Em 2016, Piracicaba alcançou Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) de 8,75, o menor da série histórica. No entanto, para que essa taxa, abaixo de um dígito, continue decrescendo há a necessidade da manutenção das ações referentes à linha de cuidados às gestantes e crianças menores de 1 ano. Os dados ainda mostram que 72,4% dos óbitos ocorrem nos primeiros 27 dias de vida (período neonatal) e estão associados à prematuridade.
O evento “Piracicaba com gestantes e bebês saudáveis”, que será realizado nesta quinta-feira, 29, às 14 horas, no anfiteatro do Centro Cívico, é uma oportunidade para o governo municipal agradecer a participação de todos os parceiros pelo êxito alcançado, reafirmar a Pactuação pela Assistência Materno – Infantil e avançar na redução do CMI.
HISTÓRICO – Em abril de 2005, a Secretaria de Saúde do município conclamou diversas instituições comprometidas com a saúde e o bem estar da sociedade para discutir o CMI, que apresentou alta taxa em 2004 (14,9 óbitos para cada 1.000 crianças nascidas vivas). O encontro foi o marco do Pacto pela Redução do Óbito Infantil em Piracicaba e culminou no comprometimento dos trabalhadores da saúde, representantes dos hospitais e da sociedade civil para reduzir a mortalidade infantil e aproximar Piracicaba dos padrões internacionais.
A partir dessa data, foram implementadas várias ações diferenciadas de cuidado e atenção às gestantes e às crianças menores de um ano de idade, formando uma rede de atenção para alcançar a meta estipulada: reduzir gradativamente a taxa do óbito infantil até atingir valores de um dígito, num período de 15 anos. Entre 2005 e 2015 Piracicaba havia mantido CMI entre 12,4 a 9,1, sendo menores que os índices estadual (entre 13,4 e 10,7) e nacional (25 a 14,4), porém, ainda elevados. Finalmente, Em 2016 o índice chegou à meta: 8,75. (Obs.: já havíamos conseguido 9,1 e 9,6 em 2006 e 2009, respectivamente).
As ações definidas para esse avanço seguem os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), como acesso universal aos serviços, equidade, humanização do atendimento com qualidade e comprometimento das equipes. Assim, ocorreram melhorias na qualidade dos serviços de pré-natal e de atenção à criança, tanto no serviço público como privado, além do estreitamento das parcerias entre as secretarias de Saúde, Desenvolvimento Social, Educação, conselhos municipais, Poder Judiciário, Organizações Não Governamentais – como Pastoral da Criança, Centro de Reabilitação, Artesãs do amor – e parte do setor empresarial e sociedade civil, de uma maneira geral. Todos realizaram intervenções diferenciadas e aprofundadas, principalmente para os casos classificados de risco para o óbito materno e infantil, conceito que foi amplamente discutido entre todos os envolvidos e que foi fundamental para nortear as ações.
Os estudos realizados pelo Comitê Municipal de Mortalidade Materna, Infantil e Fetal corroboram a necessidade do fortalecimento do trabalho em rede, utilização de protocolos e atendimento humanizado e qualificado. Também se fez necessário o acesso facilitado a todas as gestantes aos serviços de saúde e outros. Os esforços continuados de todos os seguimentos da sociedade civil e gestores possibilitaram o alcance da meta estipulada e Piracicaba continua no ranking dos municípios que apresentam melhor qualidade vida.
CMI – O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) representa o número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Estima o risco de um nascido vivo morrer no seu primeiro ano de vida e reflete a qualidade da atenção nos diferentes níveis de saúde, o desenvolvimento socioeconômico e as condições de vida da população de um município.