A OSP (Orquestra Sinfônica de Piracicaba) concedeu a Jamil Maluf o título de maestro emérito, durante o concerto realizado no último sábado (27), no Teatro Municipal Dr. Losso Netto. O piracicabano deixa de ser diretor artístico e regente titular, funções que serão anunciadas no próximo mês. Jamil Maluf recebeu o convite dos músicos piracicabanos André e Mayumi Micheletti para se tornar regente titular e diretor artístico da OSP em julho de 2014. "Apenas não estarei como responsável pela orquestra, mas já defini uma agenda de apresentações em 2022 e também participarei das discussões sobre o destino da OSP. É um cargo honorífico, o que para mim será muito bom, pois estou com uma atividade intensa demais", disse ele, que segue como regente da Orquestra Experimental de Repertório, em São Paulo, onde reside.
Jamil Maluf regeu concerto no sábado – foto Rodrigo Alves Por conta de compromissos pessoais e, depois a pandemia do novo coronavírus, o maestro ficou sem se apresentar presencialmente com a Sinfônica de Piracicaba desde setembro de 2019. Durante o ano de 2020, se dedicou aos concertos mensais virtuais, em especial dois deles: a releitura inédita do Hino de Piracicaba e a canção Rio de Lágrimas, que juntas tiveram mais de 1 milhão de visualizações. "Essa orquestra acrescentou muito em minha vida e sou um piracicabano apaixonado pela cidade", completou Jamil. Diretor artístico associado da OSP, o violoncelista André Micheletti destacou o empenho de Jamil Maluf em projetar Piracicaba como polo cultural e turístico por meio das apresentações da orquestra. Ele lembrou ainda do projeto de reestruturação do conjunto sinfônico, por meio de seleção de instrumentistas, temporada regular de concertos e participação de solistas consagrados nos concertos em Piracicaba. "O legado que o maestro deixa para a cidade e para a orquestra é incomensurável."
Jamil Maluf, regente emérito da OSP – foto Rodrigo Alves Ainda segundo Micheletti, graças ao nível artístico conquistado em tão pouco tempo pela OSP sob a batuta de Jamil Maluf, o conjunto esteve no Festival de Inverno de Campos do Jordão e na Sala São Paulo. "Falar de música clássica nesse país, é falar de Jamil Maluf. Ele representa muito para a democratização da música de concerto", declarou, ao citar como exemplo os 150 mil espectadores desde 2015 e a sempre disputada procura por ingressos. Já o presidente da Associação da Orquestra Sinfônica de Piracicaba, Reinaldo Gerdes, lembrou que foi graças ao trabalho de Jamil que o conjunto recebeu o título de Patrimônio Cultural e Imaterial do Município de Piracicaba, por meio de registro do Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural). "Na noite que marcou nosso reencontro presencial depois de muitos meses, aproveitamos para prestar a homenagem, repleta de gratidão, por toda a contribuição dada a cada um dos músicos e à cidade", declarou. Ainda no período em que permaneceu nas funções na OSP, Jamil Maluf recebeu, pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), o prêmio de Melhor Regente de Orquestra, em 2017. Ele também recebeu o Título de Piracicabanus Praeclarus, em 2016. A homenagem é concedida pela Câmara Municipal de Piracicaba aos nascidos na cidade que se destacam na sociedade e que, de alguma forma, contribuíram para as artes, as ciências e as letras ou ainda na promoção da saúde, educação, desporto e lazer. O concerto de encerramento da Temporada 2021 da Orquestra Sinfônica de Piracicaba acontece em 18 de dezembro, no Teatro Municipal Dr. Losso Netto, às 16h e 19h, ocasião em que será feito o anúncio oficial do próximo regente titular e diretor artístico. A realização é da Secretaria Municipal da Ação Cultural, com patrocínio prata da Caterpillar e patrocínio bronze da Comgás.
Reinaldo Gerdes, Jamil Maluf e Andrè Micheletti – foto Rodrigo Alves