Iniciado em fevereiro deste ano, por meio da Secretaria de Saúde de Piracicaba (SMS), o aplicativo Icom – para interpretação de libras online em unidades de saúde do município – teve seus serviços ampliados e, desde segunda-feira (10/05) está presente também em todas as farmácias públicas municipais. Além das farmácias, o serviço já está disponível nas UPAs Piracicamirim, Vila Sônia, Vila Cristina e Vila Rezende e na COT (Central de Ortopedia e Traumatologia) e em todas as unidades de Atenção Básica do município.
Por meio do sistema QRCode, que está em cartazes afixados nas unidades, com o uso do celular, a pessoa com deficiência poderá acessar o aplicativo e um intérprete online fará a intermediação entre paciente e funcionários da saúde, médico e, agora, ao farmacêutico.
A diretora do departamento de assistência farmacêutica da SMS, Ana Raquel Passari Faggin de Castro, espera que a disponibilidade do acesso ao QRCode do Icom “melhore a qualidade do atendimento facilitando a comunicação e acessibilidade dos usuários com deficiência auditiva com os funcionários das farmácias, pois oferta um sistema de intérprete em libras” e lembra “que o usuário deve ter seu celular com o APP instalado, acessar o QRCode no cartaz afixado na farmácia para o serviço dar início no momento do atendimento”.
De acordo com Filemon Silvano, secretário de Saúde, em pouco tempo foi possível notar que o sistema tem dado certo. “Esta ação tem feito a diferença no sentido de oferecer acessibilidade aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), onde não havia um suporte para as pessoas com deficiência. Agora, além das unidades de saúde, as farmácias têm acesso a este app que vai melhorar ainda mais o atendimento da população”, afirmou.
Secretário de Saúde Filemon Silvano observa que serviço tem feito a diferença
A implantação deste aplicativo é resultado do trabalho de uma das administradoras do grupo Libras Piracicaba e Região, Beatriz Turetta, junto à Secretaria de Saúde, com apoio do gabinete do vereador Gilmar Rotta (Cidadania). “Somos gratos a todos aqueles que têm se empenhado em tornar esse sonho realidade. Quando soubemos que o Icom seria contratado para atendimento nas UBS, UPAs e COT já foi uma alegria, agora essa alegria se estende para os espaços das farmácias. Agradecemos de coração o trabalho da Secretaria da Saúde, que tem se empenhado em tornar-se cada vez mais acessível. Piracicaba já é referência nacional em acessibilidade para surdos na saúde pública. Temos sido procurados por municípios de diversas regiões do Brasil para trocarmos ideias a respeito da implantação do sistema. Nesse sentido, quando Piracicaba avança, ela também serve de modelo para que outros municípios façam o mesmo”, disse.
Para David Rodrigues Marques, 41 anos, que é surdo, foi uma emoção participar do lançamento do Icom na rede de saúde pública municipal. “Naquele dia tivemos a certeza de que Piracicaba estava avançando em acessibilidade. Hoje ficamos sabendo que as farmácias também terão acessibilidade em Libras. Estamos muitos felizes em saber que agora vai ficar mais fácil a comunicação nas farmácias. Se não fosse o Icom, os surdos iam continuar sem entender as informações nos atendimentos da área da saúde. Com o Icom é tudo mais fácil. Muito obrigado aos responsáveis por terem ampliado o sistema de interpretação em Libras para as farmácias também”, completou.
Segundo Luis Albino, coordenador do Departamento de Informática da Secretaria de Saúde, a contratação desse serviço, que fica disponível 24 horas, só foi possível graças à recente atualização da rede de internet em toda a rede pública de saúde. “Todas as unidades contam com internet banda larga, o que ampliou significativamente a velocidade e o volume de dados em circulação online. Assim conseguimos agregar mais este serviço de qualidade, com tecnologia de comunicação à distância”, disse.
“Essa conquista representa que ainda há esperança de um mundo melhor e mais acessível para todos. A realização desse sonho nos mostra que não podemos desanimar frente aos desafios do dia a dia e que quando nos unimos somos mais fortes. Seguimos na luta e desejamos que outras cidades também façam o mesmo”, conclui Bia Turetta.