Foi realizada na tarde de hoje (28/05), no anfiteatro do Centro Cívico, mesa redonda para tratar do tema Mobilização pela saúde das mulheres e a importância da notificação da violência, alusivo à Semana de Mobilização pela Saúde das Mulheres no SUS.

O evento, organizado pelo Conselho Municipal da Mulher e Secretaria de Saúde, por intermédio do Departamento de Atenção Básica (DAB), contou com a participação de representante do Conselho Municipal da Mulher (Laura Pires de Queiroz), Centro de Referência da Mulher (Josefa Zaira de Oliveira Barakat Pimentel), Vigilância Epidemiológica (Ermelinda de Fátima Vicentim Esteves), Departamento de Atenção Básica (Tatiana Bonini), Pacto Pela Redução da Mortalidade Materno Infantil (Sandra Cunha Vidal e Silva), Projeto Esquina da Noite da ONG Centro de Apoio e Solidariedade á Vida (Amanda Sperb Barbachan) e Ministério Público (Maria Christina Marton Correa Sheifart de Freitas).

A Semana de Mobilização pela Saúde das Mulheres no SUS foi instituída pelo Ministério da Saúde (MS), segundo a Portaria1.179, de 27 de abril de 2018, que considera o fato de a vulnerabilidade feminina frente a certas doenças e causas de morte estar relacionada com a situação de discriminação das mulheres na sociedade, evidenciando variáveis como raça/cor, etnia e situação de pobreza.

O ponto central do encontro foi discutir e apontar caminhos para melhoria do acesso das mulheres à rede pública de saúde, a qualidade da atenção à saúde integral das mulheres no SUS e da notificação compulsória para mulheres em situação de violência.

Durante a abertura, o Secretário de Saúde destacou o fato de Piracicaba ter uma estrutura de saúde privilegiada, composta por profissionais qualificados e uma rede integrada de atendimento à saúde da mulher. Destacou vários serviços às mulheres, dentre os quais o Consultório de Rua, que oferece atendimento ambulatorial e psicossocial às moradoras de rua, e a construção do Hospital de Amor, para diagnóstico precoce e tratamento de câncer em nível ambulatorial, que começa a funcionar no início de 2019.

“A estrutura existe e estamos avançando muito no cuidado à mulher. No entanto, o câncer, por exemplo, tem se tornado uma epidemia mundial e as cidades mais afetadas são as com maiores IDH, o que é preocupante para homens e mulheres. Há a questão da violência contra a mulher, que é histórica, para não dizer milenar. Nesse sentido, é preciso, por um lado, desenvolver a educação para a prevenção, que possibilita ganhos na qualidade de vida, e estimular a denúncia contra os maustratos à mulher, para que tenhamos mecanismos de contenção dessa violência”.

Laura Queiroz, presidente do Conselho Municipal da Mulher, destacou a importância de dados estatísticos e qualificativos para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas a esse público-alvo, que são as mulheres em situação de maior vulnerabilidade social.

Ela disse também que o Conselho Municipal da Mulher e a Procuradoria Especial da Mulher da Câmara de Vereadores de Piracicaba – que têm como autoras as vereadoras Nancy Thame (PSDB) e Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (PPS) – criou um Grupo de Trabalho da Rede de Atendimento de Proteção à Mulher Vítima de Violência, que tem avançado na aglutinação de forças sociais necessárias para discutir a fundo essas questões.

Maria Christina Marton, promotora do Ministério Público, finalizou o encontro, elogiando a iniciativa e apoiando o empenho para que o atendimento à mulher pela Rede Pública de Saúde avance em sua meta e possa, assim, dar todo o suporte que as mulheres precisam em seus momentos de vulnerabilidade.

“A rede de proteção e saúde à mulher é muito importante, inclusive para o bom desempenho do Ministério Público. Mas para isso, é preciso que avancemos da teoria para a prática e tudo o que foi discutido aqui só torne ação”, disse a promotora. E concluiu: “Muitos problemas que hoje chegam ao MP nem precisariam ter chegado lá”.