Oficina regional discute resolutividade e integração da saúde bucal na Atenção Primária
Equipe da Prefeitura de Piracicaba apresentou dados sobre indicadores com articuladores da DRS X em evento realizado na FOP com participação de representante do Ministério da Saúde

Levar mais resolutividade e eficiência ao atendimento em saúde bucal foi o foco da Oficina do Grupo Técnico de Saúde Bucal do DRS-X (Departamento Regional de Saúde), realizada nesta quarta-feira (26/11), no Salão Nobre da FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba). O encontro reuniu representantes de municípios, Estado e União, coordenadores de saúde bucal, gestores e profissionais das equipes dos DRSs de Piracicaba, Campinas, São João da Boa Vista e Sorocaba.
O vice-prefeito e secretário de Saúde de Piracicaba, dr. Sergio Pacheco, destacou a importância de os gestores receberem informações claras sobre incentivos, repasses e fomentos, essenciais para qualificar o atendimento prestado à população.


“A oficina regional é uma oportunidade fundamental para alinharmos estratégias, atualizarmos informações e fortalecermos a integração entre os municípios. Quando gestores e equipes trocam experiências e discutem indicadores, financiamento e boas práticas, toda a rede de saúde bucal avança — e quem ganha é a população, que passa a receber um cuidado cada vez mais qualificado”, disse.
A oficina contou também com a participação da assessora técnica da Coordenação Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Betina Silva, que apresentou a palestra Política Nacional de Saúde Bucal e a Rede de Saúde Bucal.
“Estamos trabalhando em todos os Estados para fortalecer as boas práticas da Atenção Primária à Saúde. Estou muito feliz em ter a oportunidade de conversar com coordenadores sobre cofinanciamento e sobre a busca por uma atuação mais resolutiva e eficiente”, afirmou.
O diretor da DRS X e cirurgião-dentista, Moisés Taglieta, reforçou a necessidade de integrar a saúde bucal às ações da Atenção Primária: “É preciso cuidar do ser humano como um todo, considerando o contexto e o território”, pontuou, ressaltando também a importância de compreender as políticas de financiamento.
A mesa de abertura contou ainda com a presença da diretora da FOP, Karina Silvério, da coordenadora do Mestrado em Saúde Coletiva da FOP, Luciane Guerra, e de Alexandre Santos, referência técnica estadual em Saúde Bucal.
Durante o evento, os participantes acompanharam aulas sobre Novos Indicadores de Saúde Bucal, histórico dos indicadores, credenciamento de equipes e análises de desempenho, ministradas por articuladores do DRS X e equipe da Prefeitura de Piracicaba.
Outro destaque foi a apresentação da cartilha A Equipe de Saúde Bucal e o Enfrentamento das Violências do Ministério da Saúde, elaborada por pesquisadores da FOP a convite da Coordenação de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, sob liderança da professora Luciane Guerra.
Baseada na psicologia da saúde, a cartilha oferece orientações para que profissionais consigam acolher vítimas de forma humanizada e singular, considerando o contexto social das violências e as possibilidades de enfrentamento no SUS. O conteúdo contribui para a capacitação de equipes — especialmente as de saúde bucal — em temas como acolhimento, notificação e encaminhamento dos casos nas redes de atenção.
A violência doméstica não atinge apenas mulheres, mas também crianças, idosos, pessoas com deficiência e populações vulnerabilizadas. Muitas vezes as Unidades de Saúde são a “porta de entrada” dessas vítimas — e considerando que a maior parte das lesões ocorre em cabeça e pescoço — o cirurgião-dentista acaba, frequentemente, sendo um dos primeiros profissionais procurados. A cartilha foi lançada em janeiro deste ano.
