Piracicaba recebe, na segunda-feira, 20/09, o LAB Móvel do Instituto Butantan, que fará o mapeamento e sequenciamento do vírus SARS-CoV-2. O objetivo é acelerar o processo de testagem dos casos suspeitos de Covid-19 e realizar o sequenciamento das variantes que circulam no município e adjacências.

Além de Piracicaba, os municípios de Águas de São Pedro, São Pedro, Rio Claro, Cordeirópolis e Pirassununga também participam do mapeamento com o envio de amostras coletadas em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e encaminhadas ao laboratório itinerante.

Container ficará na praça José Bonifácio, em frente da Catedral de Santo Antônio

Com as análises realizadas dentro do LAB Móvel é possível obter o resultado em até 24 horas (a partir do momento em que as amostras chegam ao container) e, em seguida, inicia-se o sequenciamento, que pode durar de três a seis dias. Atualmente todo o processo entre a testagem de amostras e o sequenciamento de variantes pode durar de 10 a 12 dias.

"Estivemos em contato com diretores do Instituto Butantan, na semana passada, manifestamos o interesse em trazer para Piracicaba o projeto e fomos prontamente atendidos. É muito importante a participação do município no projeto para agilizar o sequenciamento de novas variantes que possam surgir e, assim, traçar diretrizes mais rápidas para combate da doença e proteção da população", disse o prefeito Luciano Almeida.

O container chegará a Piracicaba na segunda-feira, 20/09, por volta das 9h30, e ficará estacionado na Praça José Bonifácio, em frente à Catedral. Esta será a terceira parada do laboratório itinerante, que começou a operar em Aparecida, região do Vale do Paraíba, e nas duas últimas semanas esteve em Santos, litoral paulista.

"Nosso objetivo com o laboratório itinerante é analisar as amostras com mais agilidade e assertividade para entender quais regiões do estado precisam de mais atenção", afirma Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan.

O projeto envolve cerca de 20 funcionários do Butantan e já soma mais de 250 horas trabalhadas, e mais de 5.000 amostras testadas no período. Os moradores das cidades que irão receber o LAB Móvel poderão acompanhar os trabalhos dos pesquisadores de perto. Isso porque a estrutura do veículo, de mais de 12 metros de comprimento e quase 3 metros de altura, conta com uma parte de vidro que permite a observação dos procedimentos realizados pelos cientistas.

"A iniciativa vai permitir que as pessoas vejam os equipamentos e cientistas do Instituto em ação, aproximando ainda mais a ciência da população brasileira", afirmou Eduardo Araújo, CEO da Loccus, parceira do Butantan no projeto.

O veículo, equipado com alta tecnologia, possui três sequenciadores genéticos, extrator de DNA, centrífuga, seladora, geladeira e freezer para armazenamento de amostras, entre outros. O investimento total foi de R$ 3 milhões.

Equipamentos de última geração farão o sequenciamento genético da Covid-19

O PROJETO – Os municípios que recebem o laboratório se responsabilizam por realizar as coletas de amostras em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e encaminhá-las ao laboratório itinerante. Lá, por sua vez, os especialistas realizam o diagnóstico e, então, separam as amostras positivas para iniciar o sequenciamento e identificar as variantes.

O sequenciamento é necessário porque os vírus sofrem mutações, ou seja, alterações em seus códigos genéticos, gerando variantes. Para realizar o mapeamento das variantes é necessário, em primeiro lugar, extrair o RNA da amostra coletada. Em um segundo momento, essas moléculas passam por um processo de conversão para DNA que, posteriormente, é multiplicado em diversas cópias que são inseridas no sequenciador. Um computador libera os resultados e a análise é realizada por especialistas, conhecidos como bioinformatas.

Atualmente, o Instituto Butantan coordena a Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 e recebe dados dos demais parceiros da rede: Hemocentro de Ribeirão Preto/FMRP-USP, FZEA-USP/Pirassununga, Centro de Genômica Funcional ESALQ-USP/Piracicaba, Faculdade de Ciências Agrônomas UNESP/Botucatu, FAMERP São José do Rio Preto e Mendelics.