O curso de capacitação ministrado pela médica Elisa Nunes Secamilli, abordando o papel da equipe multiprofissional na busca ativa e diagnóstico precoce da hanseníase na APS (Atenção Primária à Saúde), realizado na tarde de ontem, 13/1, na Fundação Municipal de Ensino (Fumep), reuniu 158 profissionais da área da saúde da rede municipal, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, agente comunitário de saúde e residentes. O evento integra a Campanha Anual de Combate à Hanseníase (Janeiro Roxo), promovida pela Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e do Programa de Hanseníase de Piracicaba, vinculado ao Centro de Doenças Infectocontagiosas.
Na programação da campanha, as 75 unidades básicas de Saúde realizarão a busca ativa de novos casos e orientações relacionadas à doença para a comunidade até 31/01, sendo o Dia Mundial lembrado no último domingo do mês, 26/01.
A médica palestrante Elisa Secamilli disse que a sua palestra abordou sobre as características da doença, forma de contágio, manifestações clínicas e tratamento. “A capacitação de toda a equipe de saúde é fundamental, pois reconhecer a doença no seu estágio inicial garante a cura sem sequelas e interrompe a cadeia de transmissão. Quanto maior o número de pessoas capazes de reconhecer a doença, maior a chance de diagnosticá-la”, destacou.
A enfermeira Elisabete Esposto, da Unidade de Saúde da Família (USF), do Jardim Oriente, ressaltou ser importante participar da capacitação. “A hanseníase, às vezes, passa desapercebida e a capacitação nos lembra da importância de fazermos exame para detecção precoce, porque ela tem tratamento e cura e no início não deixa nenhuma sequela”, observou.
A DOENÇA – A hanseníase é uma infecção causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen e afeta principalmente pele (presença de lesões) e nervos periféricos (com alteração de sensibilidade ou espessamento neural com alteração de sensibilidade). A transmissão ocorre através das vias aéreas superiores, por contato com gotículas de saliva ou secreção nasal e se dá por meio do convívio próximo e prolongado com uma pessoa doente que não esteja em tratamento (iniciado o tratamento, não é mais transmitida). A vacinação com BCG (de acordo com calendário vacinal), vacinação de contatos, diagnóstico e tratamento precoce são as principais formas de prevenção para novas infecções pela Hanseníase.
Os sinais de suspeição da hanseníase são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa; áreas com diminuição dos pelos e do suor; fisgadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; diminuição da sensibilidade e da força muscular da face, mãos e pés, devido à inflamação de nervos. Na hanseníase, quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, maior será a possibilidade de cura e regeneração neural, evitando as sequelas da doença.