{mosimage}O novo presidente do Centro de Documentação, Cultura e Política Negra, Jurandir Silvestre, defende maior integração entre os diversos setores da sociedade para preservar a história e memória do negro. A posse da nova diretoria do Centro aconteceu na noite da última terça-feira (07), na sede da entidade, na Rua Luiz de Queiroz, 1020.

O prefeito municipal Barjas Negri, que assinou o decreto nomeando a nova diretoria; a secretária de Ação Cultural, Rosângela Camolesi, o presidente da Câmara de Vereadores, João Manoel dos Santos, sindicalistas e membros da comunidade negra prestigiaram o evento.

Silvestre observou que o órgão nasceu para minimizar a questão racial e combater a discriminação e o momento atual exige maior exploração dos espaços da comunidade negra, através da ampliação de conhecimentos, união dos grupos e integração entre os diversos setores, valorizando o conteúdo cultural da cultura afro.

A participação do negro dentro da política, é outro ponto considerado importante pelo novo presidente, que segundo ele, precisa ser melhor explorado. Observou que há poucos negros envolvidos com a política. “A minha idéia nos dois anos de mandato é criar grupos de apoio que trabalhem dentro de suas áreas específicas (cultura, meio ambiente, educação saúde, religião etc), buscando maior integração entre a comunidade negra e toda a sociedade, independente de sua raça”.

O presidente apontou a nova sede do Centro como uma conquista importante para a comunidade negra. Ressaltou que antes não havia local para desenvolver um projeto mais amplo. “Agora temos um espaço que futuramente será utilizado para cursos de qualificação profissional e palestra com pessoas detentoras de conhecimento sobre a cultura afrodescendente”.

A ex-presidente do Centro, Eva Iltez Aparecida, afirmou que o novo presidente da entidade sempre foi engajado na luta das causas negras no município e tem capacidade de realizar uma boa gestão. Lembrou que no seu mandato foram conseguidas algumas conquistas, como a inclusão da cota para negro nos concursos públicos, cursinho para afrodescendentes e a sede própria. “Deixo o cargo com a sensação do dever cumprido e agora como conselheira pretendo colaborar para a valorização da raça negra”.

O prefeito Barjas Negri destacou o seu compromisso com a história da comunidade negra, desde no tempo em que era vereador, quando foi relator do projeto que criou o Centro de Documentação, Cultura e Política Negra. “O Jurandir Silvestre tem condições plenas de realizar um trabalho de qualidade e a administração fará o possível para avançar nas políticas afirmativas e trabalhar no processo de inclusão social do negro”.{mosimage}

Rosângela Camolese disse ser importante e salutar a renovação para qualquer instituição e conselho e a secretaria de Ação Cultural trabalhará em consonância com o Conselho, para gerar resultados positivos para o fortalecimento da cultura afrobrasileira. Ela citou que Piracicaba pela sua história e engajamento pode se tornar centro de difusão da cultura afrodescendente.

Sobre os planos futuros para o Centro, destacou a construção de uma sala de aula e atraia principalmente os professores da rede estadual, municipal e particular de ensino, para que possam ter noções didáticas da verdadeira história do negro e sejam multiplicadores nos bairros, difundindo os conhecimentos afros de forma correta.

Integram a nova diretoria do Conselho Deliberativo Jurandir Silvestre (representando o Movimento Negro de Piracicaba); Wilson Lima Santos (Associação Cultural, Religiosa e Beneficiente Inzo-ia-nkise-muxima Dandalunda- Casa do Orixá Coração de Oxum; Rodemilson Laércio Theodoro (Associação Resgate da Capoeira); César Augusto Luiz Camargo (Espaço Cultural Zumbi dos Palmares); Eva Iltez Aparecida Luiz Camargo (Projeto Capeoira na Periferia); José Silvestre da Silva (Sociedade Beneficente Treze de Maio); José Severo dos Santos, Marcos Roberto da Cruz e Elide Fernanda de Almeida Leite, representantes do Poder Executivo.

Os suplentes são Rita de Cássia Fondello Santos (Associação Cultural, Religiosa e Beneficenete Inzoía-nkise-muxima Dandalunda- Casa do Orixá Coração de Oxum; Eliana Delfino Spigolon (Associação Resgate da Capoeira); Doralice Tomaz (Espaço Cultural Zumbi dos Palmares); Airton Francisco (Projeto Capoeira na Periferia) e José Alexandre de Almeida (Sociedade Beneficente Treze de Maio).

O Centro de Documentação surgiu em 1991 e vem conquistando seu espaço como órgão articulador e dinamizador das ações da comunidade negra. A própria criação do Centro foi um marco, já que a iniciativa foi pioneira no Estado e nasceu antes da solicitação Federal instituída em 1995, em criar organismos ligados às prefeituras dos municípios voltados ao trabalho direto com as comunidades negras. O espaço serviu de modelo para a instalação de outros centros do gênero e conselhos das comunidades negras na região.