A unidade da Febem, que está sendo construída em Piracicaba, será em parceria com a comunidade, por meio de uma organização não-governamental. “A ONG, em parceria com a comunidade, será responsável pelo plano pedagógico diferenciado”, disse Cleonice Bastos Pitombo, assessora da Presidência da Febem, em reunião na tarde de hoje (06), quando apresentou a proposta de trabalho à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e representantes de entidades sociais.
Durante o encontro, foi apresentada a estrutura física da unidade de Piracicaba, que será dividida em três partes: administrativa, internação provisória e internação. “O Estado entra com a construção, segurança e direção”, informou Cleonice. “Mas quem efetivará o plano pedagógico é o município em parceria com a comunidade, por meio da ONG”.
Cleonice informou que a ONG também será responsável pela contratação dos profissionais que irão trabalhar dentro da unidade, como médico, psicólogo e assistente social. Esta organização não-governamental trabalhará dentro da Febem, pois detém o conhecimento da realidade local.
A educação formal será feita por meio da parceria que existe entre a Febem e a Secretaria Estadual da Educação. Os menores internados serão matriculados em escola próxima e os professores da rede estadual irão até a unidade lecionar. O atendimento médico é garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas também haverá médico e equipe de enfermagem, além de atendimento odontológico no local.
Os adolescentes internados terão atividades sociais, psicológicas, de lazer, esportiva e cultural. Também serão oferecidos cursos profissionalizantes, sendo que cada adolescente terá que concluir pelo menos um. Eles serão determinados pela ONG de acordo com a necessidade que a comunidade irá indicar para atender a demanda de trabalho.
Quanto a internação provisória, Cleonice explicou que a Febem irá capacitar profissionais da ONG para trabalhar com estes adolescentes, uma vez que o período de permanência no local é bem menor.
O nome da unidade da Febem de Piracicaba será escolhido, também, pela comunidade. Durante a reunião foi cogitado que poderá ser por meio de concurso. O local terá capacidade para 56 adolescentes, sendo 40 para internação e 16 para internação provisória. “Se for possível trazer todos os internos, será melhor. Mas se um adolescente puder desarmonizar o ambiente, ficará em São Paulo”. Piracicaba tem 35 adolescentes interns e um em internação provisória na capital.
Cleonice garante que não haverá superlotação. “Quem vai fiscalizar é a comunidade, por meio da ONG”, disse. Ela ainda lembrou quem interna é o juiz e quem pede a internação é o Ministério Público, que administra junto com o Conselho Tutelar o número de vagas. Por indicação do Conselho da Criança, decidiu-se, que em 10 dias, serão indicadas as ONGs que poderão trabalhar com a Febem.
Participaram da reunião Marcos Alberto Penna Trindade, da assessoria de Parcerias da Febem e representantes das polícias Militar e Civil, da Guarda Civil, da equipe do Plano Municipal de Educação da Secretaria Municipal da Educação, Commar, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Seame, Pasca e Câmara Municipal.