Necessidade de troca de informações marca Encontro de Mata Ciliar
Trocar informações, promover o diálogo entre interlocutores, conhecer as melhores metodologias para recomposição de mata ciliar, tomar conhecimento dos benefícios para a agricultura com a recomposição da mata ciliar. Estas pautas permearam o Encontro de Mata Ciliar, realizado na manhã de hoje, na Coplacana. O evento, que teve como público alvo agricultores, mas reuniu além deles alunos universitários, técnicos na área e também representantes de ONGs e empresas, teve como intenção primeira o encontro de vários atores para falar de mata ciliar, a importância da sua recomposição e como proceder para que isto aconteça, trazendo benefícios para toda a sociedade. Na mesa solene de abertura do evento, o Secretário Municipal de Defesa do Meio Ambiente, Rogério Vidal, afirmou que o Encontro deveria ser o primeiro de muitos. “A idéia deste encontro foi responder a questões como: Quais as dificuldades que a gente encontra para recompor mata ciliar? Quais áreas precisamos plantar mata ciliar? Quais as nascentes? Quais são os atores envolvidos?” Na primeira explanação do encontro, Flávio Gandara, da ESALQ/Nós do Pisca, relatou sobre a importância da mata ciliar na paisagem rural. Gandara lembrou que a falta de mata ciliar causa, entre outras coisas, o assoreamento dos córregos; o desaparecimento das nascentes, peixes e outros animais terrestres e o agravamento das secas e das cheias. Gandara também falou que o papel das matas ciliares é: reduzir a erosão das margens; servir de fonte de alimentos; controlar pragas e doenças agrícolas; purifica o ar, embelezar o ambiente; assegurar a perenidade das nascentes e melhorar a qualidade de vida. A segunda exposição foi feita por André Nave, da Bioflora, que explicou que para realizar a recomposição da mata, não basta apenas plantar qualquer espécie. É necessário saber o tipo de solo, quais mudas são nativas da área, a metodologia a ser adotada. Segundo Nave, um plantio feito de forma incorreta pode acarretar em frustração da recomposição. Klaus Duarte Barreto, da Casa da Floresta, terceira pessoa a palestrar no Encontro, questionou o porquê do restaurar. Segundo Barreto, a importância é pela conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos, pelo cumprimento da legislação e para certificação que permita que o produto possa ser exportado. Após o intervalo do evento, foram apresentados casos de sucesso de recomposição de mata ciliares feitos por Usinas e por fornecedores de cana-de-açúcar e na seqüência, José Rodolfo Penatti, da Coplacana/Afocapi/Sindirpi, relatou as ações desenvolvidas por eles para auxiliar o produtor e a mais recente das ações, que é a assinatura do protocolo Agro-ambiental com as Secretarias de Estado do Meio Ambiente e de Agricultura, que tem entre outros, o compromisso para que se antecipe o prazo final da queima da palha da cana-de-açúcar, para que se promova a correta conservação do solo e dos recurso hídricos, além de prever a proteção e identificação das áreas de mata ciliar no entorno de toda área cultivada com cana-de-açúcar. O Encontro foi finalizado com a fala de Helena Carrascosa, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, que apresentou o programa de recuperação da mata ciliar da Secretaria de Estado, sua abrangência e como agricultores podem se utilizar das pesquisas feitas pelo Estado. “Temos que juntar as agendas de agricultura e meio ambiente. É possível que a gente produza sustentavelmente. Fechar esta equação e darmos um passo adiante. Achamos que é o caminho unir os atores para discussão. Nós temos que juntar as agendas e é a partir disso que teremos sucesso. 80% das áreas do estado são privadas é não é possível fazer algo sem conversar com os donos. É necessário que se promova o diálogo.” O encontro de mata ciliar foi idealizado para discutir a preocupação com a questão da mata ciliar e sua recomposição e premente necessidade de promover o encontro dos atores envolvidos para troca de informações e experiências. Por isso, a organização do evento conta com Poder Público (Prefeitura, por meio da Secretaria de Defesa do Meio Ambiente; de Agricultura e Abastecimento e do Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), com entidades da sociedade civil (Nós do Pisca, Bioflora, Casa da Floresta e Fecuma – Fundação “Elvira Guarda Masscarim”), com consórcios (Consórcio Piracicaba, Capivari e Jundiaí), com universidades (Gade – Grupo de Adequação Ambiental da ESALQ) e com agricultores (Coplacana/Afocapi/Sindirpi), além do apoio dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural e de Defesa do Meio Ambiente.
