Criada em 2006 pelo Ministério da Saúde, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares começou a ser implementada em Piracicaba em setembro passado por meio da portaria nº 37/24 que institui o Programa Municipal de Práticas Integrativas e Complementares para a assistência terapêutica integral aos pacientes da rede pública, por meio das equipes da Atenção Básica, que são responsáveis pelo planejamento, programação e implementação das atividades na rede municipal.
Conforme explica Elaine Defavari, coordenadora de enfermagem do Departamento de Atenção Básica (DAB), as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde – conhecidas como PICS – são apropriadas em todos os níveis de atenção à saúde, com ênfase na rede de atenção básica, cujo objetivo primordial é promover saúde, prevenção e recuperação de agravos, propiciando um cuidado continuado, humanizado e integral. “Neste contexto, o Sistema Único de Saúde (SUS) reconhece e oferta, de forma integral e gratuita, 29 procedimentos à população. Em Piracicaba, será iniciado pela Auriculoterapia, cujo protocolo de atendimento e implantação está em processo de desenvolvimento. Atualmente, a rede de Atenção Básica conta com 10 profissionais de nível superior, capacitados pelo Ministério da Saúde, os quais estão empenhados no fortalecimento do projeto”.
Fernanda Maria Rovai Bado, membro da Comissão do Programa Municipal de Práticas Integrativas e Complementares e coordenadora de Saúde Bucal do DAB, a auriculoterapia é uma técnica derivada da acupuntura, baseando-se na ideia de que cada ponto da orelha corresponde a uma parte específica do corpo. “Em nosso município, para a estimulação desses pontos serão utilizadas sementes de mostarda, para melhora de sintomas de saúde, como ansiedade, enxaqueca, insônia e dores musculares, agudas e crônicas, dentre outras”, disse.
As indicações às práticas se baseiam no indivíduo como um todo, levando em conta seus aspectos físicos, emocionais, mentais e sociais. Além disso, vale lembrar que as PICS não substituem o tratamento tradicional. “Elas são um adicional, um complemento no tratamento e indicadas por profissionais específicos conforme as necessidades de cada caso”, completou.
Para o secretário de Saúde, Marcelo Pinto de Carvalho, a prática dos recursos terapêuticos fortalecem o cuidado ofertado no SUS e ampliam a percepção da população no sentido da autonomia e do autocuidado. “Nossa ideia é exatamente essa, ter uma abordagem interdisciplinar para um cuidado continuado, humanizado e abrangente em saúde, ampliando conhecimentos e qualificando profissionais de saúde para garantir a oferta segura e de qualidade aos usuários do SUS, por isso, inclusive, começamos pelo serviço de auriculoterapia”.