A primeira unidade de produção em grande escala do Aedes do Bem™— o mosquito geneticamente modificado que combate o Aedes aegypti selvagem, transmissor de Zika, dengue e chikungunya – foi inaugurada nesta quarta-feira, 26/10, em Piracicaba. Em um galpão de 5.000 m², a dez minutos do centro da cidade, serão produzidos até 60 milhões de Aedes do Bem™ por semana, um volume capaz de proteger até 3 milhões de pessoas do Aedes aegypti selvagem, principal transmissor da Zika, dengue e chikungunya.

“Essa unidade do Aedes do Bem™ aumenta em 30 vezes nossa atual capacidade de produção. Com ela, ratificamos nossa capacidade de produzir o Aedes do Bem™ em qualquer escala e estamos preparados para expandir nossa produção para ajudar a proteger ainda mais brasileiros e todas as demais pessoas que são afetadas pelo Aedes aegypti”, afirma Glen Slade, diretor da Oxitec do Brasil e VP da Oxitec.

“Piracicaba está mais uma vez seguindo sua tradição de inovar para ajudar o Brasil a vencer grandes desafios ao trazer para a cidade a primeira fábrica de grande escala do Aedes do Bem™. Temos uma parceria com a Oxitec desde 2015 e agora estamos aqui gerando mais de uma centena de empregos para a nossa cidade, além do benefício único de proteger as pessoas de um mosquito que há décadas atormenta a saúde dos brasileiros com a dengue e, mais recentemente, com Zika e chikungunya”, explica Gabriel Ferrato dos Santos, prefeito de Piracicaba.

CECAP/ELDORADO – Desde o final de abril de 2015, o Aedes do Bem™ tem sido liberado em Piracicaba, com bons resultados. No primeiro bairro a ser tratado com ele, o Cecap/Eldorado, região com 5.000 habitantes no leste de Piracicaba, resultados preliminares mostraram uma diminuição de 82% na população de larvas do Aedes aegypti selvagem em comparação com uma área controle.

Em julho de 2016, a Vigilância Epidemiológica (VE) de Piracicaba divulgou dados indicando uma redução de 91% no número de casos de dengue registrados no Cecap/Eldorado, no ano-dengue 2015/2016 em comparação com 2014/2015. O número de casos caiu para apenas 12 durante o ano em que foi liberado ali o Aedes do Bem™, mosquito © 2016 Oxitec Página 2 geneticamente modificado que combate o Aedes aegypti selvagem, contra 133 casos registrados no período anterior.

No mês de julho de 2016, o Aedes do Bem™ começou a ser expandido para a região central de Piracicaba com o início das liberações no bairro São Judas; e em setembro, 10 outros bairros começaram a receber o Aedes do Bem™ na mesma região, totalizando uma área habitada por cerca de 60 mil pessoas. Além das liberações no Cecap/Eldorado que continuam em andamento.

Nos cinco projetos anteriores realizados pela Oxitec no Brasil e no exterior, antes de chegar a Piracicaba, a redução verificada na população de mosquitos Aedes aegypti selvagem superou os 90%, chegando a atingir 99%, em um ano ou menos de uso do Aedes do Bem™.

Além dos bons resultados já obtidos, o Aedes do Bem™ recebeu parecer favorável de biossegurança da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). Nele, a CTNBio afirma que o Aedes d Bem™, cujo nome técnico é OX513A, é seguro do ponto de vista humano, ambiental, animal e vegetal. Nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration), concedeu ao Aedes do Bem™ um Resultado de Impacto Não Significativo (FONSI na sigla em inglês), afirmando que ele não coloca riscos para a saúde humana e do ambiente. A OMS (Organização Mundial da Saúde) também recomendou o uso do Aedes do Bem™ em condições operacionais.

ANO-DENGUE – O ano-dengue tem início na 27ª semana do ano, seguindo até a 26ª semana do ano posterior e é utilizado pelos serviços de vigilância em saúde como base para registro e acompanhamento das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A taxa de incidência da dengue – calculada dividindo o número de casos pela população do local e multiplicando o resultado por 100 mil – é um importante indicador para planejar ações de combate à doença.

Como funciona o Aedes do Bem™

A Oxitec tem trabalhado no controle do Aedes aegypti há mais de uma década. É pioneira no uso de um método biológico para suprimir populações selvagens desta perigosa espécie de mosquito mediante a liberação do Aedes do Bem™, machos que não picam e não transmitem doenças. Ao serem liberados, esses machos buscam e copulam com fêmeas selvagens do Aedes aegypti, e seus descendentes herdam um gene autolimitante que os faz morrer antes de se tornarem adultos funcionais. Os descendentes do Aedes do Bem™ também herdam um marcador fluorescente que permite que eles sejam identificados no laboratório. Isto permite um nível de rastreamento e medição de impacto sem precedentes, levando a um acurado monitoramento e avaliação da eficácia durante todo o programa de uso do Aedes do Bem™.

Diferentemente de outras abordagens, o Aedes do Bem™ não deixa pegada ecológica. O Aedes do Bem™ liberado no ambiente e seus descendentes morrem, portanto, não persistem no ecossistema.