Trator retira carga de embarcação de areia

A Prefeitura de Piracicaba iniciou hoje, 19/07, a retirada dos peixes mortos das lagoas do Tanquã, atingido pela descarga irregular de resíduos no rio Piracicaba. As toneladas de peixes de várias espécies, entre dourados, mandis, curimbatás, que ficaram presas na água, em meio à vegetação, começaram a ser retiradas com a ajuda de maquinário, entre eles dois tratores aquáticos, além de embarcação de areia, escavadeira e retroescavadeira e barcos menores, em uma megaoperação, nomeada de Pindi-Pirá, peixe limpo em Tupi-guarani.

Trator aquático recolhe carga e coloca em embarcação de areia

Participam da operação as secretarias municipais de Infraestrutura e Meio Ambiente (Simap), Governo, Obras e Zeladoria e a Defesa Civil, com colaboração da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) – que identificou como causadora do descarte irregular a Usina São José -, e coordenação da Polícia Militar Ambiental, que cedeu barcos e pessoal. A Cetesb calcula que o número toral de peixes mortos chega a 50 mil, desde o dia 07/07.

Secretária de Governo, Tássia Espego, acompanha Operação Pindi-Pirá

A operação de retirada começou por volta das 11h de hoje. A Prefeitura faz uso de dois tratores aquáticos. Esses tratores retiram o material – peixes mortos – do rio, transferem para uma embarcação de areia, cedida pelo Porto de Areia Graminha. Depois de cheia, a embarcação segue para rampa montada na Chácara Estrela, do pescador José Benedito Veronez, o Paraná, que auxilia na operação desde o início. Depois, os peixes são retirados da embarcação com uma escavadeira e uma retroescavadeira os coloca em caminhões da Ambiental, empresa terceirizada da Prefeitura de Piracicaba, que leva o material até o aterro sanitário, em Piracicaba, para descarte correto. A Prefeitura montou no mesmo local, a Chácara Estrela, um ponto de apoio com infraestrutura para seguir com a operação Pindi-Pirá.

A operação conta ainda com o apoio das empresas Hidrotractor, Ambiental, Ecoterra, Raizen, Tectextil, Grupo São Martinho – Usina Iracema.

Material é colocado em embarcação de areia

ENTENDA O CASO – O primeiro registro de mortandade de peixes no rio Piracicaba se deu no domingo, 07/07. Na madrugada do dia 07/07, o Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) identificou alterações na oxigenação das águas do rio, às 4h, e agravamento às 6h, por meio da estação de monitoramento da autarquia.

Na sequência, ainda na manhã de domingo, 07/07, a Simap (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente) constatou irregularidades nas águas, quando os peixes começaram a aparecer. Em conjunto com o Semae e Pelotão Ambiental da Guarda Civil Metropolitana, a pasta acionou a Cetesb de imediato. A companhia, então, elaborou laudo preliminar, por meio de amostras das águas, que identificou o descarte irregular de resíduos industriais no ribeirão Tijuco Preto, que deságua no rio Piracicaba. O ponto de descarte foi identificado pela Cetesb, sendo originário da Usina São José, instalada no município de Rio das Pedras.

Na última quinta-feira, 11/07, força-tarefa criada pela Prefeitura realizou limpeza do material que ficou parado nas margens do Piracicaba. Foram recolhidas 2,97 toneladas de peixes mortos na área urbana do município. A equipe de trabalho foi composta pelas secretarias de Governo (Semgov), Simap, Semozel, Semae, Defesa Civil, Polícia Militar Ambiental, Agência PCJ, Fundação Florestal, Associação Amoporto, Instituto Beira Rio e Associação Remo Piracicaba.

Os peixes mortos foram encaminhados para a terceirizada responsável, a Piracicaba Ambiental, que fez o descarte correto, de modo a não permitir contaminação do solo ou da água.
Na segunda-feira, 15/07, uma semana após o primeiro episódio de mortandade de peixes na área urbana, a região do Tanquã foi atingida.

MULTA – Hoje, a Cetesb concluiu o laudo final, que comprovou que a Usina São José foi a responsável pelo descarte de resíduos da cana-de-açúcar com alta carga orgânica, no domingo, 07/07, que causou a mortandade dos peixes no rio Piracicaba e Tanquã. A multa a ser aplicada à empresa é de R$ 18 milhões.

A Prefeitura acionou o Ministério Público para que notifique a Prefeitura de Rio das Pedras, onde a usina está localizada. O prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida, que atualmente é também presidente dos Comitês PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), solicitou à Cetesb, por meio de ofício no dia 11/07, autorização para instalação de três novas estações de monitoramento, sendo nos rios Atibaia e Jaguari e no ribeirão Tijuco Preto. O repovoamento do rio com a soltura de cerca de 1 milhão de alevinos, em 10 anos, também será outra ação de recuperação.