A opereta “A Canção Brasileira”, dirigida por Paulo Betti, estará em cartaz no Teatro Municipal “Dr. Losso Netto”, em Piracicaba, nos dias 2 e 3 de junho (sexta-feira e sábado), às 21 horas. Este musical tem texto de Luis Iglesias e Miguel Santos e adaptação de Maria Helena Martinez Corrêa, no palco estarão 17 músicos-atores.
Com ingressos vendidos a preços populares, para visar a democratização do acesso, o espetáculo leva em cena novos atores, incentivando a valorização de profissionais ainda não reconhecidos no meio artístico. Além disto, presta homenagem ao diretor Luis Antonio Martinez Corrêa pela sua importância ao Teatro Musical Brasileiro.
Luis Antonio Martinez Corrêa foi responsável pelo resgate do Teatro Musical do país, depois de ficar por muito tempo na zona do silêncio brasileiro. Na década de 80, com a redemocratização, o silêncio transformou-se em voz e possibilitou a reavaliação deste gênero teatral, que é marcado pela crítica política e social.
Há bem pouco tempo, a memória deste teatro começa a ser discutida através de teses acadêmicas, literatura dramática, remontagens de espetáculos de época, regravações de músicas originárias do Teatro Musical Brasileiro. Nesse sentido, os anos 80 foram pródigos em publicações dirigidas direta ou indiretamente ao gênero como as de Tânia Brandão e Roberto Ruiz, Flora Sussekind, Edinha Diniz e outros.
Luís Antônio Martinez Corrêa (1950-1987) e Marshall Netherland, com a peça “Theatro Musical Brazileiro” inauguraram e celebraram nos palcos um período deste teatro; espetáculos que podem ser considerados uma antologia cênica do Teatro Musical Brasileiro (1860-1945) e nos quais esta pesquisa teve início. A montagem da opereta “A Canção Brasileira” seria o próximo trabalho da dupla, tragicamente interrompida com a morte de seu principal idealizador.
A Canção Brasileira
Este musical começa no início do século passado, no ano de 1910. Numa mansão Modinha e Lundu recebem os convidados para apresentar a filha recém nascida, a Canção. Um bercinho no centro do palco é reverenciado pelos convidados estrangeiros que cantam homenageando a Canção Brasileira. Estão presentes O Fado, A Valsa e o Couple Francês.
Cavaquinho, Violão e Flauta aparecem na festa como bicões. Estão chateados por não terem sido convidados e temem a influência dos ritmos estrangeiros sobre a recém nascida. Num descuido dos convidados, os três seqüestram a Canção e a levam para o morro, onde pretendem criá-la ao lado do Samba que acabou de nascer.
Uma linda música anuncia a passagem do tempo e chega a 1930. No morro, Samba e Canção são namorados. Modinha não se conformou com a ausência da filha. Mais uma vez sobe o morro, agora acompanhada pelo Tango.
Desta vez Modinha encontra Canção. Tango se apaixona por Canção. Esta, irritada por nada saber sobre sua vida, decide ir viver na cidade.
Moleque Tamborim, Mãe Cuíca e os habitantes do morro choram a partida da Canção. Samba, despeitado começa a sair com Madame Charleston, uma americana desmiolada.
No Magazin todos se encontram. No Templo da Vaidade, Samba, Tango, Canção e Charleston lamentam os desencontros do amor. Samba se casará com Madame Charleston? Canção se casará com Tango? Muito humor e romantismo. Um final apoteótico.
Serviço:
A Canção Brasileira – opereta
Dias 2 e 3 de junho, sexta-feira e sábadoLocal: Teatro Municipal “Dr. Losso Netto”
Horário: 21h
Ingressos: Inteira R$ 30,00, antecipados R$ 20,00, estudantes e idosos R$ 15,00 e Clube JP R$ 22,50.