetivo de acabar com a tuberculose como problema de saúde pública no Brasil, atingindo a meta de menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2035.

CONTÁGIO – O contágio ocorre pelo ar. A pessoa doente lança os bacilos pela tosse, espirro e fala. Quem convive com o doente, aspira esses bacilos e também pode adoecer. Devido ao estigma da doença, as pessoas sentem se excluídas e têm medo de dizer que está com tuberculose. Não há contagio por meio de utensílios, como colheres ou roupas. O contágio se dá em ambiente fechado, quando a pessoa bacilífera expele no ar ambiente os bacilos.