O espetáculo Motel Paradiso é uma comédia de costumes contemporânea e tipicamente brasileira estará em cartaz somente hoje (20), às 21h, no Teatro Municipal Dr. "Losso Pedroso Netto", com elenco formado por Bárbara Bruno, Ben-Hur Prado, Cris Bonna, Gerardo Franco, Maria Laura Nogueira, Mauro de Almeida e Raoni Carneiro, reescrita por Juca de Oliveira e direção de Paulo Lage.De acordo com o diretor Paulo Lage, "A peça aborda a falta de escrúpulos dos homens, detentores dos poderes em nossa sociedade, que se comportam e atuam em busca dos interesses próprios. Hoje, mais que nunca, observamos a exacerbação do individualismo. E, Motel Paradiso coloca isto na cara da platéia para que as pessoas reflitam sobre o comportamento da sociedade, inserindo-se nela", comenta.Motel Paradiso – por Juca de Oliveira"Motel Paradiso foi a segunda peça que escrevi, em 1980. Estreou em 1982 e se tornou um enorme sucesso permanecendo em cartaz por três anos e meio, com a participação da extraordinária atriz Maria Della Costa à frente de um fabuloso elenco. É uma das minhas peças preferidas. Tecnicamente a mais bem acabada, a que observa com fidelidade as leis da tragédia aristotélica: ação, tempo e espaço. Embora o espaço se divida em três, ele está sempre presente, o tempo é real e contínuo e a ação única. Há um relógio em cena. A ação começa as quatro da tarde e termina às cinco e cinqüenta. Tudo começa, se desenvolve e termina à frente do espectador. Por isso é que nos mantemos amarrados à poltrona, ansiosos para conhecermos o desfecho da comédia.Claro que sempre sonhei em remontar a peça. Mas há uns meses, ao reler a comédia para introduzir algumas atualizações sempre necessárias é que percebi um fato que me havia escapado: já lá se vão vinte e cinco anos da primeira leitura que fiz do texto ao elenco de "Swing – A Troca de Casais", de Luiz Carlos Cardoso, durante uma excursão que fazíamos pelo país! Um quarto de século! Nem o celular havia sido acrescentado à esquizofrenia da economia globalizada. A mãe solteira, em oitenta, era vista como motivo de escândalo e tragédia… E tínhamos uma mãe solteira a bordo da peça. O que fazer? Esquecer a peça? Nunca! Resolvi reescrever tudo do zero. Aproveitar a idéia e as personagens, mas refazê-la, não requentá-la. O projeto se tornou fascinante porque me dava a oportunidade de aplicar numa obra já escrita, a experiência e a técnica que acumulei e aprendi nesses vinte e seis anos de ininterrupto trabalho como escritor de teatro! Eu tinha a oportunidade de eliminar os defeitos constatados durante a sua longa carreira a partir de oitenta e um". Serviço:Espetáculo – Hoje 20/set – às 21H Ingressos – inteira 40; antecipado 30; estudante/idoso/prof.estadual 20; JP/Unimed 25 -Classificação- 12 anos – A bilheteria do Teatro Municipal fica na av. Independência, 277