Imagem em preto e branca com tomada aérea de prédio no centro de Piracicaba
Prédio remetia às linhas do tradicional edifício Copan, de São Paulo

Dentro das atividades que marcam o lançamento da exposição coletiva Comurba: 60 Anos da Queda, que será inaugurada amanhã, quarta-feira, às 10h, no PoupaTempo Estadual de Piracicaba, o Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes, também nesta quarta, às 14h, realiza a roda de conversa 60 anos da queda do Comurba: história e relatos pessoais, uma parceria com a Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Piracicaba. A entrada é gratuita.

A exposição é uma realização da Prefeitura de Piracicaba, por meio da Semac (Secretaria Municipal da Ação Cultural) e Museu Prudente de Moraes, com a Câmara Municipal de Piracicaba, Centro Cultural Martha Watts e IHGP (Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba). O período de visitação é de 6/11 a 6/12.

Foto de seis pessoas que formam a equipe da exposição coletiva sobre o Comurba
Ana Torrejais, primeira da direira, representa a Semac na exposição colaborativa – credito – Samuca Miazaki

Durante a roda de conversa serão abordados os aspectos históricos do trágico desabamento do Edifício Luiz de Queiroz, conhecido como Comurba; relatos de pessoas que, de uma forma ou de outra, vivenciaram o desastre e suas consequências; bem como o Projeto de Lei nº 180/2024, que busca instituir um memorial às vítimas do Edifício Luiz de Queiroz – Comurba, na Praça José Bonifácio.

A atividade, com mediação do vereador Pedro Kawai, contará com as presenças de Aurea Amélia Pitta Rocha (professora aposentada da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo e artista plástica), Bruno Didoné De Oliveira (coordenador do programa educacional Conheça o Legislativo), Edson Rontani Júnior (jornalista, diretor da Academia Piracicabana de Letras e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba), Epaminondas Sansígolo de Barros Ferraz (engenheiro-agrônomo aposentado), Rubens Vitti (funcionário público aposentado) e Waldemar Romano (cirurgião dentista, membro da Diretoria do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba – IHGP).

Maurício Beraldo, historiador do Museu Prudente de Moraes, diz que o episódio provocou um trauma coletivo na cidade, que pode, inclusive, ter freado a construção de novos prédios no decorrer das décadas. Ele lamenta, no entanto, que parte dessa memória caminhe para o seu apagamento. “Por isso, é extremamente importante reforçar essa memória que a gente tem da cidade, pois a história não é feita só de momentos alegres e felizes.”

A TRAGÉDIA DO COMURBA – Há 60 anos, entre 13h35 e 13h40 de 6 de novembro, Piracicaba presenciou uma das principais catástrofes de sua história. Parte do Edifício Luiz de Queiroz, o Comurba, se transformava em pó em plena praça José Bonifácio. A queda do imóvel provocou pelo menos 50 mortes.

Concebido como marca do desenvolvimento da Piracicaba, o prédio remetia às linhas do tradicional edifício Copan, de São Paulo. Seu nome original era Edifício Luiz de Queiroz e o apelido surgiu em referência à empresa responsável pela obra, a Companhia de Melhoramentos Urbanos (Comurba). Ele ocupava uma ampla área entre as ruas São José e Prudente de Moraes, onde hoje fica o Poupatempo e a Caixa Econômica Federal.

EXPOSIÇÃO – A exposição Comurba – 60 anos da queda leva fotos originais do Comurba e da tragédia ao Poupatempo. As visitas podem ser feitas até 6 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados das 8h às 12h.

“Essa exposição é uma contribuição de várias entidades e tentamos compilar todas essas visões. De uma forma geral, todos nós nos importamos em trazer para a exposição a memória daqueles que foram impactados pela queda do Comurba. Então, há vozes, muitas vozes, que foram silenciadas e que procuramos resgatar”, explica Ana Torrejais, diretora do Museu Prudente de Moraes.

SERVIÇO – Roda de Conversa 60 anos da queda do Comurba. Amanhã, quarta-feira, 6/11, às 14h, no Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes. Rua Santo Antônio, 641, Centro. Entrada gratuita.